DICA DO DIA

SÃO PAULO (fará falta)Um “adieu” ao 908, um dos maiores carros de corrida da história, que será aposentado após o anúncio da Peugeot de que está fora das competições neste ano. O turbodiesel que mais venceu e que só foi batido sem dó nem piedade pela Audi em Le Mans, mesmo. Quem mandou foi o Ricardo Divila.

 

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ESQUISITICES

SÃO PAULO (acho que já era) – O Antonio Prateado mandou o buggy soviético. Não deve ter dado muito certo por aquelas bandas um pouco mais geladas que as nossas…

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PEQUENO TRATADO SOBRE UNIFORMES

O PAULO (veremos) – Entendo de poucas coisas, mas uma delas é de camisa de time de futebol. Por isso, decidi botar a boca no trombone depois de ver, ontem, a estreia do novo uniforme da Portuguesa, o time mais importante do universo conhecido. Algumas semanas atrás, a camisa número 1, em verde e vermelho, já havia vazado na internet. Na ocasião, pelo Twitter, tentei fazer barulho. Não adiantou nada.

A nova fabricante é a Lupo, de Araraquara, que ganhou fama com suas meias e cuecas e, há alguns anos, resolveu revitalizar sua marca fazendo uma linha esportiva e investindo no futebol. Uma das estratégias foi colocar o nome Lupo nas fraldas das camisetas e nos bumbuns de jogadores de times que vinham ao Brasil fazer partidas da Libertadores ou da Sul-americana. Ou, ainda, de equipes menores em jogos contra os ditos grandes na Copa do Brasil. Pagava-se pouco para os clubes e a exposição na TV era enorme. Uma estratégia inteligente, sem dúvida.

Pois a Lupo fechou com a Portuguesa no fim do ano passado e essa camiseta que vazou na internet era uma coisa pavorosa, com as listras rubroverdes em curva, ou “onduladas”, num atentado infame às camisas originais de listras horizontais. Inaceitável.

Aqui, vale um pouco de história. Camisas de listras horizontais, no mundo inteiro, sempre foram muito marcantes. Posso fazer uma relação de times que usam tais uniformes em todo o planeta, como os rubronegros Flamengo, Sport e Vitória, o alvinegro XV de Piracicaba, os alviverdes Sporting, de Portugal, e Celtic, da Escócia. Alguém imagina algum desses times com listras “onduladas”?

Mas são raras as equipes que usam verde e vermelho em suas camisas, e por isso a Portuguesa sempre se gabou de ter um dos uniformes mais belos do mundo. Outras Portuguesas (do Rio, de Santos, de Londrina; a da Venezuela é rubronegra) usam as mesmas cores, mas nunca tiveram camisas listradas como suas principais. A Portuguesa de verdade, que a todas as outras inspira, foi fundada em 1920 e sempre teve, basicamente, três uniformes. O número 1 listrado ou totalmente vermelho, dependendo da época, e o número 2 branco. Nos últimos anos, alguns fornecedores ariscaram camisas número 3, para uso em ocasiões especiais ou campeonatos específicos. Tivemos uma camisa quadriculada como a da Croácia num Torneio Início de 1996 (ganhamos, inclusive), uma dividida em quatro (vermelho, e verde, amarelo e azul, cores do Brasil) que foi usada num jogo contra o Real Madrid na Espanha, uma dourada, as lindas pretas feitas pela Penalty com design da Cavalera e a bordô do ano passado, também da Cavalera. Aqui, vale um elogio público. Esses modelos pretos da Cavalera foram escolhidos por votação dos torcedores na internet. A marca é moderna, jovem, de bom gosto. Parceira da Penalty, não vai fazer mais nada para a Portuguesa porque o contrato terminou e agora é a Lupo a responsável pelos uniformes até 2014. Os modelos que a Cavalera fez para o Vasco (igualmente Penalty) recentemente são de babar.

Me ligo muito nessa coisa de uniformes. A Portuguesa dos anos 70 usava a vermelha com gola e punhos verdes e a branca fabricadas pela Athleta, fornecedora de quase todos os times grandes do Brasil numa época em que a marca não aparecia na camisa. Tem algumas essas originais para vender em sites de leilões. Quando passou a ostentar pela primeira vez uma marca no peito, nos anos 80, esta era a adidas (assim mesmo, em minúscula; a adidas não usa o “a” maiúsculo). Foi a empresa alemã que ressuscitou a camisa listrada, num padrão parecido com a nova do Flamengo, com listras bem largas. Depois disso, foram fornecedores da Portuguesa várias empresas — talvez eu esqueça alguma, estou escrevendo sem pesquisar nada: Premier, Mizuno (único time brasileiro na história a usar a marca japonesa, por conta de um acordo costurado por uma japonesa que era executiva da Canon no Brasil e doida por futebol), Dell’Erba, Rhumell (um patético plágio da Hummel que a Dinamarca usava), Lotto, Finta, Placar, Kanxa (nome cafonérrimo, mas os produtos nem eram tão ruins), Champs e Penalty, antes da Lupo.

