AGENDINHA MEXICANA!

Eita, esqueci, mas ainda dá tempo!

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FOTO DO DIA

A Williams volta a usar amarelo depois de 31 anos. O Mercado Livre estará nos carros de Albon e Colapinto no México e no Brasil. “Libre” neste fim de semana, “Livre” em Interlagos. A empresa, como se sabe, é argentina. E está fazendo tudo que pode para colocar Colapinto no grid em 2025.

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SOBRE ONTEM À TARDE

A IMAGEM DA CORRIDA

Norris passa por fora da pista: McLaren não se conformou, ainda

SÃO PAULO (segue o jogo) – A regra é clara, dizia Arnaldo Cezar Coelho. Passar por fora da pista não pode. Mas pode sair da pista para se defender? O que pode? O que não pode? A F-1 tem sido pródiga em decisões polêmicas e discutíveis, e a de ontem em Austin foi apenas mais uma delas. Há explicações para o que os comissários fazem, porém. Ninguém é obrigado a concordar com elas, mas é de bom tom, pelo menos, ler e tentar entender por que certas medidas são tomadas e como são definidas as punições.

Vou deixar bem grandão o comunicado da direção dos EUA sobre os 5s aplicados a Lando Norris por ultrapassar Max Verstappen por fora da pista. Vejam:

O papel da FIA: explicações para a punição a Norris

A explicação faz sentido, pelo ponto de vista dos comissários e das regras. O carro 4 estava passando o carro 1 por fora, mas não estava à frente do carro 1 no “apex”, que é o ponto de tangência da curva. Então o carro 4 saiu da pista e voltou à frente do carro 1, o que configura um caso claro de sair da pista e ganhar vantagem. O texto continua, informando que nesses casos a punição é de 10s, mas foram aplicados 5s porque o carro 4 não tinha outra alternativa que não fosse sair da pista por causa da proximidade do carro 1, que também saiu da pista. E que por isso mesmo a saída de pista do carro 4 não foi considerada um “strike”, ou seja, não entrou na conta das vezes em que os pilotos podem exceder os limites de pista correndo o risco de punição.

Resumindo: sair da pista pode. Tanto que vários pilotos o fazem durante uma corrida, e ficam lá os comissários anotando cada vez que eles excedem os limites marcados pelas famosas linhas brancas. Avisam as equipes. Mostram bandeiras. Podem puni-los. Nas classificações, por exemplo, essas punições são imediatas: as voltas são canceladas. Mas não pode sair da pista E fazer uma ultrapassagem. Que é o que Norris fez. Ah, mas o que ele podia fazer, então? Nada. Voltar à pista atrás de Verstappen e tentar ultrapassá-lo em outro lugar. Porque — insisto, repito e bato na mesma tecla — sair da pista PODE. Tem consequências, às vezes. Mas sair da pista E ultrapassar outro carro não pode.

A regra é clara.

O resto é conversa. Ah, mas o Verstappen isso, o Verstappen aquilo, no GP não sei das quantas ele fez não sei o quê e os comissários não fizeram nada, ah, eles protegem o Max, ah, é uma roubalheira, ah, os comissários não têm critérios…

É que nem no futebol. Interpretação e aplicação das regras sempre desagradam alguém. Há regras escritas para complicar, em vez de facilitar as coisas. Eu não gosto dessa papagaiada de limites de pista. Tem asfalto, dá para andar sobre ele? Vamos em frente. Há outras maneiras de inibir essa coisa de sair dos limites da pista. Como, por exemplo, colocar brita, grama, tinta escorregadia, areia movediça, cavar um fosso e povoá-lo com tubarões, piranhas, jacarés e ariranhas. Fazer com que o piloto perca tempo sempre que exceder os limites da pista.

Mas existem regras, os caras estão lá para interpretá-las e aplicá-las, acho que no fim das contas a McLaren está chorando à toa. Deveria era tentar entender por que seu piloto não consegue sustentar a ponta quando larga na pole ou por que demora tanto para fazer uma manobra de ultrapassagem.

A FRASE DE AUSTIN

“Ele se defende por fora da pista, ultrapassa por fora da pista, mas não vou reclamar. Não sou eu quem faz as regras.”

LANDO NORRIS, SOBRE VERSTAPPEN

O NÚMERO DOS EUA

55

…pontos marcou a Ferrari no fim de semana, graças ao que Leclerc e Sainz fizeram na Sprint, somando 12 pontos aos 43 anotados na dobradinha no GP. É um recorde na história da equipe para um único evento. Mas é bom ponderar essas marcas. Elas só passaram a ser possíveis a partir de 2022, quando as Sprints tiveram sua pontuação alterada: oito para o vencedor, sete para o segundo colocado e assim por diante, até um pontinho para o oitavo colocado. Hoje, em uma etapa com Sprint, a pontuação máxima que pode ser alcançada por um time é de 59 pontos: 43 com uma dobradinha no GP, mais 15 com dobradinha na Sprint, mais o ponto extra da melhor volta. O recorde pertence à Red Bull, com 58 pontos no GP da Emilia-Romagna de 2022. Só não foi um fim de semana perfeito porque Sergio Pérez terminou a Sprint em terceiro. O time austríaco também fez pontuações muito altas no Azerbaijão (57) e na Áustria (56) em 2023 e na China (54) neste ano.

