AQUI NÃO PODE (4)

“Chiqueirinho” das entrevistas: Alonso não veio, está com dor de barriga

SÃO PAULO (hora de ir) – De notícia importante mesmo hoje em Interlagos, temos a punição para Max Verstappen, que vai perder cinco posições no grid para a corrida de domingo. A Red Bull trocou seu motor de combustão, que estava abrindo o bico. Ele já passou dos limites de troca por ano.

Vai atrapalhar um pouco, porque largará mais atrás. Mas acho que conseguirá onde chegaria mesmo sem perder posições no grid, porque esta é uma pista fácil de ultrapassar.

Tem todo um burburinho, também, sobre Franco Colapinto. A Red Bull está interessada. Mas Sergio Pérez segue jurando que não vai sair do time. Vamos aguardar. O argentino está em alta e já pediu à Williams para liberá-lo caso apareça uma chance como a que se avizinha.

Na Sauber/Audi, tudo ainda meio confuso. Gabriel Bortoleto segue na lista. Valtteri Bottas também. Até Kevin Magnussen anda ciscando por ali. O nome de Mick Schumacher perdeu força. Não vou arriscar nada por enquanto. Seria chute. Mas o Grande Prêmio está apurando umas coisas e em breve poderemos ter novidades.

Por fim, Fernando Alonso não passou hoje pelo autódromo porque teve infecção intestinal no México, foi para a Europa se tratar e faltou às atividades de mídia. Já está no Brasil, mas descansando no hotel.

Ah, faltou dizer que o sertanejo Daniel será o responsável por cantar o Hino Nacional domingo. Ele disse que sabe a letra de trás para frente, porque sempre cantava na escola quando era criança.

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AQUI NÃO PODE (3)

Senna, o “Grande Irmão”: tudo vê, tudo sabe

SÃO PAULO (overdose) – Este GP poderia ser chamado de GP do Senna, em vez de GP de São Paulo. Rigorosamente todas as atividades no entorno do evento têm como tema único o ex-piloto morto de 1994. Sua imagem está por todos os cantos. O nome Senna, cuidadosamente elaborado pela Senna Brands, também.

Selecionei algumas, para que vocês saibam mais ou menos o que está acontecendo em São Paulo por esses dias. Não vou dizer exatamente o que penso disso tudo por enquanto, porque aqui não pode.

HAMILTON – Chegou com Senna na camiseta e mandou pintar um capacete verde e amarelo com o S no cocuruto, e é ele que vai guiar, no sábado, o McLaren de 1990 com o qual Senna foi campeão mundial.

VETTEL – Foi a um centro de reciclagem na zona sul da cidade, juntou uns cacarecos e fez — adivinhem! — um capacete do Senna, que foi levado ao S do Senna para que todos os pilotos tirassem uma foto na obra. Sebastian usava uma camiseta do Senninha.

ARTE PURA – A carranca de Senna que fica no Setor A de Interlagos, segundo informações da assessoria da Senna Brands, foi “restaurada”. O painel do artista Kobra que decora a empana da torre de controle também. A obra mostra Senna levantando um troféu.

PROST – Deu uma entrevista à assessoria da Heineken, que vai ter uma área em sua “village” dedicada a Senna. O ex-companheiro do brasileiro disse que tinha ciúmes de Senna porque ele era amado no Brasil. E ele, Prost, não tinha o mesmo reconhecimento dos franceses. Encerra a entrevista dizendo que gostaria de tomar uma cerveja com Senna.

AUDI – A marca alemã, que chegou ao Brasil pelas mãos de Senna em 1993, está procurando com satélites, foguetes e discos-voadores curvas nas estradas do Brasil que se pareçam com o S do Senna. Já encontrou uma em Urubici (SC) e agora essa aí em Ribeirão Pires, na Grande São Paulo.

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AQUI NÃO PODE (2)

SÃO PAULO (com frio) – Serei honesto. Subi ao paddock apenas para fazer um cálculo de quantos degraus subirei e descerei neste fim de semana. São 62 na ida e os mesmos 62, claro, na volta. Mas já que estava lá, decidi dar uma espiada nas coisas. Já era tarde e as equipes não estavam trabalhando. Poucos, nos boxes, entre outros motivos porque a F-1, já tem alguns anos, controla as horas de trabalho dos mecânicos para que eles não pifem de estafa.

E, então, tive a brilhante ideia de tirar fotos das luzes que decoram os boxes de cada equipe na parte de trás, que é por onde as pessoas circulam. Este ensaio se chama, apropriadamente, “Luzes”. Um dia serei reconhecido por minha genialidade e pelo olhar artístico.

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AQUI NÃO PODE (1)

SÃO PAULO (na tenda) – Contrariando toda e qualquer estratégia de cobertura de um evento como o GP de São Paulo, ex-Brasil, não usarei redes sociais. Exceto para fazer chamadas para este blog.

Que, seguindo secular tradição, fará o que hoje pode ser chamado de “cobertura alternativa”. Porque blog virou uma mídia absolutamente alternativa. Ninguém lê. É como jornal clandestino rodado no mimeógrafo. Chegava a meia dúzia de gatos pingados. Que se pegos com um exemplar, levavam tabefes da polícia até dizerem quem é que lhes tinha entregado aquele material subversivo. Depois iam atrás de quem tinha feito o material subversivo, destruíam o mimeógrafo, queimavam os exemplares não distribuídos e mandavam os comunistas safados para o DOI-Codi.