Lembro também da maioria dos patrocinadores. O primeiro de todos foi o supermercado Barateiro (comprado e fechado pelo Pão-de-Açúcar). Depois tivemos Senap-Ford, Chapecó, Le Postiche, Hudson, Salemco, Ticket, Schincariol, Armarinhos Fernando, Trasmontano, Banif, DrogaVerde, Votomassa e, agora, como patrocinador principal, Irwin (ferramentas, aquela na Nascar). Sem contar os patrocinadores menores que infestaram as camisas nos útimos tempos, estragando todas elas.

Quando os patrocínios em camisas foram liberados no Brasil, a coisa era bem rigorosa. Um espaço determinado apenas na frente, ocupando uma área bem definida em centímetros quadrados, e só. Quem não se lembra das décadas da camisa do Flamengo com a marca Lubrax e só ela? O Corinthians começou a deturpar esse negócio, acho que nos anos 80, colocando na barriga de seus jogadores o desenho de uma ducha Corona. Depois, virou várzea. A esculhambação atual é deprimente. Tem patrocínio nas mangas, nos ombros, no sovaco, sobre, sob e dentro do número, na frente e atrás dos calções, nas meias. Um horror.

A Portuguesa nunca teve tantos patrocinadores como agora. Além da Irwin na frente, a principal, os sucos de saquinho Camp nos ombros e nas mangas, uma certa Viva Imports na parte inferior da camisa, o banco português Banif em cima do número, Tennessee Carnes embaixo e Lupo bem grande também sob o número. Pode parecer um sinal de força, mas não é. O melhor, claro, é conseguir a verba necessária para a temporada com um anunciante só, como fazem os clubes da Europa. Assim, a camisa sagrada do time não se transforma num macacão de piloto corridas, ou numa daquelas camisetas usadas em trios elétricos ou provas de pedestrianismo.

A nova camisa da Portuguesa — as duas, aliás — é exatamente isso. Uma espécie de abadá soteropolitano a das listras curvas, um tipo de pavilhão de escola de samba a branca, com o escudo no meio e raios que se espalham em outro tom. Uma alegoria de carnaval. Na branca, ainda cometeram a heresia de fazer o número preto. Nunca em quase 100 anos de história a Portuguesa usou número preto.

Imagino que a lógica dessas escolhas comece no fornecedor, que apresenta ao seu novo cliente alguns modelos elaborados por seus estilistas — que no caso do futebol parecem todos formados na escola dos pintores de ônibus paquistaneses, cheios de rococós, filigranas, frisos, estrelinhas, marcas d’água. Aí, os dirigentes dos clubes, que usam gravatas de crochê e ternos da Ducal, escolhem os piores.

Foi o que aconteceu na Portuguesa. É só olhar as imagens lá no alto. Pavorosas. Não tenho nada contra inovar ou modernizar. O problema é que, hoje, inovar e modernizar virou sinônimo de piorar.

Por isso, depois deste breve tratado sobre uniformes, decidi mostrar a esse pessoal que se é verdade que gosto não se discute, mau-gosto, sim. E conclamo os artistas deste blog a desenharem novos uniformes para a Portuguesa. Algumas regrinhas: camisa #1 listrada ou toda vermelha, camisa #2 branca. Quem quiser fazer uma #3, na cor que bem entender, tudo bem (a terceira do Santos, agora da Nike, será azul-turquesa). O escudo deve ficar no peito, do lado esquerdo. Escudo no meio é coisa de camisa de goleiro. Os patrocinadores podem ser mantidos, mas vamos sacar esse Camp dos ombros, que tem cara de bônus. E podem tirar também o enorme Lupo das costas (marca de camisa, só na frente).

Sugestões para meu e-mail, [email protected]. Se quiserem, aqui tem um site interessante de designs de futebol para usar os desenhinhos como base. Vou escolher os mais legais e os ganhadores levarão brindes. O melhor de todos, que colocarei para votação, vai levar uma camisa retrô da Lusa que eu mesmo comprarei.

E vamos dar uma aula nessa gente cafona que não entende nada de tradição, elegância, bom-gosto, moda.

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CARS & PEOPLE

SÃO PAULO (outro planeta) – Delicioso vídeo de 1990 sobre a fabricação dos 2CV em Mangualde, Portugal, de onde saíram as últimas unidades do mais lindo Citroën. Um carro feito por pessoas do início ao fim. E é por isso que ele tem alma. Quem mandou foi o Jason Vôngoli, feliz proprietário de um desses, que circula alegremente pelo Rio.

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AH, TÁ

SÃO PAULO (esta cidade…) – Bem, a SPTuris resolveu mudar a tabela de preços para Interlagos, que inviabilizaria o automobilismo paulista (e poderia, igualmente, fazer os que vivem de promover corridas trabalharem um pouco). Houve uma reunião e a Prefeitura, dona do autódromo, decidiu reajustar as taxas praticadas no ano passado em 16%.