Leclerc: levando a Ferrari a recorde de pontos

A PRIMEIRA A GENTE… – Esteban Ocon fez a melhor volta de um GP pela primeira vez. Mas como ele terminou a prova apenas em 18º, não levou o ponto extra. O francês colocou pneus macios no final da corrida porque quem tinha a melhor volta àquela altura era Franco Colapinto, da Williams, com quem a Alpine luta pelo oitavo lugar no Mundial de Construtores. O argentino chegou em décimo e daria um ponto extra para sua equipe. O placar hoje marca 17 x 13 para a Williams. Qualquer pontinho conta, nessa briga. O tempo de Ocon, para os registros: 1min37s330.

Ocon: melhor volta para tirar ponto da Williams

SUBINDO – A Haas teve o que festejar em Austin. Com os resultados da Sprint e do GP, Nico Hülkenberg e Kevin Magnussen somaram sete pontos, contra apenas dois da Pode Parcelar em Quantas?, marcados por Liam Lawson no domingo. Assim, o time americano foi para a sexta posição com 38 pontos, deixando a rival com 36. O oitavo lugar de Hulk foi o melhor resultado da equipe correndo em casa desde sua chegada à F-1, em 2016. E aconteceu justo na estreia da parceria com a Toyota, que já meteu o nome no bico do carro.

E O TROFÉU? – A Pirelli, patrocinadora do GP dos EUA, tinha encomendado troféus especiais em forma de, sei lá, um ursinho, ou algo que o valha. Havia toda uma explicação para o uso dos personagens, batizados de “Heroo”. Um tal de Matteo Macchiavelli foi o designer responsável pelas figuras. O “tal” é por minha conta, vai que ele é o maior designer do mundo… Mas, no pódio, Leclerc levou um prêmio meio genérico, tipo Troféus Piazza, e Sainz e Verstappen receberam miniaturas de pneus. Tudo porque alguém alertou a Pirelli de que uma certa Bearbrick fabrica, aí sim, ursinhos muito parecidos com os concebidos pelo designer italiano. Para não levar um processo no meio da borracha, a empresa achou melhor improvisar e guardar seus bichinhos esquisitos no armário. Assim, o posto de campeão dos troféus infantis na F-1 segue com o bonequinho da Sega que Senna ganhou em Donington/1993.

E A BAND? – Recebi isso aqui por e-mail hoje de manhã: “A Band comunica que a transmissão da Fórmula 1 continuará sendo feita por ela até o fim de 2024 e durante todo o ano de 2025, conforme contrato vigente.  Após conversas com a Liberty Media, detentora dos direitos do mundial, não se chegou a um consenso em relação ao distrato e a emissora optou pelo cumprimento do contrato”. Veio com timbre da emissora, mas o endereço do remetente era de uma assessoria de imprensa. Não vou me estender em comentários e/ou detalhes. Primeiro, porque não tenho nada muito concreto — valores, prazos, posições oficiais das outras partes envolvidas. Depois, porque estou achando muito estranha toda essa história, que começou sábado com a revelação do Ricardo Feltrin de que a emissora paulista iria tentar uma virada na situação. Muito, muito estranha. Mas é claro que quando — e se — souber de algo factual, conto para vocês.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS da volta de Liam Lawson à filial da Red Bull. O garoto já pontuou logo de cara com uma corrida sólida, tendo largado da última fila. Soube administrar seus pneus, parou na hora certa, fez ultrapassagens, mostrou muita maturidade. É um piloto de estilo clássico e limpo. “Parecia um veterano”, elogiou Christian Horner. O neozelandês assumiu o lugar de Daniel Riccardo com autoridade na Aproxima na Tela e já se transformou numa opção da equipe principal para 2025, caso Pérez receba um pé na bunda. Que já está merecendo, diga-se.

Lawson: chegou chegando

NÃO GOSTAMOS de vários pilotos nessa corrida, como Piastri, tímido e pouco combativo, Hamilton, que rodou na terceira volta, Gasly, que largou em sétimo e terminou em 12º, Tsunoda, outro que rodou sozinho, Albon, que diz ter levado uma batida na largada. Foi um GP de péssimas atuações.

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A NOIVA DO CAUBÓI (4)

Festa de Leclerc: segunda dobradinha da Ferrari no ano

SÃO PAULO (falta alguma coisa…) – Ficou todo mundo olhando para Max Verstappen e Lando Norris. E a Ferrari ganhou. O time italiano fez uma inesperada dobradinha no GP dos EUA, com Charles Leclerc em primeiro e Carlos Sainz em segundo. Foi a terceira vitória do monegasco no ano, oitava na carreira. A equipe de Maranello chegou à sua 87ª dobradinha na história. Verstappen foi o terceiro e Norris, o quarto. Na pista, quando a prova terminou, as posições dos dois estavam invertidas. Mas o inglês da McLaren tomou uma punição de 5s por passar Verstappen, no fim da corrida, por fora da pista. Os comissários consideraram que ele levou vantagem por isso, embora o piloto da Red Bull também tenha saído dos limites da pista quando se defendia. Mas estava na frente. Não ganhou posição; perdeu.