Pois bem, meu mimeógrafo é meu laptop e meus exemplares clandestinos se encontram nesta página. Espero que vocês não sejam apanhados pela polícia lendo. Não me responsabilizo pelos tabefes que levarão.

Alguém há de perguntar que diabo de título é esse escolhido para a série que termina domingo à noite, quando uma deliciosa neblina descer sobre Interlagos cobrindo meu Gol GT de um orvalho sagrado.

É que em Interlagos, em fim de semana de F-1, não pode nada.

Nada do que relatarei aqui tem relevância, já adianto. Mas vou me esforçar para entregar algo que remotamente lembre, sei lá, jornalismo literário. Farei relatos pessoais, muitas vezes. Que, de novo, são miseravelmente irrelevantes. Mas não faz mal. Já cobri esta corrida muitas vezes. Desde 1988, só não estive em duas. Em 2021, porque morava na Bahia, e no ano passado, porque não recebi credencial — episódio infeliz que não merece mais do essas três palavras: não recebi credencial. Já escrevi para jornais, revistas, trabalhei em rádio ficando 12 horas por dia no ar. Nada disso existe mais — jornais, revistas, rádios que cobriam a corrida como se fosse a volta de Jesus Cristo ao planeta.

Oficialmente entrei na cobertura do GP de São Paulo de 2024, ex-Brasil, ontem ao chegar ao centro de credenciamento pontualmente às 14h, horário de abertura para a entrega dos passes. Entrei com meu carro no estacionamento do portão 8 e pela primeira vez no fim de semana ouvi um “aqui não pode”. Não podia entrar. Argumentei que tinha de pegar minha credencial e entrei.

Para quem conhece Interlagos, o local fica atrás das arquibancadas cobertas na altura da freada para o S do Senna. É uma espécie de pátio usado como estacionamento. Avistei uma vaga e um segurança me avisou: aqui não pode. Perguntei onde podia, ele me indicou uma via paralela à pista e quando me dirigi a ela outro segurança, antes mesmo que eu fizesse menção de parar o carro alertou: “Aqui não pode parar”. “Mas ainda estou andando”, retruquei. “Mas aqui não pode.”

Depois de duas voltas no tal pátio aproveitei-me da distração dos agentes e parei o carro com invejável agilidade, de modo que não pudesse ser notado até que fosse tarde demais. Saí correndo e ninguém me viu. Cheguei na fila do credenciamento.

Fazia um sol de rachar. Depois de uma hora sem que a fila avançasse um centímetro que fosse, dirigi-me à entrada do recinto em busca de informações mas fui barrado. “Aqui não pode”. Não pode o quê?, ensaiei o debate, e soube que não podia ficar na sombra. Ordens de cima, adiantou uma segurança, com quem discuti e fui muito mal educado. Isso foi ontem. Hoje me desculpei com ela e até chorei ao lhe dar um abraço.

Fiquei três horas na fila. Para saber que minha credencial, por ter sido aprovada na terça à noite, não tinha ficado pronta ainda. Só amanhã, disseram. Peguei o carro e fui embora.

Cheguei hoje ao centro de credenciamento às 16h40, 20 minutos antes do encerramento das atividades do local. Entrei com o carro pelo portão 8. Não deu tempo de me dizerem “aqui não pode”, entrei. Mas quando fui parar, aqui não pode — disse o primeiro segurança. E o segundo. E o terceiro. E o chefe da segurança de alcunha “Alemão”. E um senhor cujo nome esqueci que atua há 40 anos como uma espécie de zelador do autódromo quando tem F-1. Ele me recomendou, às minhas queixas e sabendo-me jornalista: “Desce a caneta”.

Consegui parar, distante dos olhares atentos da segurança. Ao contornar barreiras metálicas dispostas no estacionamento para ir ao local onde retiraria o passe, outro segurança me alertou que aquele trajeto, a pé, não podia. Era pelo outro lado. Que dava na entrada dos carros, o já famoso postão 8. Faltavam alguns passos para ganhar a calçada. Entre mim e ela, a calçada, uma segurança de colete amarelo. Houve uma troca de olhares. O meu, culpado — na minha testa devia estar escrito que tinha acabado de roubar um motor da Red Bull para sair com ele dentro da mochila. O dela, ferino. “Aqui não pode”, disse finalmente a moça que estava na entrada dos carros. Apertei o passo, não olhei para trás e consegui chegar à calçada para, às 16h53, entrar em nova fila.

Peguei a credencial. Pedi meu “car pass”. Sem ele não se entra de carro no autódromo. Não consegui pregar na janela do carro, ainda. Não tem cola, sei lá como vou fazer isso. Peguei o carro e fiz uma curva muito fechada em direção ao túnel que passa por baixo da pista, observado pelo busto de José Carlos Pace, para onde seus restos mortais foram levados outro dia. Estavam instalando telões no túnel, passava um carro por vez. Quem tentava sair não conseguia. Quem tentava entrar, tampouco. Travou tudo. Uma van enorme que vinha lá de baixo tentou fazer um retorno rumo ao paddock. “Aqui não pode!”, gritou um agente que orientava o trânsito. O motorista alegou que estava indo buscar pilotos. Desconfiado, o sujeito cancelou o “aqui não pode”.

