ENCHE O TANQUE

SÃO PAULO (sem complicações) – Um posto numa Autobahn da DDR em 1986. Só coisa linda abastecendo. E vou contar uma coisa para vocês, analfabetos em dois tempos. Mesmo os últimos modelos de Trabant, Barkas e Wartburg, além das motos, feitos na Alemanha Oriental não tinham Lubrimat, que mistura o óleo na gasolina — como os DKWs brasileiros a partir de 1965. É que como a maioria dos veículos que rodavam no país tinha motor dois tempos, o felizardo proprietário já colocava gasolina misturada com óleo direto da bomba, na proporção certinha. Vendia assim. Sonho de consumo. E na fila o pessoal ficava conversando, falando de futebol, mulheres e música.

Quem mandou a foto foi meu amigo Rogério Gonçalves, que faz pesquisa sobre o uso de óleo de girassol em aeronaves.

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MOTOLAND

O César Lemos mandou. Estava exposta em Floripa no fim de semana. Alguma ideia do que se trata?

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MUITO BOM, MAS…

SÃO PAULO (na mosca) – A Audi fez um concurso com alunos da ESPM para que eles criassem uma peça publicitária par o lançamento do A1. Mais de 250 alunos da faculdade, de publicidade e marketing, participaram. Ganhou essa aí embaixo, criada por um grupo de cinco rapazes do primeiro ano.

Os criadores: Felipe Alleoni, Rafael Quintal, André Britto, Rodrigo Joseph e Rafael Rabinovitsch. A peça vai virar página dupla na revista Audi Magazine em dezembro.

Só arrumem esse acento em “caracteres”. Será que nenhum professor notou? É inacreditável como ninguém mais sabe escrever português.

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NJ NA ÁREA

SÃO PAULO (vai ser bonita) – Foi o Ricardo Divila que mandou. Já fizeram uma simulação de computador da pista de Nova Jersey, que entra no calendário em 2013. E já andam falando que a corrida de Austin está subindo no telhado. Aguardemos. Uma certeza: essa aí, de rua, sai.

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A ROCHA

SÃO PAULO (frio da peste) – Desconfio que para a maioria é novidade. Mas se não for, não tem problema. Trata-se do troféu do GP do Brasil de F-1. Sai o plástico reciclado e o desenho by Niemeyer, entra o Pré-Sal. A Petrobras, patrocinadora da corrida, arrancou das profundezas do oceano amostras da rocha do Pré-Sal e é com elas que o artista plástico Paulo Soláriz está confeccionando o troféu que será levado pelo vencedor da corrida de Interlagos, que fecha a temporada.

Como é que eu sei? Bom, é que me mandaram uma rocha do Pré-Sal e me contaram. E vou te dizer: saber que esse pedaço de pedra aí embaixo tem alguns bons milhões de anos e estava debaixo d’água guardando as reservas de petróleo que vão ajudar o Brasil a dar um baita salto não deixa de ser emocionante. Vou colocar ao lado do meu pedaço do Muro de Berlim. Minha vida é cheia dos pedaços.

Acho boas essas ideias para troféus no Brasil. Aquele de plástico também era bacana. Feio foi um que vi uma vez no museu da Williams. Era do Mansell em 1992, creio. Mansell ganhou em Interlagos em 1992? Deve ter vencido, naquele ano ele encheu o rabo de troféus. Mas eu dizia que estava lá no museu da Williams e havia várias taças muito bonitas e uma vagabunda de dar dó, e quando fui ver, adivinha de qual corrida era?

Putz. Acho que por causa daquilo a FIA estabeleceu alguns padrões para taças e troféus. Estão em regulamento, inclusive. Poderiam incluir no regulamento a proibição daquele que parece um cocozinho bancário, é feio demais.

Bem, voltando ao Pré-Sal, seria legal que o vencedor recebesse, além do troféu, alguma explicação sobre a importância e o significado da rocha. A Petrobras já preparou um hotsite sobre a bagaça, deve começar a ser divulgado em breve. Como sou um espertoman, já encontrei e está aqui.

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BUDDHZ GRILA (3)

SÃO PAULO (nebuloso) – Putz. Que corrida chata. Curioso, isso. A pista é legal, cheia dos relevos, das curvas, das retas e dos “S”, mas a corrida foi uma bomba. Talvez porque a Pirelli tenha sido um pouco cautelosa demais nos pneus, o que é mais do que compreensível, tratando-se de um circuito novo.