Max, assim, ampliou sua vantagem no Mundial mais um pouco. Chegou a Austin 52 pontos à frente de Norris. Ontem, ao vencer a Sprint, essa diferença subiu para 54. Agora são 57. Faltam cinco etapas para terminar o Mundial. Para ser campeão, Lando precisa, a cada fim de semana restante, marcar 11,5 pontos a mais que o rival. São 146 pontos em jogo, ainda, já que duas etapas serão “duplas”, por assim dizer, com Sprints: Interlagos e Catar.

Não acabou, a matemática não autoriza tal vaticínio. Mas tirar o tetra de Verstappen, nesta altura do campeonato, está mais para milagre do que para tarefa complicada.

Largada: por dentro, Leclerc janta todo mundo

O GP dos EUA, disputado com sol e céu azul, foi decidido na largada. Enquanto Verstappen e Norris, na primeira fila, se preocupavam um com o outro, Leclerc passou os dois e assumiu a ponta. Sainz veio na balada e foi para terceiro. Landinho caiu para quarto. Endiabrado desde ontem, o espanhol da Ferrari partiu para cima do holandês rubro-taurino e os dois trocaram insultos e centímetros ao longo dos mais de 5,3 km do circuito numa primeira volta muito bonita.

Hamilton, que tinha largado muito bem, ganhando cinco posições, rodou na terceira volta. Sozinho, sem ter nada ou ninguém para responsabilizar. Atolou na brita e pediu desculpas à equipe. Se disse, depois, “devastado”. A direção de prova acionou o safety-car. Para o inglês da Mercedes, acabava ali um fim de semana, como dizem, para esquecer. E foi o primeiro safety-car da temporada desde o GP do Canadá, nona etapa do Mundial, mais de quatro meses atrás.

A relargada aconteceu na quinta volta. Leclerc, Verstappen, Sainz, Norris e Oscar Piastri eram os cinco primeiros. Charlinho conseguiu, em uma volta, abrir mais de 1s sobre Max. Era importante, para se livrar das ameaças com asa móvel. A Ferrari tinha um bom ritmo de corrida, como já mostrara na véspera, na Sprint. Verstappen ficou mais para Sainz, o terceiro, que para Leclerc, o líder.

Na nona volta, porém, Carlos informou pelo rádio que estava sem potência nas saídas de curva. E relatou um estranho cheiro de gasolina no cockpit. A Ferrari disse que não tinha o que fazer. “Mas tá cheirando muito forte!”, voltou a reclamar Sainz. Nisso, Verstappen foi se desgarrando dele.

(Lembrei de episódios semelhantes com meus automóveis clássicos. O último vazamento foi no Twingo azul. Escapou uma braçadeira da mangueira que vinha do tanque, problema resolvido em coisa de minutos, com o uso de uma providencial chave de fenda que sempre levo comigo.)

Os engenheiros de Maranello se debruçaram sobre a questão e mandaram Sainz girar algum botão no volante. “Delta 16”, orientaram. Isso feito, informaram: “Agora está bem melhor”. Se disseram que sim, quem somos nós para questionar? Carlos retomou a labuta e foi em frente. Não falou mais de cheiro de gasolina.

Um bom nome da corrida, na altura da 12ª volta, era Liam Lawson. Largara em último e já ocupava a 11ª colocação. Andava bem o carro de sua equipe, a conhecida Tá Sem Sinal a Maquininha Você Tem Pix?, com Yuki Tsunoda em oitavo. O neozelandês, substituto de Daniel Ricciardo, travara um bom duelo com Fernando Alonso, que tem idade para ser seu avô, e se saiu melhor. Por outro lado, a Mercedes era uma vergonha só, com Russell – que largara do pit lane depois de destruir o carro na classificação – suando sangue para ultrapassar Valtteri Bottas, o que só conseguiria na volta 14.

Foi nesse momento que os torcedores de Verstappen suspenderam a respiração. Pelo rádio, a Red Bull avisou que tinha alguma coisa errada em seu carro. “Estamos tentando resolver, toca o barco aí”, falou Gianpiero Lambiase, seu engenheiro. Max nem perguntou o que era.

A prova entrou em modo tédio, com pouquíssimas disputas. Russell – punido por empurrar Bottas para fora da pista – escalava o pelotão e conseguia uma ou outra ultrapassagem. Tsunoda se defendia de Sergio Pérez e Nico Hülkenberg. Então, na volta 19, começaram os pit stops. Pierre Gasly, que era o sexto colocado, parou. Yuki fez o mesmo. Idem para Kevin Magnussen. Quem largou de pneus médios (quase todo mundo) colocou duros. Lá na frente não acontecia nada: Leclerc, Verstappen, Sainz, Norris e Piastri nas cinco primeiras posições. Pérez, com as paradas dos que estavam à sua frente, aparecia em sexto.

Sainz, da turma da ponta, foi o primeiro a parar para colocar pneus duros. Voltou em quinto. Era uma ameaça a Verstappen, que quando parasse poderia perder o segundo lugar para a Ferrari #55. A ideia do time italiano era justamente essa, o tal undercut. Max não se preocupava muito com isso. Seu objetivo continuava sendo um só: chegar à frente de Norris, o que estava conseguindo. O possível problema relatado pelo rádio antes desapareceu. Mas Lando estava se aproximando, agora em terceiro.