Fiquei 40 minutos ali. Havia caminhões descarregando material ao lado do que me parece ser o Senna Club, camarote cujos ingressos são vendidos a R$ 24.800 e dão direito a um pedaço do asfalto do S do Senna sobre o qual Senna nunca passou porque morreu há 30 anos e a pista já foi recapeada um par de vezes desde então. Mas eu já passei com meu Lada, quem ganhar esse pedaço de asfalto que saiba disso.

Não tem sala de imprensa este ano. A área usada normalmente pela mídia formal está em reforma, disseram, e montaram uma tenda no estacionamento que fica na área interna da antiga Curva do Sol. Noto que há menos jornalistas neste ano do que nos anos anteriores, e muito menos do que na época em que viajava para as corridas. A imprensa está morrendo. Os jornalistas estão acabando.

Para ir ao paddock, é preciso subir uma escada com 62 degraus. Quando cheguei ao topo, notei duas meninas debruçadas sobre o parapeito produzindo “conteúdo”, que não deve ter ficado muito bom porque rapidamente se aproximou um segurança para dizer que ali não podia.

Gosto do paddock de Interlagos porque o frequento amiúde, na condição de piloto de carro velho. Na F-1 fica tudo muito bonito e percorri os fundos dos boxes de ponta a ponta para realizar excepcional ensaio fotográfico batizado de “Luzes”, que será postado aqui daqui a pouco.

E encerro estas primeiras impressões deixando aos meus parcos leitores uma espécie de guia para seguir o GP de São Paulo, ex-Brasil, por aqui. Vai ter notícia? Vai. Vai ter textão de treino, Sprint, corrida? Vai. Muitas notinhas? Sim. Ao final do domingo você vai ter a impressão de que ficou sabendo das coisas por aqui? Talvez. Mas espero que, pelo menos, todos tenham algum prazer em ler. Porque é o que farei, escrever. Não farei dancinhas, “reels”, “stories”, “combos”.

Porque aqui, e agora falo deste blog, não pode.

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Trailer da série que estreia na Netflix em 29 de novembro, sobre Ayrton Senna.

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AGENDINHA

Interlagos chegou!

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SOBRE ONTEM À TARDE

A IMAGEM DA CORRIDA

Sainz de braços abertos: “Eu queria muito ganhar mais uma com a Ferrari”

SÃO PAULO (mereceu muito) – Carlos Sainz ganhou um GP pela segunda vez no ano e tem mais quatro corridas para, quem sabe, se despedir da Ferrari com mais alguma vitória. Ele chegou ao time italiano em 2021, estava negociando para continuar mas, em fevereiro, soube que a equipe assinara com Lewis Hamilton para 2025 “and beyond”. E que tinha escolhido Charles Leclerc para ser companheiro do inglês.

Não tinha muito o que fazer. Tentou um lugarzinho na Mercedes, que não se interessou. A Audi mandou um “oi, você por acaso é parente do nosso Sainz?” pelo WhatsApp, mas aí quem não se interessou foi ele. Deu uma passada na sede da Red Bull para conversar com os velhos amigos — foi piloto da Toro Rosso em 2015 e 2016 –, mas na porta da fábrica uma placa informava: “Não temos vagas”. Sobrou a Williams, para onde vai em 2025.

O espanhol tem só 30 anos e é claro que no futuro pode voltar a vencer corridas. Mas na Williams, onde estará nas próximas três temporadas, pelo menos, será muito difícil. Então, está desfrutando seus últimos dias num time grande. Foi o que disse domingo no México: “Queria muito ganhar de novo com a Ferrari”. E ganhou com estilo.

Sainz faz parte de uma lista de 40 pilotos que já venceram com o macacão (nem sempre) vermelho de Maranello. O recordista, disparado, é Michael Schumacher, com 72 vitórias pelo time. Depois dele vêm Niki Lauda (15) e Sebastian Vettel (14). Com quatro, Carlos se colocou ao lado de Eddie Irvine, John Surtees e Clay Regazzoni nas estatísticas de Maranello. E tem mais:

O NÚMERO DO MÉXICO

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…anos se passaram desde a última vez em que a Ferrari, num mesmo campeonato, viu seus dois pilotos ganharem mais de uma corrida. A última foi em 2008, com Kimi Raikkonen (Malásia e Espanha) e Felipe Massa (Bahrein, Turquia, Espanha, França, Bélgica e Brasil). Nesta temporada, Sainz venceu no México e na Austrália e Leclerc ganhou em Mônaco, Monza e Austin.

GRACINHA – Nas imagens acima, a eleição de Sainz como “Piloto do Dia”, a alegria no pódio e a brincadeira mútua com Zak Brown, chefe da McLaren. Aconteceu que o espanhol invadiu a foto tradicional de sua ex-equipe para comemorar o segundo lugar de Lando Norris. O dirigente devolveu na mesma moeda: quando a Ferrari posava para o retrato com seus dois pilotos que foram ao pódio, Brown entrou na frente de todo mundo. As relações entre as duas equipes são muito amistosas. Zak é muito amigo de Frédéric Vasseur, chefe ferrarista.