Mas não sei se foi só isso. Já tem algum tempo que as provas têm sido menos legais, bem menos, que no início da temporada. Acho que todo mundo aprendeu a lidar com a borracha que se desmancha, com as asas móveis e com o KERS. Quando as coisas se tornam conhecidas, fica mais fácil de lidar. A FIA que invente algo novo para 2012. E para 2013. E quando mais for necessário.

Vettel ganhou fácil, e olha lá que coisa mais fofa: bateu mais um recorde, o de voltas na liderança na mesma temporada. Chegou a 711, contra as 693 lideradas por Mansell em 1992. E pela primeira vez conseguiu um Grand Chelem (nunca, repito, nunca me perguntem a origem dessas expressões; não tenho saco para explicar, e quando são necessárias explicações os textos ficam enormes, truncados, cheios de vírgulas, apostos, exemplos históricos, referências, atrapalha a leitura explicar essas coisas; sendo assim, em nome do bom texto, fluido e agradável, nunca mais me perguntem o que é Chelem, ou Grand Slam, ou qualquer outra dessas, por que se chama Chelem e não Shalom, por exemplo, Slam e não Spam, eu não sei e tenho raiva de quem sabe), que vem a ser a obtenção de vitória, pole e liderança em todas as voltas de um GP, o que é algo… sei lá, meio raro, mas não tão espantoso assim tratando-se de Vettel e Red Bull no ano 2011 d.C..

Não houve nenhuma briga digna de nota em Buddh, nem mesmo entre Massa e Hamilton, que novamente se tocaram quando o inglês tentava uma ultrapassagem. Felipe bateu a porta na sua cara e foi considerado culpado pelos comissários. Não ouvi e nem li ainda as declarações de ambos, mas não importa. Não acho que ninguém tinha de ser punido. Se vão punir cada tentativa de ultrapassagem numa corrida, as coisas ficarão ainda mais chatas do que já estão. Bom mesmo foi Mr. Bean e suas caretas nos boxes. A melhor coisa do domingo.

Mas acho que Massa vai reclamar. Talvez alegue que não viu Lewis, mas acho que viu. Pela imagem, nota-se que ele olha para o lado e percebe a presença de um carro prateado. Não alivia, assim como Hamilton, e há o toque. Os dois continuaram na prova. O brasileiro nem posição perdeu.

Mas perdeu a cabeça, porque depois do drive-through mirou numa zebra de forma pouco usual e arrebentou a suspensão de seu carro, como fizera no sábado. Só que em vez da direita, estourou a esquerda. Como todos os pilotos passaram por lá o fim de semana todo e ninguém quebrou nada, que se perdoem as zebras e jogue-e nas costas do piloto a responsa. Felipe é que estava, de novo, num fim de semana ruim. Bem ruim.

Como ruins foram as corridas de Senninha e Barrichello, ambos fora dos pontos e com desempenhos que não merecem maiores comentários. Bem foi Schumacher, quinto, na frente de Rosberguinho. Alguersuari idem, em oitavo. Vai de vento em popa o espanholzinho neste final de ano.

Por fim, o pódio. Button deu mais um passo para o vice, e merece. Alonso passou Webber no segundo pit stop e levou o troféu que poderia ter ficado com o canguru desolado, se este fosse um piloto um pouco melhor. Mark não ser vice-campeão com esse carro é uma aberração. Seu companheiro ganhou 11 corridas no ano. Ele não venceu nenhuma. Outra aberração. Mas para a Red Bull, está ótimo. Não incomoda e deixa mais espaço nas estantes para troféus de primeiro lugar.

Está bem aborrecido este final de campeonato, sejamos honestos. Podiam cancelar as últimas duas provas que ninguém sentiria muita falta. Apesar do entusiasmo do início da temporada, com corridas espetaculares, creio que no balanço das horas a gente vai lembrar com mais carinho da temporada de 2010, com sua decisão na etapa final, do que deste Mundial que vai terminando num desânimo só.

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BUDDHZ GRILA (2)

SÃO PAULO (retomando) – Quem viu o treino que definiu o grid hoje bem cedinho notou a facilidade com que Tião Alemão fez sua 13ª pole no ano. Pelas minhas contas, se bem guardei na cabeça as estatísticas relevantes, com mais uma ele iguala Mansell, que fez 14 em 1992 (eram 16 GPs).

Acho que vai ganhar a corrida. Ou, então, deixar Webber vencer uma, embora eu não acredite muito nessas coisas. Quando acontecem, os dois pilotos ficam putos — como Berger e Senna no GP do Japão de 1991. Ajudar, talvez. Depende de várias circunstâncias e tal. Mas deixar, acho que não. De qualquer forma, Webber está ao lado dele no grid e é candidato à vitória, por que não?