Colapinto, décimo: de novo na zona de pontos

Então a Red Bull chamou Verstappen para os boxes, na volta 26. Como se imaginava, Sainz passou e assumiu o quarto lugar, desenhando uma dobradinha da Ferrari – Norris e Piastri, segundo e terceiro, não tinham parado ainda. O líder Leclerc parou na volta 27. Voltou em terceiro. Na pista, McLaren fazendo 1-2. Por pouco tempo, porque ambos estavam devendo seus pit stops.

E estava demorando para a equipe papaia chamar seus pilotos. O britânico só foi para os boxes na 32ª volta. Olho na pista para ver se Verstappen recuperaria a posição. Assim foi. Lando voltou atrás do #1 da Red Bull. A diferença era superior a 6s. Finalmente veio Piastri para a troca, na 33ª volta. Com os cinco primeiros já de pneus trocados, a ordem agora era Leclerc, Sainz, Verstappen, Norris e Piastri. Russell, Lawson e Franco Colapinto, sexto, sétimo e oitavo, ainda não tinham parado.

Lando tinha pneus seis voltas mais novos que Verstappen. A pergunta era: será que essa borracha teria uma diferença tão grande de performance a ponto de permitir um ataque? A vantagem de Max não era muito confortável. Na volta 36, caíra para 4s4. E Norris acelerando. Verstappen entrou no rádio. “Estes pneus estão muito ruins!”. Seus tempos de volta mostravam que era verdade. Norris virava 1s mais rápido que ele.

Na volta 40, a 16 do final, Leclerc liderava tranquilamente com 6s de vantagem sobre Sainz. Ali estava tudo resolvido. Verstappen, em terceiro, já via Norris, o quarto, no retrovisor. A diferença era inferior a 3s. Piastri, Russell (sem pit stop), Pérez, Colapinto (também com os mesmos pneus da largada), Hülkenberg e Lawson eram os dez primeiros. O neozelandês fazia uma ótima corrida. Fora um dos últimos a parar e, mesmo tendo largado no fundo do pelotão, já entrava na zona de pontos.

Colapinto parou na volta 40 e Russell foi o último a trocar pneus, na 41ª. Era uma corrida de apenas uma parada, para surpresa de muita gente. A fase final da prova seria definida pelo desgaste de pneus de cada um. O mais ameaçado era Verstappen, em terceiro. Norris se aproximou rapidamente e na volta 43 a diferença era de 1s3 para o líder do campeonato. O ataque era inevitável e Max não teria muito o que fazer. Jogar tachinhas no asfalto? Óleo? Soltar fumaça? Suspirar desconsolado e engolir o choro?

Norris pôde abrir a asa móvel a partir da volta 44, quando se viu menos de 1s atrás do rival. Não se precipitou. Teria tempo de estudar as linhas de Verstappen para escolher o melhor momento para a ultrapassagem. Certo?

Errado.

Lando x Max: holandês soube se defender

Max é um mestre em se defender e dificultou o quanto pôde a ação do concorrente sem recorrer a manobras agressivas, apenas impedindo a aproximação da McLaren nos pontos onde seria mais difícil evitar um “passão”, gerindo muito bem o nível de suas baterias que dão potência extra ao motor.

Mas faltavam muitas voltas para o final, seria praticamente impossível sustentar a posição por tanto tempo, certo?

Errado.

O que se viu nas nove voltas seguintes à primeira abertura da asa móvel de Norris foi uma aula de Verstappen. “Praticamente impossível” não é “impossível”, e assim o holandês conseguiu se manter à frente do carro #4 até a volta 53, quando finalmente o inglês tomou uma atitude e passou. Mas fê-lo por fora dos limites da pista. Imediatamente Max reclamou. “Ele tem de me devolver a posição”, falou, calmamente, pelo rádio. Lando, como se respondesse diretamente a ele, explicou aos seus que tinha sido forçado pelo adversário para a área de escape. Ambos, no fundo, excederam os limites da pista. Os comissários abriram uma investigação.

Final em Austin: dois novatos nos pontos

A última briga da corrida foi a disputa entre Pérez, sexto, e Russell, sétimo. George tinha pneus bem mais novos. E conseguiu passar na última volta. Lá na frente, a Ferrari fechou a prova sem sobressaltos, Leclerc em primeiro, Sainz em segundo. E antes mesmo da bandeirada veio o aviso da punição para Norris: 5s por levar vantagem ao exceder os limites da pista na ultrapassagem sobre Verstappen. Lando recebeu a quadriculada em terceiro, mas caiu para quarto com o ajuste do tempo. Max herdou o pódio.

Piastri, Russell, Pérez, Hülkenberg, Lawson e Colapinto fecharam a zona de pontos. Que não passem em branco os resultados dos dois últimos: novatos, pontuaram à frente de companheiros com muito mais quilometragem no lombo. A Red Bull achou seu menino para o futuro – na filial, para ganhar casca, ou para a matriz, se achar que já dá para mandar Pérez passear. A Williams vai continuar tentando colocar o argentino na Sauber/Audi. Se ele não tiver um carro no ano que vem será um desperdício de talento.