MAS TEM BRIGA – Relações amistosas, mas a briga pelo título é entre elas. Com os 41 pontos que fez no México, a Ferrari ultrapassou a Red Bull no Mundial de Construtores e agora mira na McLaren, apenas 29 pontos à frente. O time de Max Verstappen ficou definitivamente para trás. E uma situação que não ocorre há 41 anos pode se repetir em 2024: um piloto conquistar o título e sua equipe ficar em terceiro no Mundial de Construtores. A última vez foi com Nelson Piquet, em 1983. Naquele ano, a Ferrari ganhou a taça entre as equipes, com a Renault em segundo. A Brabham, time do brasileiro, ficou atrás das duas.

A FRASE DO HERMANOS RODRÍGUEZ

“Eu já sabia o que esperar.”

LANDO NORRIS, SOBRE A DISPUTA COM VERSTAPPEN
Lando x Verstappen: holandês punido duas vezes

O encontro entre Norris e Verstappen, que tem sido muito frequente neste ano, aconteceu na décima volta do GP mexicano. Desta vez, os comissários foram bem rigorosos com o holandês. Meteram 10s na sua fuça por ter jogado o inglês para fora da pista numa manobra de defesa. Depois, avaliaram que ele levou vantagem passando o rival por fora, também, e mandaram mais 10s no lombo.

Norris falou que o adversário “não jogou limpo” mas que “sabia o que esperar” quando veio para ganhar sua posição. Max fez um muxoxo e nem reclamou muito. “Quando seu carro é lento, você acaba se colocando nessas situações”, disse. O tricampeão não vê a hora de o campeonato acabar.

MAIS NÚMEROS – A F-1 tem festejado algumas cifras marcantes neste bom Mundial de 2024. A vitória de Sainz, por exemplo, elevou a seis o número de pilotos com mais de uma vitória na temporada. Além do espanhol, Hamilton, Verstappen, Piastri, Norris e Leclerc. O sétimo vencedor do ano foi Russell, mas este ganhou apenas um GP.

ALONSO, 400 – E não passou em branco, claro, a marca de 400 GPs de Fernando Alonso, o piloto que mais disputou corridas na história. Embora ele tenha abandonado a prova no início, chegou a 21.593 voltas completadas na categoria. Foram 15 ontem, até parar com superaquecimento nos freios. O espanhol estreou em 2001 pela Minardi. De seus atuais colegas de campeonato, Lawson, Piastri, Colapinto e Bearman ainda não tinham nascido quando ele disputou seu primeiro GP.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS da Haas, que marcou oito pontos com o sétimo lugar de Magnussen e o nono de Hülkenberg. Foi o melhor resultado do dinamarquês no ano e sua melhor corrida em muito tempo, recebendo elogios de todos os lados, principalmente do chefe Ayao Komatsu. “Ele chegou só quatro segundos atrás do Verstappen!”, festejou o japonês. É bom lembrar que Magnussen está sem equipe para o ano que vem. E não vai encontrar, já que a única vaga aberta, na Sauber/Audi, tem muitos candidatos e ele não está na lista. O time americano fez pontos pelo quinto GP seguido, foi a 46 e abriu dez em relação à Pode Parcelar Até em Seis, se firmando na sexta posição do campeonato.

NÃO GOSTAMOS da Eu Quero Minha Via Sim, que foi muito bem nos treinos livres mas, na classificação, viveu um efeito dominó a partir da batida de Tsunoda no Q2. Seu companheiro Lawson teve de tirar o pé por causa das bandeiras amarelas e nenhum dos dois passou ao Q3. Por conta disso, ambos largaram no chamado “pelotão da merda”, e lá acontece de tudo — como um acidente do japonês, que saiu da corrida antes da primeira curva. Lawson se enroscou com Colapinto no fim e quebrou a asa dianteira. Resultado: o time saiu zerado do México. Nas últimas seis corridas, a filial da Red Bull marcou dois pontos. A Haas, sua adversária direta, fez 19.

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TORTILLAS (3)

Sainz, segunda vitória no ano: aproveitando últimos dias de Ferrari

SÃO PAULO (é isso aí) – Carlos Sainz venceu o GP do México. E foi justíssima, a vitória. Largou na pole, perdeu a ponta para Max Verstappen na primeira volta, mas na nona recuperou. E foi assim até o final. O espanhol está em seus últimos dias de Ferrari. Ano que vem defenderá a Williams. No seu carro vermelho estará Lewis Hamilton. Está aproveitando para fazer o que, a partir de 2025, será quase impossível de realizar. Lando Norris foi o segundo colocado e Charles Leclerc, com a outra Ferrari, ficou em terceiro. Verstappen, depois de levar uma punição de 20s, terminou em sexto.

O inglês da McLaren descontou dez pontos na classificação. Um pouco abaixo da média que precisa tirar, por etapa, para conquistar o título. O placar, agora, aponta 362 x 315 para o holandês da Red Bull. São 47 pontos de diferença. Faltando quatro corridas para o fim do campeonato, Norris precisa, a cada GP, fazer 11,75 pontos mais que Verstappen para ser campeão. Há 120 pontos em disputa, já que duas etapas, no Brasil e no Catar, têm Sprints na programação.

