VAMOS GASTAR…

SÃO PAULO (não me controlo) – A DeAgostini está lançando uma coleção com 50 miniaturas de carros brasileiros. A lista está aqui. Não são baratos, mas como não resisto a essas coisas, já assinei. Isso é legal, dá para fazer uma assinatura pelo site, sem ter de esperar chegar nas bancas, porque nem sempre as bancas recebem as coleções inteiras, às vezes alguns modelos esgotam e a gente fica maluco.

A lista abaixo vai ficar uma tripa horrível no blog, mas como é prestação de serviço, vá lá. Alguns eu já tenho, fizeram parte daquela coleção do jornal “Extra” — como a Veraneio acima. Em negrito, destaquei aquelas que vou ficar esperando o carteiro na porta de casa, porque jamais imaginei que um dia seriam feitas miniaturas desses carros em larga escala.

E vocês, qual gostariam de ter? Indo além, para gerar discussão, mesmo: para uma lista representativa da indústria nacional, vocês acham que faltou algum, ou tem gente sobrando aí embaixo? Eu desconfio que tem o dedo do Fábio Steinbruch nessa escolha, que considerei bem criteriosa. Digo isso porque tem alguns carros que sei que ele ama de paixão. Agora, palpitem vocês.

Edição 1 – Chevrolet Opala SS 4100 (1976)
Edição 2 – Volkswagen Fusca (1961)
Edição 3 – Puma GTE Coupé (1973)
Edição 4 – Ford Maverick GT (1974)
Edição 5 – Volkswagen Karmann-Ghia (1961)
Edição 6 – Willys Rural (1968)
Edição 7 – DKW-Vemag Belcar (1965)
Edição 8 – Fiat 147 (1979)
Edição 9 – Chevrolet Chevette (1974)
Edição 10 – Volkswagen Kombi 1500 6 Portas (1962)
Edição 11 – Ford F100 Pick-Up (1978)
Edição 12 – Alfa Romeo FNM JK 2000 (1987)
Edição 13 – Willys Dauphine & Gordini Teimoso (1965)
Edição 14 – Volkswagen Gol BX (1984)
Edição 15 – Simca Vedette Chambord (1962)
Edição 16 – Ford Del Rey Ouro (1982)
Edição 17 – Volkswagen Brasília (1982)
Edição 18 – Dodge 1800 SE (1975)
Edição 19 – Chevrolet Veraneio (1968)
Edição 20 – Toyota Bandeirante (1968)
Edição 21 – Ford Corcel (1970)
Edição 22 – Chevrolet Diplomata 4.1S Caravan (1986)
Edição 23 – Fiat Uno (1983)
Edição 24 – Volkswagen Variant (1969)
Edição 25 – Ford Galaxie 500 (1967)
Edição 26 – Gurgel Xavante (1972)
Edição 27 – Volkswagen SP2 (1973)
Edição 28 – Simca Esplanada (1966)
Edição 29 – Bugre I (1970)
Edição 30 – Chevrolet 3100 Picape (1958)
Edição 31 – Volkswagen Passat (1975)
Edição 32 – Miura Sport (1977)
Edição 33 – Willys Interlagos (1963)
Edição 34 – Ford Belina II (1980)
Edição 35 – Volkswagen TL (1970)
Edição 36 – Alfa Romeo FNM 2300 (1975)
Edição 37 – Fiat Panorama (1980)
Edição 38 – Dodge Dart (1975)
Edição 39 – Volkswagen Kombi 1200 (1957)
Edição 40 – Brasinca 4200GT Uirapuru (1964)
Edição 41 – Willys Itamaraty (1967)
Edição 42 – Chevrolet Opala 2500 (1969)
Edição 43 – Volkswagen Parati (1983)
Edição 44 – Willys Aero Willys (1966)
Edição 45 – DKW-Vemag Vemaguet (1967)
Edição 46 – Malzoni GT (1964)
Edição 47 – Volkswagen 1600 (1968)
Edição 48 – Ford Corcel II (1980)
Edição 49 – Chevrolet Comodoro 151S (1977)
Edição 50 – Volkswagen Fusca (1985)

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BELO REGALO

SÃO PAULO (uau) – Esse aí eu ganhei do meu brother Marcelo Di Lallo, que por sua vez ganhou de um senhor na padaria que frequenta na Lapa, o Jair “Jabuca” Fernandes. E diz que o homem tem mais três! Um ingresso em excelente estado do primeiro GP do Brasil válido pelo Mundial de F-1, disputado em Interlagos no dia 11 de fevereiro de 1973. Mas foi o segundo GP por aqui, já que o de 1972 não contou pontos para o campeonato.