A McLaren não reclamou histericamente da punição a Norris. Mas não gostou, claro. O inglês já tinha excedido os limites da pista outras vezes e estava, digamos, “pendurado” pelos comissários. Mas foi punido, mesmo, por ganhar vantagem por fora da pista. O piloto até se queixou, mas disse: “Não sou eu quem faz as regras”. Andrea Stella, chefe do time, ficou zangado. “O jeito que os comissários interferem nos resultados não é adequado”, disse.

O que chamou mais a atenção, ao menos deste que vos bloga, foi a falta de decisão de Lando para atacar Verstappen com tantas voltas pela frente a partir do momento em que colou nele. É verdade que a diferença de equipamento não era tão grande assim — a McLaren não emocionou ninguém durante o fim de semana. Mas o inglês tinha um carro um pouco mais rápido. E a necessidade de passar para manter acesas as esperanças de título. Quando resolveu fazer, fez tudo errado.

Se as coisas ficaram mais claras no Mundial de Pilotos com Verstappen abrindo um pouco mais de Norris e menos provas pela frente, o Mundial de Construtores está abertíssimo. A Ferrari ficou animadinha com a possibilidade de ser campeã. Por que não? Na classificação, a McLaren ainda lidera com 544 pontos. A Red Bull foi a 504. Já a Ferrari saltou para 496. Os italianos, no Texas, marcaram 55 pontos, contra 28 dos papaias e 29 dos rubro-taurinos.

Dá para sonhar.

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A NOIVA DO CAUBÓI (3)

Norris: sexta pole na temporada

SÃO PAULO (tudo muito nebuloso) – A pole-position para o GP dos EUA caiu no colo de Lando Norris. O inglês da McLaren tinha o melhor tempo no Q3 da classificação, que definia o grid da 19ª etapa do Mundial, mas Max Verstappen vinha numa volta que, já no primeiro trecho da pista, era quase 0s2 melhor que a sua. Então houve um acidente com George Russell, uma bandeira amarela, volta abortada e sessão encerrada. Azar de um, sorte do outro. Norris larga na pole pela sétima vez na carreira, sexta neste ano. Foi a 300ª pole de um piloto britânico na história da categoria.

Max, que venceu a Sprint no começo da tarde texana, ficou em segundo no grid. Líder e vice-líder do campeonato partem amanhã para mais um duelo tête-à-tête. A diferença de pontos a favor do holandês da Red Bull subiu de 52 para 54 graças à sua vitória na minicorrida – sua quarta nas quatro realizadas neste ano. Norris foi o terceiro colocado. Não há um favoritismo claro para nenhum dos dois. Talvez Verstappen tenha um carro ligeiramente mais rápido, pelo que fez na Sprint e pelo que vinha fazendo na classificação. Mas larga atrás, o que pode mudar a história da corrida. Por isso, é de se esperar algum tipo de pressão nos primeiros metros da prova. Qualquer um dos dois que desgarrar nas primeiras voltas passa a ser o favorito para vencer.

O grid em Austin: 300ª pole britânica na história da F-1

Com muitas nuvens no céu e 28°C de temperatura, a classificação começou com a turma do fundão indo primeiro para a pista. Norris, do pessoal da ponta, fez 1min34s029 na sua primeira volta rápida, que sempre serve como referência aos demais. Aí veio Verstappen com 1min33s690 para assumir a primeira posição. Pérez, quem diria, cravou um tempo idêntico ao de Lando e se colocou em terceiro. Então aconteceram algumas coisas esquisitas: faltando 8min para o final do Q1, apareceram nas primeiras posições Gasly, Hülkenberg, Lawson e Ocon. O francês da Alpine em primeiro com 1min33s550. Max caiu para segundo e os outros três fechavam o top-5. Não fazia o menor sentido, claro. A pista estava melhorando, essa era a única explicação.

Verstappen voltou à pista e virou 1min33s046. Leclerc chegou perto e acabou em segundo, ficando 0s195 atrás. Aí, a primeira grande surpresa do Q1: Lawson em terceiro. O neozelandês andou muito bem, mas qualquer que fosse seu resultado teria de largar em último porque a Pega Lá a Maquininha trocou tudo em seu carro – motor, câmbio, disqueteira e kit multimídia. Depois dele vieram, nas dez primeiras posições, Russell, Gasly, Magnussen, Hülkenberg, Pérez e Norris. A McLaren estava demorando para pegar no breu em Austin. Lando ficou 0s570 atrás de Verstappen.

E na degola? Albon, Colapinto, Bottas, Hamilton e Zhou. Sim, Hamilton. Ficou em 19º e ainda teve a melhor volta cancelada por exceder os limites da pista. Melhor volta que não teria colocado o inglês no Q2, diga-se. Isso depois de, ontem, ter saído do autódromo animadão com as novidades que a Mercedes trouxe para seu carro. Foi uma tragédia.