A situação do tricampeão mundial ainda é confortável. E seu maior aliado nesta reta final é o time italiano, que vive seu melhor momento na temporada — são três vitórias nas últimas cinco corridas. Sainz venceu pela quarta vez na carreira, segunda no ano. A outra foi na Austrália, no início do Mundial.

A Ferrari passou a Red Bull entre os construtores e agora é a vice-líder com 537 pontos. A equipe austríaca tem 512 e deu adeus à taça — não tem forças para reagir, ainda mais porque seu segundo piloto Sergio Pérez, tem sido uma nulidade. Na ponta, a McLaren tem 566. São apenas 29 mais do que a escuderia vermelha, que vai lutar pelo título e tem chances concretas de ser campeã. E isso, claro, vai ajudar Verstappen. Sainz e Leclerc têm muito mais chances de tirar pontos de Norris do que ele, Max.

O GP do México foi disputado com o tempo nublado e 20°C. As arquibancadas estavam cheias para torcer por Pérez — 404.958 ingressos vendidos para os três dias do evento –, mas viram seu piloto decepcionar de novo. Já no sábado o mexicano fracassara, com um patético 18º lugar no grid. Sua vaga na Red Bull para 2025 está muito ameaçada, mesmo com o contrato renovado por dois anos. O cara não vai, simplesmente.

Largada: Max na frente, batida de Tsunoda e Albon lá atrás

A maioria dos pilotos escolheu pneus médios para a corrida. Com os duros, apenas os que estavam mais para trás no grid: Liam Lawson, Valtteri Bottas, Franco Colapinto, Pérez, Guanyu Zhou e Estevan Ocon. Este último largou dos boxes.

Na largada, Verstappen, ao lado de Sainz na primeira fila, se agarrou à chance de chegar na frente na primeira curva como se fosse a última boia num naufrágio. Não tirou o pé até o último instante, resistiu aos ataques de quem vinha atrás tentando o vácuo e fez a curva em primeiro. Sainz foi pela grama, passou o holandês e devolveu a posição. E antes mesmo da primeira freada aconteceu o primeiro acidente do dia: Yuki Tsunoda tentou passar Alexander Albon e sua roda traseira acertou o Williams do tailandês. Ambos abandonaram. O safety-car foi acionado.

Pérez, lá no fundão, até que largou bem, pulando de 18º para 13º. Mas tinha parado o carro fora do colchete que marca a posição no grid. O engenheiro avisou pelo rádio: “Nossa largada está sob investigação”. “Por quê?”, questionou o mexicano. “Queima de largada”, respondeu o moço da Red Bull. “Não”, retrucou o piloto autoelogiando-se. “Foi uma grande largada.” Era mais fácil o engenheiro dar a letra: tu parou o carro no lugar errado, cacete! A punição veio minutos depois: 5s, que seriam pagos no pit stop.

Lando x Max de novo: punições para o holandês

Demorou bastante para os fiscais removerem os carros de Tsunoda e Albon. A relargada só aconteceu na sétima volta. Max manteve a ponta. Mas na nona volta, com a asa aberta na interminável reta dos boxes do circuito asteca (asteca?), Sainz passou o holandês e assumiu a liderança. Na décima volta, treta! Norris tentou passar Verstappen no trecho do estádio, um empurrou o outro, o outro empurrou o um, Leclerc, quarto colocado, aproveitou e, duas curvas depois, passou os dois e foi para segundo.

Lando, pelo rádio, disparou impropérios e acusações. “O PCC mandou um ‘salve’ pros comissários aliviarem pra ele!”, gritou. Desta vez, porém, os comissários foram rápidos. Anunciaram um pênalti de 10s para o tricampeão mundial, por ter forçado Norris para fora da pista duas vezes.

Na 16ª volta, uma tristeza. Fernando Alonso, que completava seu 400º GP e esperava festejar de alguma forma, abandonou com superaquecimento nos freios. Sainz, Leclerc, Verstappen, Norris, George Russell e Lewis Hamilton eram os seis primeiros. Kevin Magnussen, Nico Hülkenberg, Pierre Gasly e Lawson completavam o grupo dos que fariam pontos se a corrida terminasse ali. Mas ainda tinha muita coisa para acontecer.

Na volta 18, por exemplo, Pérez mergulhou para cima de Lawson e o neozelandês não quis nem saber. Checo ficou louco da vida. Me contaram que dos presídios mexicanos veio outro “salve”: o cartel de Tijuana mandou sequestrar a família do piloto da Tem a Maquininha?, e juro que é verdade esse “bilete” – que nem o do Tarcísio, aquele vagabundo. Pérez não passou. Xingou muito. Veio Stroll e partiu para a briga com o piloto da Red Bull, também. Mais atritos, mais ações tendo de ser analisadas pelos comissários, mais “salves” das penitenciárias. Agora, para invadir o Canadá.