Custou Cr$ 10,00 o “ingresso geral”, com acesso pelo portão 4. Simplesmente bárbaro.

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EM DUAS RODAS

SÃO PAULO (deve ser difícil) – A Carmem Spínola mandou o vídeo com exibições da equipe de Euclides Pinheiro, primeiro de Simca, depois de Opala. Incrível a quantidade de gente que ia para as ruas ver essas coisas. Algum blogueiro lembra disso? São de 1965 e 1971.

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DUCAUDI

SÃO PAULO (dominaremos o mundo) – Por 860 milhões de euros, a Audi fechou a compra da Ducati. O negócio será anunciado oficialmente amanhã. Resta saber onde colocaremos as quatro argolinhas. Segue uma foto da minha como sugestão.

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A ARTE DE PROTESTAR

SÃO PAULO (nosso tempo) – Espetacular a matéria feita pelo Victor Martins com Carlos Latuff, cartunista do Rio cujo trabalho tem sido usado por manifestantes em todo o mundo árabe para ilustrar sua revolta contra monarquias e ditaduras que mandam na região. No Bahrein também, claro. Sua arte é vista em cartazes e muros de Manama nos protestos contra a corrida deste fim de semana.

A entrevista está aqui.

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NAS ASAS

SÃO PAULO (grande história) – Depois de 15 anos procurando loucamente, 130 mil libras tiradas do bolso e 12 viagens a Mianmar (a antiga Birmânia, no sudeste asiático), um fazendeiro inglês finalmente localizou em fevereiro um esquadrão de Spitfires zero quilômetro enviados ao país no final da Segunda Guerra. Eles deveriam ser usados nos combates contra o Japão, mas a Inglaterra, com medo de uma invasão, acabou enterrando-os sem que fossem usados. Duas semanas depois, os EUA mandaram duas bengas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki (curiosa e sanguinária forma de assustar a URSS) e acabaram com o conflito.

Assim, os caças britânicos ficaram debaixo da terra por 67 anos. Nas caixas em que estavam acondicionados, foram abandonados em território birmanês. Segundo o “The Telegraph”, são 20 unidades. O governo inglês vai bancar as 500 mil libras necessárias para tirar os aviões do buraco e levá-los de volta ao Reino Unido. Eles serão restaurados e montados, pelo que entendi.

Na foto abaixo, do “Telegraph”, David Cundall, o homem que foi atrás dos aviões. De acordo com ele, restam apenas 35 Spitfires voando hoje em dia, dos 21 mil fabricados.

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FOTO DO DIA

Enviada pelo Denisson Gervásio de Angelis, um dos maiores humoristas do país. Porto de Santos, 1964, tudo que se produzia no Brasil sobre rodas. Espetacular! Clique na foto para vê-la ampliada.

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CAIU, LEVANTA

 

SÃO PAULO (não muda nada) – O rebaixamento da Portuguesa ontem tem responsáveis óbvios e muitos culpados, como sempre há nas grandes derrotas. Não vou ficar aqui apontando o dedo e nominando cada um. Faço isso na arquibancada. Farei no próximo jogo, que será pela Copa do Brasil, contra Remo ou Bahia. Copa do Brasil que venceremos, garantindo vaga na Libertadores do ano que vem para jogar a final do Mundial no Marrocos.

Estou triste, claro, mas não envergonhado. Vergonha de quê? De torcer para um time? A malta de babacas que ontem e hoje se manifestou nas redes sociais não me incomodou. Aliás, é curiosa essa nova subcategoria de torcedor: o torcedor das redes sociais. Que fazem parte também da categoria um pouco maior, que é a do torcedor do pay-per-view. Essa criançada que nunca foi a um estádio na vida. Vergonha nenhuma. A bandeira da Lusa está na janela de casa, como esteve durante algumas semanas no fim do ano passado, quando fomos campeões brasileiros. Eu tenho bandeiras. Comprei nos jogos. Poderia ter comprado pela internet, também, mas comprei nos jogos.

O problema dessa garotada é seu total e absoluto desconhecimento do que quer que seja. São profundos especialistas em Facebook, Twitter e Instagram, mas da vida nada compreendem. Conhecem os personagens do “Pânico”, gargalham com “memes”, têm no YouTube sua principal fonte de informação e inspiração.

Pois eu explico o que está acontecendo com o futebol brasileiro, e a partir dessa realidade é mais fácil entender por que alguns clubes que têm história e tradição subirão e cairão com frequência daqui para a frente, até que sejam eventualmente extintos e virem apenas memória.