No Q2, Verstappen abriu os trabalhos com uma boa volta em 1min33s052. Marca muito próxima à do Q1, 0s006 pior. Gasly, na sua primeira saída, ficou em segundo, mostrando que, por algum milagre cósmico, a Alpine estava bem, mesmo. Seria a pintura de Indiana Jones? Aí a McLaren acordou. Norris virou 1min32s851 e pulou para primeiro. Piastri, na sequência, subiu para terceiro fazendo com o companheiro um sanduíche de Verstappen.

O holandês se livrou dos dois papaias na segunda volta voadora, 1min32s584, subindo novamente à ponta. Fechou o Q2 em primeiro, seguido por Sainz, Norris, Leclerc, Pérez, Piastri, Russell, Gasly, Alonso e Magnussen. Ficaram de fora Tsunoda, Hülkenberg, Ocon, Stroll e Lawson – este nem fez volta cronometrada, porque, como já dito não muitas linhas acima, vai largar em último.

Antes mesmo de o Q2 terminar Hamilton chegou ao “chiqueirinho” onde os pilotos dão entrevistas. À repórter Mariana Becker, da Bandeirantes, disse que o carro estava “horrível”, que alguma coisa tinha quebrado na suspensão dianteira na Sprint, a equipe arrumou e ficou pior ainda. “Amanhã vai ser um ‘Sunday drive’”, falou. A expressão pode ser traduzida como “um passeio de domingo”. Ou seja: não vai dar em nada, se pudesse nem sairia do hotel e iria tomar um milkshake vegano no centro de Austin acompanhado de um X-soja. Deve largar dos boxes.

Começou o Q3 com o engenheiro de Norris dizendo a ele pelo rádio: “Confie no carro, meu filho. Acredite! Pense positivo! Use seu mindset! Creia na prosperidade, que você pode ter o que quiser! Honre seu trabalho, seus pais e avós! O tempo vem!”. O sol já estava baixando em Austin, quase seis da tarde pelo horário local, quando as pessoas rezam Ave Maria com o Chitãozinho e o Xororó cantando. Ou seriam Xitãozinho e Chororó? Este é um bloqueio que tenho. Não sei qual é com X e qual é com CH.

O tempo veio mesmo. Norris virou 1min32s330 na sua primeira volta rápida. Verstappen estava na pista. Fez 1min32s361. No primeiro round deu Landinho, 0s031 mais rápido. Sainz e Leclerc vinham logo atrás em terceiro e quarto, mas com tempos bem mais altos. A disputa seria, mesmo, entre líder e vice-líder do campeonato.

Max tomou um susto quando saía dos boxes para sua segunda volta rápida. A Alpine liberou Gasly sem olhar direito e eles quase bateram. Respirou fundo, deixou pra lá e foi à luta. A tarefa não era das mais fáceis, porque o tempo de Norris era muito bom. Abriu bem a volta, marcando o melhor tempo do primeiro setor da pista de Austin. Então, Russell bateu forte. Bem no terceiro setor do circuito, no fim da volta. Bandeira amarela e cronômetro zerado. Max teria de tirar o pé numa volta que tinha começado tão bem. Jamais saberemos se conseguiria fazer a pole. Todos tiraram o pé do acelerador. E o grid ficou do jeito que estava, com os tempos já marcados até então: Norris na pole, seguido por Verstappen, Sainz, Leclerc, Piastri, Russell, Gasly, Alonso, Magnussen e Pérez nas dez primeiras colocações.

Verstappen lamentou a perda da pole, mas disse que tudo bem, pelo menos estará na primeira fila amanhã. Sainz, o terceiro, depois de uma boa Sprint algumas horas antes, também ficou satisfeito. “Nosso objetivo era melhorar em relação à classificação de ontem e melhoramos”, disse o espanhol da Ferrari. “Fiz uma volta bonita”, falou Norris, admitindo que seria difícil melhorar na segunda tentativa e reconhecendo o sopro da boa fortuna. “Max e Carlos talvez tivessem carros mais rápidos, dei um pouco de sorte, mas é o melhor lugar para começar uma corrida.”

O GP dos EUA, amanhã, começa às 16h.

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A NOIVA DO CAUBÓI (2)

Verstappen: invicto nas Sprints de 2024

SÃO PAULO (dinâmico, o jornalismo) – O sábado começou com Max Verstappen 52 pontos à frente de Lando Norris na classificação do campeonato. Chegou ao final da tarde com 54 a favor do holandês. O tricampeão mundial venceu a Sprint dos EUA em Austin, a minicorrida que dá oito pontos ao vencedor, sete ao segundo e assim por diante, até o oitavo colocado. Norris foi o terceiro. Foram 19 voltas na pista texana.

Max, que não vence um GP desde Barcelona, em junho, não tem do que reclamar das Sprints – que ele nem curte muito. Das 16 que já aconteceram na F-1 desde 2021, quando a novidade foi introduzida no Mundial, ganhou 11. Neste ano, venceu as quatro disputadas até agora: China, Miami, Áustria e Austin. Faltam duas, em Interlagos e no Catar.