Pérez parou nos boxes na volta 21. Pouco antes a Red Bull foi avisada de que Verstappen receberia mais 10s de punição por ter levado vantagem sobre Norris por fora da pista. Total 20s. O engenheiro de Max, coitado, comunicou ao piloto com todo cuidado. Sabe como é, muitas vezes o mensageiro paga pela mensagem e o rei manda cortar a cabeça do infeliz. Max apenas bufou.

O holandês foi para os boxes na volta 27. Teve de ficar 20s parado sem ninguém encostar no carro. Pagou o pênalti e voltou em 15º, cheio de ódio no coração. Até o fim da prova, a única coisa que teria a fazer era, como se diz, reduzir os danos: entrar logo na zona dos pontos e ver onde daria para chegar.

Norris parou na volta 31 e colocou pneus duros, fazendo seu pit stop. Era corrida de apenas uma parada, estava muito claro. Na volta 32, Verstappen assumiu o décimo lugar. Na mesma hora Leclerc, segundo colocado, parou e trocou seus pneus. O líder Sainz foi para os boxes na 33ª volta, fez a troca e seguiu em primeiro, tranquilo.

Na 36ª volta, metade da corrida mais uma, Verstappen era o oitavo colocado. À frente dele, Oscar Piastri e Lawson ainda não tinham parado. Virtualmente, pois, o holandês era o sexto. O domingo não seria uma tragédia, afinal, apesar do pênalti pesado e do esperado pódio de Norris. Intimamente, ele agradecia à Ferrari, que dominava a prova e ensaiava a segunda dobradinha seguida.

A prova foi se encaminhando para seu terço final sem muita coisa para acontecer, quando Verstappen, pelo rádio, perguntou para a equipe se não ia chover. “Está ficando escuro”, disse. Pneus de chuva foram preparados nos boxes. Mas não veio chuva nenhuma. Faltando 25 voltas, Sainz, Leclerc, Norris, Russell, Hamilton, Verstappen, Magnussen, Hülkenberg, Colapinto e Piastri eram os dez primeiros. O argentino da Williams era o único que não tinha parado ainda, dessa turma. Pérez ocupava a última colocação. O público nas arquibancadas não sabia bem o que comemorar. E ficou feliz da vida quando o piloto passou Zhou e foi para penúltimo.

A 15 voltas do fim, Sainz e Leclerc mantinham-se em primeiro e segundo, mas Norris ameaçava uma aproximação. Pela primeira vez, a diferença dele para o monegasco caíra para menos de 3s. Russell e Hamilton, em quarto e quinto, brigavam entre eles de maneira muito civilizada. Verstappen, em sexto, esperava apenas a hora de ir embora para o hotel. Magnussen, Piastri, Hulk e Gasly eram agora os outros quatro da zona de pontos.

E Lando chegou mesmo em Leclerc na 59ª das 71 voltas previstas para o GP mexicano. A diferença caiu para pouco mais de 1s. A dobradinha da Ferrari subiu no telhado. E caiu rapidinho, sem briga. No fim da 62ª volta, Leclerc errou, deu uma rabeada, saiu da pista, quase bateu. Norris passou e assumiu o segundo lugar.

Final no México: Ferrari em seu melhor momento

Hamilton passou Russell só na volta 66, depois de um tempão atrás do companheiro. Sobrou uma luta besta pelo ponto extra da melhor volta. Lawson tinha quebrado a asa num toque em Colapinto, colocou um bico novo e pneus macios e fez o melhor tempo do dia. A Ferrari devolveu, chamando Leclerc para tentar o mesmo. A Red Bull idem, com Pérez. No fim, Sainz, Norris e Leclerc foram para o pódio. Charlinho fez a melhor volta, afinal. Hamilton foi o quarto, seguido por Russell, Verstappen, Magnussen, Piastri, Hülkenberg e Gasly.

Domingo tem mais, em Interlagos.

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TORTILLAS (2)

Sainz: bela pole, pela primeira vez no ano

SÃO PAULO (tarde demais) – Carlos Sainz larga na pole no México, o mais bem acabado quadro do enorme ponto de interrogação que vem sendo a 20ª etapa do Mundial desde o início dos treinos, ontem. Ninguém apontava o espanhol da Ferrari como favorito. Foi sua primeira pole no ano, apenas a sexta na carreira. Com as quatro grandes se revezando nas primeiras posições em todas as sessões, essa pequena surpresa não… surpreende! Max Verstappen, líder do campeonato, tirou leite de pedra mais uma vez e colocou a Red Bull em segundo no grid. O vice Lando Norris é o terceiro, e o “poleman” da Ferrari, Charles Leclerc, ficou em quarto. A terceira fila tem a dupla da Mercedes, George Russell e Lewis Hamilton. Russell teve seu carro reconstruído durante a noite depois do acidente de ontem no segundo treino livre. Foi preciso até trocar o chassi.

Se não havia nenhum favorito claro à pole hoje, não há à vitória amanhã. A famosa frase “qualquer coisa pode acontecer” está valendo mais do que nunca para o GP do México. Muita coisa pode ser definida na largada. Há uma enorme distância entre a ponta do grid e a freada para a primeira curva. Dois pilotos têm muito a perder em caso de disputa mais acirrada: Verstappen e Norris. Os demais são franco atiradores. Por isso, pode ser uma prova divertida. A largada está marcada para as 17h de Brasília.