O canguru desolado está na primeira fila porque Hamilton, segundo no cronômetro, perdeu três posições no grid. Ele poderia usar uma camiseta igual à daquele jogador do Manchester City, Balotelli, Bolatelli, Boticelli, não sei bem o nome. Why always me? Lewis larga em quinto ao lado de Massa na terceira fila. Pode sair faísca nessa largada, gosto dessas coisas. Felipe arrebentou a suspensão numa zebra. Bateu de leve e reclamou da zebra. Ainda bem que não era uma vaca. Piadinha sem graça. Na frente deles, largam Alonso e Button.

Sutil, Buemi e Alguersuari nem fizeram voltas no Q3. Definitivamente, essa palhaçada precisa acabar. Ou o cara faz uma volta cronometrada e luta por alguma coisa, ou vai para o fim do grid. Isso vai mudar no ano que vem, podem ter certeza.

Senninha não foi ao Q2 e considerou decepcionante o resultado. Creio que a Renault também. Petrov foi um pouco melhor na volta, mas larga atrás porque perdeu cinco posições em função do acidente com Schumacher na Coreia. E Barrichello também está lá atrás, clamando por respeito da Williams, que no que diz respeito ao seu contrato, não ford, nem sai de simca.

A má notícia para ele — e para Bruno, por tabela — foi a Genii confirmar que Grosjean vai para os treinos livres em Abu Dhabi e Interlagos. Quais seriam as intenções da Genii? Joga pedra na Genii? É que Rubens flerta com uma possível vaga na Renault. Mas é apenas flerte, mesmo. Duvido que a equipe o tenha como uma possibilidade, com tanta gente à sua frente na fila. Entre eles o primeiro-sobrinho e o Visconde de Sabugosa. Além, claro, de Petrov, cláusula pétrea no futuro próximo do time.

As boas impressões do circuito na sexta-feira persistiram no sábado. Parece mesmo uma pista legal para dirigir. Com 24 carros na pista disputando posição, só a corrida vai mostrar se é bacana mesmo. Eu gostei. Dessas recentes porcarias da F-1, é um dos mais interessantes.

Falando nisso, minha coluna de ontem é mais ou menos sobre isso e está aqui, para quem quiser ler.

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AMOR DA MINHA VIDA

E tem mais da torcida mais linda do mundo aqui.

 

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BUDDHZ GRILA (1)

SÃO PAULO (essas madrugas…) – Bom dia, macacada. Dá para dormir em três tempos? Pois os horários desse GP indiano serão cruéis. Deita, dorme, acorda, cochila, acorda, dorme de novo. Putz grila.

Gostei do circuito. O tobogã é bonito e as curvas, largas e amplas. As arquibancadas, monumentais. E vazias. Entrada e saída de box, aparentemente, sem problemas. Dizem que o autódromo está meio sujo, mal acabado, fedido e tal. Que seja. É bom para a turma da F-1 ter um pequeno choque de realidade. Aliás, espanto-me com o espanto de quem está espantado, lá, com a pobreza, as favelas, os animais circulando pelas ruas, as roupas coloridas e a comida com curry. Esperavam o quê, da Índia? A Índia é um país pobre e de contrastes. Oh. Não diga. Achavam que era aquele da novela?

Bem, falemos dos treinos. No primeiro, Hamilton entubou todos, mas estavam todos estudando o asfalto, o traçado, as zebras. Na segunda sessão, Massa fez o melhor tempo e fechou a sexta na frente. Fazia bastante tempo que isso não acontecia. Alonso teve um problema de manhã e foi o terceiro de tarde. A Ferrari está testando umas coisas de 2012 e pelo jeito deve andar bem em Buddh no fim de semana todo.

A McLaren, que começou bem, teve o que lamentar no fim do dia. Hamilton se estrepou, junto com Pérez, por desrespeitar bandeiras amarelas. Ambos perderão três posições no grid. Que ano, Lewis… E ainda terminou com a namorada.

A poeira ao redor do autódromo fez com que uma névoa tomasse conta das imagens da TV. Me lembrou Pequim, Xangai. Na medida em que a pista for emborrachando, os tempos devem baixar bem. Acho que a pole vem com menos de 1min25s. Como nada há em disputa neste fim de semana, o GP em si é a atração. Que seja legal.

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3.274.209.265°

SÃO PAULO (saco triplo) – Para fechar este dia atribulado, nada como saber que quando nasci eu era o 3.274.209.265° habitante deste planeta, que está prestes a atingir a casa de 7 bilhões de almas viventes. E que antes de mim 77.133.714.739 terráqueos já haviam passado por este mundinho de deuses.

Se você quiser saber onde se encontra na história global, é só clicar aqui.

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