A largada de Verstappen, que estava na pole, foi muito boa. A de Norris, mais ainda. O inglês pulou de quarto para segundo nos primeiros metros, subindo a pirambeira do circuito americano por dentro, enquanto a dupla da Ferrari olhava um para o outro. George Russell, segundo no grid, caiu para terceiro, com Charles Leclerc em quarto. A coisa começava bem para Landinho. Se Max sonhava com alguns bons pontos a mais na tabela ao final da Sprint, já que o adversário estava três posições atrás no grid, talvez tivesse de se contentar com uma mísera migalha.

As primeiras voltas foram marcadas pelo duelo entre Leclerc e Sainz, que trocaram de posições algumas vezes, ainda que sem muitas faíscas. Pareciam estar se divertindo, os pilotos da Ferrari. Mas é diversão que sempre gera alguma tensão nos boxes e na mureta.

Sainz passou na quinta volta e assumiu a quarta posição. Max, naquela altura, já tinha uma boa vantagem sobre Norris, 1s3. Russell, o terceiro, se aproximava do carro papaia-cromado.

Norris: segundo lugar perdido na última volta

As esperanças de Jorjão, no entanto, duraram pouco. Seus pneus acabaram. Na volta 8, Norris já tinha 2s sobre o inglês da Mercedes. E Sainz, que acompanhava a briga de camarote, mergulhou para cima do carro prateado e assumiu a terceira posição. Leclerc se animou e também foi para cima do #63. Passou na décima volta, deixando Russell em quinto. “Meus pneus estão torrados!”, informou o piloto, pelo rádio. “Torrados como um pão com manteiga que ficou muito tempo na chapa na padaria, por desleixo do chapeiro. Essa é a analogia que consigo fazer…” “Cala a boca, George!”, gritou Toto Wolff.

Vertsappen fazia uma corrida segura. Ao contrário de Russell, não torrava pneus. Mantinha-se à frente de Norris sem permitir uma aproximação que pudesse significar algum risco. Lando, sim, é que passou a se preocupar com o carro vermelho #55 que apareceu em seu retrovisor.

Na abertura da última volta, Norris errou a freada na curva 1 e foi ultrapassado por Sainz. Verstappen comemorou. Com Lando em segundo, faria apenas um ponto a mais que o rival da McLaren. Em terceiro, seriam dois.

E assim foi. Verstappen, Sainz, Norris, Leclerc, Russell, Hamilton, Magnussen e Hülkenberg foram os oito que marcaram pontos. Como dito ontem, nada, nada, Max marcou 32 pontos nas quatro Sprints de 2024 até afgora. Norris fez 15. “Foi como nos velhos tempos”, festejou o holandês.

Um pouco aqui, outro tanto ali, e o tetra vai ficando cada vez mais perto do piloto da Red Bull. Às 19h tem formação do grid para o GP dos EUA.

BAND X GLOBO – Atualizo essa questão mais tarde. Resumindo, o jornalista Ricardo Feltrin informou hoje pela manhã em seu canal no YouTube que a Bandeirantes fez chegar “ao mercado” que pretende virar o jogo para ficar com a F-1 no ano que vem. Há muita coisa a esclarecer, por isso editei esta caixinha agora há pouco. Estamos apurando o que está acontecendo. Por enquanto, a notícia é: Feltrin (que é um baita jornalista, fomos colegas na “Folha”) informa que Band vai tentar ficar com a F-1. Ponto. O que está fazendo para reverter o quadro, as armas a que recorreu, os valores envolvidos, isso tudo é o que estamos apurando. O que temos de informações até agora, inclusive com a Globo falando, está no Grande Prêmio. E já antecipo minha opinião: é muito difícil a emissora do Morumbi ficar com os direitos da categoria. A principal razão é que, faça o barulho que fizer, falta uma coisa essencial: o dinheiro. Mas seguimos acompanhando.

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A NOIVA DO CAUBÓI (1)

Verstappen: piloto ainda conta

SÃO PAULO (cadê a tempestade?) – Tem quem não goste. Mas o cara guia. E, aí, não adianta não gostar. Tem apenas de tirar o chapéu. Max Verstappen fez pela nona vez uma pole de Sprint. A minicorrida de amanhã será a 16ª na F-1, novidade instituída em 2021 na categoria. O holandês da Red Bull venceu as três disputadas neste ano. Faltam outras três: Austin, amanhã, depois Catar e Interlagos. No total, Max tem dez vitórias nesse tipo de prova. Nada, nada, só em 2024 fez 24 pontos nessa brincadeira. Num campeonato apertado — que começou folgado –, ajuda bastante.

Verstappen terá 19 voltas amanhã para tentar aumentar sua vantagem para Lando Norris no Mundial. Neste momento, são 52 pontos. Há um dado curioso, aí. Tem-se a sensação de que Norris, desde o GP de Miami, o primeiro que venceu — era a sexta etapa do Mundial –, só vem tirando a diferença para Verstappen no campeonato. Não é bem assim. Aliás, não é nada assim. Depois daquela corrida, Landinho ficou a 53 pontos de Max. Nas 12 etapas seguintes, o inglês da McLaren conseguiu descontar, no frigir dos ovos, apenas um.

É verdade que a vantagem do tricampeão já foi bem maior. Chegou a 84 pontos depois do GP da Inglaterra, 12ª etapa da temporada. Foi a partir daí que Norris passou a descontar. Mas a uma razão de 5,3 pontos por GP. Nesse ritmo, não consegue ser campeão. Faltam seis etapas para o fim.