A classificação, como já dito, começou sem favoritismo claro de ninguém. Mercedes, Ferrari e McLaren tinham feito os melhores tempos nos três treinos livres, e a Red Bull se ocupava de seus problemas técnicos sem aparecer na frente em momento algum. Assim começou o Q1, totalmente indefinido. Até no pelotão do meio a bagunça era generalizada. Williams, Haas, Aston Martin, Alpine e Quer a Sua Via? se revezavam na intromissão entre as grandes.

Quem apanhava feito cachorro vira-lata era Pérez. A 5min do fim do Q1, o mexicano era o último colocado. Seu companheiro Verstappen, andando mais do que o carro, liderava a tabela de tempos. Um abismo de performance, embora os tempos fossem todos muito próximos – o que sempre ocorre em pistas curtas como a do autódromo Hermanos Rodríguez.

Por isso os últimos instantes da primeira fase da classificação foram tensos. Piastri era outro que se encontrava na zona da degola com o cronômetro perto de zerar. E o parceiro Norris lá na frente… Oscar, pelo menos, tinha a desculpa de ter tido sua melhor volta cancelada por exceder os limites da pista. Mas, digam o que quiserem, o que Pérez e Piastri fizeram foi dar vexame. Ambos acabaram eliminados no Q1. Pela ordem, a degola ceifou Colapinto, Piastri, Pérez, Ocon e Zhou. O australiano da McLaren tinha passado ao Q3 em todas as corridas do ano. Já Checo ficou em 18º correndo em casa, diante de sua torcida, ameaçado de demissão, sob especulações a respeito de uma aposentadoria voluntária e horas depois de saber que Tsunoda ganhou um teste com seu carro depois da última corrida do ano. Um inferno astral que parece não ter fim. Explicações? Problemas nos freios.

Norris, Sainz, Verstappen, Leclerc, Magnussen, Gasly, Tsunoda, Hülkenberg, Albon e Russell foram os dez primeiros no Q1. A disputa pela pole seguia aberta.

O Q2 foi bem disputado e Norris voltou a andar na frente, começando a apontar algum favoritismo para a McLaren. Prognóstico sem muita convicção, porém. Verstappen foi o segundo, com Sainz e Leclerc em terceiro e quarto. Faltando 10s para a quadriculada, Tsunoda bateu, provocando uma bandeira vermelha. Não haveria tempo para mais nada quando seu carro fosse removido. Assim, o japonês foi eliminado em 11º, com seu novo companheiro Liam Lawson logo atrás dele. Alonso, Stroll e Bottas também ficaram fora do Q3. A Haas avançou com seus dois pilotos, assim como Mercedes e Ferrari. McLaren, Red Bull, Williams e Alpine enviaram um representante cada à fase decisiva da classificação.

A primeira leva de voltas no Q3 teve Sainz em primeiro, com 1min16s055, Leclerc em segundo, Russell em terceiro e Hamilton em quarto. Verstappen teve sua volta cancelada por exceder os limites de pista na curva 2. Teria uma chance única de fazer tempo para tentar, pelo menos, ficar perto de Norris no grid. À frente seria um sonho.

Carlos fez uma senhora volta em sua segunda tentativa: 1min15s946, o único a baixar de 1min16s no fim de semana. Com sua proverbial frieza, Verstappen fez sua volta e ela foi 0s225 pior que a do espanhol da Ferrari. Garantiu, aliviado, um lugar na primeira fila. Depois vieram Norris, Leclerc, Russell, Hamilton, Magnussen, Gasly, Albon e Hulk nas dez primeiras posições.

O grid no México: Ferrari e Red Bull na primeira fila

Com 57 pontos de vantagem para Norris na tabela, Verstappen fará amanhã o que vem fazendo nas últimas corridas: marcar o inglês da McLaren para tentar chegar à sua frente ou, na pior das hipóteses, perto dele. Há 146 pontos em jogo ainda nas cinco etapas que restam para o final do campeonato, contando os 16 das duas Sprints de Interlagos e Losail. Lando precisa, a cada fim de semana, marcar 11,5 pontos mais que o holandês para batê-lo na disputa pelo título, o que não vem ocorrendo.

A matemática tem sido favorável ao piloto da Red Bull. Nas últimas cinco etapas, Norris fez 98 pontos, contra 77 de Verstappen, 21 pontos a mais. Na média, descontou 4,2 por GP.

Não é o bastante.

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TORTILLAS (1)

SÃO PAULO (ufa!) – Foi uma longa sexta-feira na Cidade do México. A Pirelli escolheu o autódromo Hermanos Rodríguez para fazer os testes com os pneus do ano que vem, esticando a segunda sessão de treinos livres em meia hora. Já vão longe os tempos em que os treinos livres tinham 90 minutos de duração. Hoje, é muito caro andar tanto. E a limitação de motores por temporada, principalmente, não permite isso. Se andar demais, motor gasta e quebra, basicamente.

O segundo treino livre foi o escolhido para ser estendido, fazendo com que as atividades na capital mexicana terminassem às 17h30 pelo horário local, 20h30 de Brasília. O sol já se punha quando a bandeira quadriculada foi mostrada e ninguém aguentava mais andar.