Um press-release divulgado pela CBA traz algumas pérolas, como uma declaração do diretor de evento da SPTuris (empresa mista que administra o autódromo) Everaldo Júnior. Diz o assinalado: “A reunião de hoje mostrou que a tabela recentemente anunciada pode ficar mais clara e é isso que faremos. Ao contrário do que alguns meios publicaram, eu garanto que o reajuste de preços para 2012 não passará de 16% sobre os preços praticados em 2011”.

Tabela mais clara… Pode existir algo mais claro que uma tabela? Isso custa tanto, aquilo custa outro tanto. Não havia falta de clareza. Havia um monte de absurdos. E que história é essa de “ao contrário do que alguns meios publicaram”? Os “meios” publicaram a tabela. Só isso.

Enfim, recuso-me a ficar de qualquer lado nessa história. As pessoas que organizam corridas em SP (CBA, FASP e clubes), como já escrevi milhares de vezes, vivem de contar dinheiro de carteirinhas e inscrições e quase nada fazem pelo automobilismo como esporte. É uma receita fácil, obtida com o uso de um equipamento público (Interlagos) pelo qual quase sempre pagaram preço de banana, e quando esses preços de aluguel sobem um pouco, eles aumentam os valores das carteirinhas e das inscrições e sempre haverá algumas centenas de otários (como eu) que pagam e correm.

Por outro lado, a Prefeitura de SP, talvez a pior de sua história, não tem a menor noção de nada, publica uma tabela sem pé nem cabeça, e depois percebe que a modalidade que usa esse equipamento público não tem a menor condição de existir praticando tais preços, cujos valores foram tirados sabe-se lá de onde. Aí, volta atrás e seu representante, este Everaldo Júnior, a quem não conheço, diz que “os meios”, que creio ser a imprensa, erraram nos cálculos. Ora bolas, é só ver a tal da tabela no “Diário Oficial”. “Os meios” não erraram nos cálculos. Apenas fizeram contas.

O saldo dessa balbúrdia toda, promovida por uma cáfila atabalhoada, foi o adiamento das 24 Horas de Interlagos. Até onde eu sei, a realização da corrida na data original (28 e 29 de janeiro) está comprometida. Sei lá o que vai acontecer agora em relação a essa prova. Em relação ao resto, os clubes vão aumentar os valores das inscrições, a CBA vai aumentar o valor das carteirinhas e nós, os pacóvios do esporte a motor, continuaremos pagando pelo prazer de correr, que é maior do que essa zaragata.

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DICA DO DIA

SÃO PAULO (ah, as taças…) – Dica valiosa enviada pelo Youssef Dimitrov: um site com 100 jingles inesquecíveis. Uma verdadeira viagem no tempo. De um tempo em que as agências tinham gente preocupada com rádio e com as trilhas sonoras de comerciais de TV. Todo estudante de publicidade deveria ouvir. Um por um. E os publicitários, idem. Destaques absolutos para os da Chevrolet e da Varig. E da US Top, lembram? Sensacional.

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ENCHE O TANQUE

Ou seria uma esquisitice? Não lembro quem mandou, acho que foi o Humberto Corradi. Será que essa trapizonga existe, ainda?

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ONE COMMENT

Campeão só tem um.

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SONHO

SÃO PAULO (agora, ao Pacaembu) – Pela primeira vez, a lenda Juha Kankkunen abriu sua coleção particular a um jornalista. O museu fica numa das propriedades de Kankkunen na Finlândia. Tetracampeão mundial de rali, o ex-piloto tem os principais  carros com os quais disputou o WRC, um F-Ford que foi de Mika Hakkinen, além de algumas Ferraris e outras coisinhas. Tudo impecável, funcionando. Alguns restaurados a partir de escombros, outros que lhe foram presenteados ao final das temporadas pela Toyota, Peugeot e Lancia. E os troféus, macacões, capacetes, comendas, miniaturas… Uma vida toda em lindos galpões. Meu sonho, um galpão desse para meus calhambeques. Já tenho troféus para a decoração, também…

Com 23 vitórias no currículo, Kankkunen parou de correr em 2002, mas detém o curioso recorde mundial de velocidade no gelo com um Bentley estabelecido em 2007, quando já era um jovem senhor de 48 anos (faz 53 em abril). Foi a 330,695 km/h nas águas congeladas do Báltico. É uma figura. Vejam as fotos. São demais esses carros.

Foto Alistair Weaver
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ENCHE O TANQUE

SÃO PAULO (sempre na correria) – O grande Fernando Rees, piloto e colunista da Revista WARM UP, mandou a foto e o e-mail. Nada como uma estrada… “Nessas férias eu estava fazendo uma viagem de carro pela Patagônia, na Argentina. Me deparei com o posto de gasolina que está nas fotos em anexo. Era o único naquela estrada pelos próximos 100 km, parada obrigatória. Ficava entre as cidades de Gaiman e Dolavon. O posto era o mais simples possível, mas o banheiro era limpinho, e nem cobravam nada. Tirei essas fotos pensando no seu blog.” Legal demais. E como temos muitos blogueiros que vivem andando por aqueles lados meridionais do planeta, certamente alguns conhecem…

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