O grid da Sprint: 19 voltas amanhã

Por isso a pole de Max hoje para a Sprint dos EUA tem um peso razoável. Como dito, mas gosto de repetir algumas coisas, ele terá 19 voltas para chegar na frente do rival e, mesmo que seja pouca coisa, ampliar sua vantagem na tabela. Norris é o quarto no grid. Ainda terá à sua frente George Russell, que ficou em segundo, e Charles Leclerc, o terceiro.

Usa-se muito por aqui a expressão “tirar leite de pedra”. Uma vez o Rubinho me disse, numa entrevista, que estava tirando “água de pedra” na Stewart; não coloquei no ar, ele confundiu, coitado. É expressão genuinamente brasileira — provavelmente a origem está na dificuldade de se conseguir algum leite das vacas emagrecidas pelas secas nordestinas. É o que Verstappen tem feito. Não com vacas, mas com um carro, o RB20. Um carro que não vence uma prova desde a Espanha, quatro meses atrás. Um carro que, por fim, andou sob suspeita neste fim de semana.

“Puxa, por quê?”

PORQUE SIM – Caixinhas servem para isso mesmo, neste blog. A FIA andou desconfiada (possivelmente alguém que saiu da Red Bul dedurou) de que os carros de Verstappen e Pérez podiam estar tendo a altura do assoalho alterada através de um dispositivo que poderia ser acionado por dentro do cockpit. Mudar a altura do assoalho de maneira mecânica, com alavancas e chaves, não é propriamente um mistério. Todos os carros possuem algo parecido. A questão (ou “questã”, como dizia minha avó) é que a Red Bull estaria fazendo isso de algum jeito maroto entre a classificação e a corrida, quando os carros ficam em regime de Parque Fechado e não se pode mexer em quase nada. Hoje os comissários técnicos vistoriaram os dois carros e a chefia da Red Bull provou por A + B que é impossível alterar a altura do assoalho sem desmontar uma parte da frente do carro. E que o dispositivo, chamado de T-Tray (algo como “bandeja em T”), é inacessível pelo cockpit. A equipe não negou sua existência, mas disse que não dá para fazer nada com ele com o carro montado. Os fiscais acreditaram. Mas, pelo sim, pelo não, meteram um lacre na bagaça. E não foi só na Red Bull, não.

A sexta-feira texana marcou a volta de Liam Lawson ao Mundial. O neozelandês de 22 anos, que disputou cinco corridas no lugar de Daniel Ricciardo no ano passado, assumiu de vez o cockpit da É Aproximação? e vai largar em 15º na Sprint. Na segunda parte da classificação, teve sua melhor volta cancelada por exceder os limites de pista. Fernando Alonso e Lance Stroll também padeceram da mesma punição.

Antes, todos eles tinham passado sem grandes problemas pelo SQ1, que teve na zona de eliminação Oscar Piastri, Esteban Ocon, Alexander Albon, Valtteri Bottas e Guanyuy Zhou.

Piastri, claro, foi a surpresa. O australiano até passaria ao SQ2, mas foi igualmente punido por sair da pista na curva 19, que tem pegado muitos pilotos de calças curtas em Austin. Albon também decepcionou, mas no seu caso foi um erro, mesmo, que acabou prejudicando a volta. Rodou e não conseguiu avançar. Domingo ele disputa seu 100º GP.

Os tempos do SQ1 e do SQ2 foram registrados com pneus médios, como manda o regulamento. No primeiro segmento, Leclerc foi o mais rápido com 1min33s647. No segundo, Carlos Sainz fez 1min33s274. O SQ2 teve, além dos três eliminados por excederem os limites da pista, a degola de Sergio Pérez e Pierre Gasly. O mexicano segue fornecendo à Red Bull um vasto estoque de motivos para ser demitido, embora tenha renovado seu contrato até o fim de 2026 com o time.

No SQ3, Hamilton saiu muito cedo dos boxes e foi o primeiro a reclamar com a equipe. Fez, de fato, um tempo bem chinfrim. Mas houve uma explicação, que nada teve a ver com o fato de ter ido para a pista antes de todo mundo. Quando terminava sua volta rápida, Franco Colapinto rodou na frente dele e uma bandeira amarela foi mostrada. Teve de tirar o pé. Vai largar em sétimo. Seu companheiro Russell chegou a sonhar com a pole, mas acabou sendo batido por Verstappen por 0s012. O tempo de Max: 1min32s833. O bom desempenho da Haas chamou a atenção. Andando pela primeira vez com a marca Toyota pintada no bico, Nico Hülkenberg ficou em sexto e Kevin Magnussen, em oitavo.

Outro bom nome da sexta-feira foi Colapinto, que levou a Williams ao décimo lugar. O argentino, a cada dia, mostra para a F-1 que não faz muito sentido não ter um carro para o ano que vem. A equipe segue tentando emprestá-lo à Audi, nova dona da Sauber. Mas, até agora, não saiu negócio.

Amanhã a Sprint começa às 15h. Às 19h, sempre pelo horário de Brasília, sai o grid para o GP de domingo, 19º do ano.

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