No final do dia, o mais rápido foi Carlos Sainz, da Ferrari, com 1min17s699. Piastri ficou em segundo, 0s178 atrás. Depois vieram, nas dez primeiras posições, Tsunoda, Leclerc, Norris, Magnussen, Hamilton, Bottas, Pérez e Lawson.

E foi uma sessão interrompida por 23 minutos depois de uma batida besta de George Russell no início das atividades. Outro que teve problemas foi o líder do Mundial, Max Verstappen. Depois da primeira sessão, a Red Bull percebeu que seu assoalho estava todo arrebentado. Passou em cima de alguma coisa — uma estatueta asteca, um prato de tacos, uma garrafa de tequila. Já tinha tido problemas no turbo antes. Resultado: seu carro ficou o tempo inteiro nos boxes. Não marcou tempo.

Quem também não fez tempo foi Albon, por conta de uma batida no primeiro treino que estragou bem o carro da Williams (veja nas caixinhas abaixo).

Red Bull de Verstappen: problemas sérios

Sem Verstappen, com testes de pneus para 2025, bandeiras vermelhas e muitos novatos no primeiro treino livre, não dá para tirar muitas conclusões desta sexta-feira, não. Além de tudo, o asfalto recapeado em alguns trechos estava muito sujo e empoeirado. Foi um daqueles dias chatos, muito mais agitado do lado de fora do que dentro da pista. Por isso, vamos às caixinhas mágicas.

PRIMEIRO TREINO – Deu Russell, mas a sessão foi interrompida duas vezes. No comecinho, por poucos minutos. Kimi Antonelli, andando com o carro de Hamilton na Mercedes, passou em cima de algum objeto na pista e quebrou a asa dianteira. Mais tarde, a bandeira vermelha foi mais longa: quase 20 minutos. O sinistro ocorreu depois que Alexander Albon, numa volta rápida, encontrou Oliver Bearman lento pelo caminho. Bearman estava treinando pela Ferrari, com o carro de Charles Leclerc. Foi uma pancada e tanto. O carro de Albon ficou bem danificado. Ninguém se machucou.

DRUGOVICH, 18 – Outro novato que andou no primeiro treino livre foi o brasileiro Felipe Drugovich, pela Aston Martin. Foi a primeira experiência dele com o modelo deste ano da equipe. Terminou a sessão em 18º. Drugovich andou com o carro de Fernando Alonso.

ALONSO, 400 – Falando nele, o espanhol completa neste final de semana seu 400º GP. Ele estreou em 2001, pela Minardi. Alonso disse que ainda vai disputar mais umas 50 corridas – deve permanecer no time mais dois anos. Ainda sobre ele, Christian Horner, da Red Bull, contou em entrevista que quase o contratou em 2009 e chegou a conversar com o bicampeão mundial, vejam só, no começo desta temporada. Esta aqui mesmo, a de 2024. “Fernando tem menos títulos do que merece”, falou o dirigente.

MARKO, O INDISCRETO – O guru da Red Bull disse ontem que o empresário de Oscar Piastri, Mark Webber, vive procurando o time austríaco para conversar. Webber foi piloto da Red Bull. Piastri, no entanto, negou que esteja sendo oferecido à equipe rival. “Estou muito feliz na McLaren”, garantiu.

MAX FILÓSOFO – À ESPN americana, frase de Max Verstappen comentando a longevidade de Alonso: “Eu poderia correr até os 40 anos, mas não vou. Não quero chegar aos 80, olhar para trás e perceber que passei 40 anos da minha vida correndo. Quero aproveitar bem o tempo que tiver nas pistas, e quando chegar aos 80 olhar para trás e saber que vivi uma boa vida”.

Verstappen: até os 40, não

CADILLAC FRANCESA – A Cadillac, que teve sua proposta para ser fornecedora de motores da F-1 aceita – mas só a partir de 2028 –, está conversando com a Renault. Como a marca francesa desistiu de desenvolver motores para o novo regulamento, que entra em vigor em 2026, os americanos querem comprar a propriedade intelectual do que já foi feito até agora. Assim, não partiriam do zero absoluto para tocar o projeto de suas próprias unidades de potência. Pegariam o espólio da Renault e trabalhariam em cima. A Renault, dona da Alpine, vai usar motores Mercedes a partir de 2026.

RECURSO – A McLaren pretende recorrer da punição de Norris em Austin. A equipe diz ter “fatos novos” para reverter os 5s que o piloto levou por ultrapassar Verstappen por fora da pista. Se conseguir provar alguma coisa, Lando fica com o terceiro lugar e Max cai para quarto. É pouco provável, porém.

BAND X GLOBO – A Bandeirantes divulgou comunicado ontem dizendo que não atrasou pagamentos à Liberty e que pretende continuar transmitindo a F-1 no ano que vem, cumprindo o contrato em vigor. A Liberty não se manifestou, nem a Globo. Mas o fato de ambas negociarem indica que a Bandeirantes está mentindo. O mercado todo (e a Liberty também) sabe que a emissora do Morumbi está inadimplente. Ou estão todos malucos. Em todo caso, apurou o Grande Prêmio, a Globo continua tocando seus planos para retomar os direitos da categoria. Só não está falando nada publicamente. Gato escaldado tem medo de água fria, como se diz.

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