Nesse futebolzinho mequetrefe de hoje, que muitos jovens creem ter-se inspirado no Playstation, inventado depois do videogame, não há times bons. Há times ricos. É preciso ser muito obtuso para morrer de orgulho de um time que só é forte porque tem capacidade de gerar receita. Capacidade essa diretamente ligada aos índices de audiência que obtém nas transmissões da TV — que, por sua vez, determina quem deve ganhar mais dinheiro e, portanto, quem vai vencer mais. Aparecendo mais na TV, a chance de fechar patrocínios melhores também cresce, e assim se cria um círculo vicioso que tira do futebol sua natureza esportiva e o transforma em um mero negócio. E assim temos Jontex x Unimed, BMG x Banrisul, KIA x Netshoes.

Há muita gente, jornalistas, inclusive, que se deliciam com a falência do que costumo chamar de “futebol de raiz”. Sonham com uma liga hiper-mega-ultra-profissional no Brasil que se limite a 20 clubes — uns dez que se pretendem barcelonas, chelseas, manchesters ou reais madrid, e uns dez sacos de pancada para fazer figuração. Aqui, lembro que minha Portuguesa, circunstancialmente, pertence a essa elite babaca em 2012. É um dos 20. E como jamais se pretenderá um barcelona, estará entre os dez sacos de pancada da Série A.

Será “escada” para os gloriosos gigantes, porque o que vai decidir quem será o campeão brasileiro de 2012 não é a eventual capacidade de um clube de formar um time bom, que jogue bonito, que tenha alguma filosofia desde o nascedouro. Um Barcelona de verdade. De qualquer forma, a Portuguesa não tem nada disso faz tempo, o que também não importa — os anos 50 e 60 estão meio século atrás de nós. E mesmo se tivesse, sucumbiria à receita que a ela será destinada pela TV, quando comparada àquela que será entregue aos times que terão seus jogos transmitidos ao vivo para gáudio da turma que vive de ibope.

Por isso que digo que uma Série B é muito mais divertida para quem gosta de futebol de verdade, e não de anúncios de camisinha ou de setores VIP em estádios, até com pulseirinha para entrar — enquanto do lado de fora, nas estações de trem e metrô, tontos se matam em nome de gangues que surgiram para torcer para um time, e hoje torcem por elas mesmas, para ver quem mata mais.

Ano passado, o orçamento da Portuguesa não era muito maior que o do Goiás, ou do Vitória. A coisa é mais equilibrada e, meio sem querer, montou-se um time excelente, encantador, que deu certo e foi campeão. Foi um título conquistado em igualdade de condições com a maioria dos adversários. Tem um valor muito maior — para quem gosta de futebol, insisto — do que qualquer conquista amparada por receitas que em muitos casos são dez vezes maiores que a dos rivais. Um time que recebe 10 milhões por ano da TV nunca vai se impor a um que receba 100. Nisso, o futebol é meramente matemático, não há surpresas.

O futebol que aprendi a amar, aquele dos anos 70 e 80, não existe mais no Brasil. A Portuguesa foi campeã paulista em 1973, vice em 1975, campeã da Taça Governador do Estado em 1976, finalista do primeiro turno do Paulistão em 1980, num tempo em que os clubes tinham tanto dinheiro quanto conseguissem arrecadar formando e vendendo jogadores. Seu resultado em campo era diretamente ligado à capacidade de montar bons times com recursos próprios, sem ajuda externa determinada por uma emissora de TV, que hoje escolhe quem pode e quem não pode ganhar. Nessas fotos aí em cima, aparecem jogadores como Félix, Djalma Santos, Julinho, Marinho Perez, Basílio, Enéas, Ivair, Leivinha, Zé Maria, Luís Pereira, Edu Marangon, e muitos outros que os mais antigos saberão identificar.

Hoje, o corintiano e o flamenguista, por exemplo, não precisam se preocupar com eventuais tragédias como um rebaixamento. Escrevam: a última desgraça de um desses que vocês chamam de “grandes” foi a queda do Vasco. O formato atual do futebol brasileiro, com sua distribuição desigual de dinheiro, é um antídoto quase infalível a essas tragédias. “Quase” porque, claro, sempre há uma remota chance de dar uma merda federal, como quase deu com o Santos em 2008 (não caiu por um ponto), ou com o Cruzeiro no ano passado (se safou na última rodada). Serão deslizes cada vez mais raros, e vai ser preciso muita incompetência para cair com uma conta bancária tão robusta.

Campeonato Brasileiro, hoje, graças ao que a TV determina e os clubes aceitaram, é aquela festinha chique para a qual muita gente dá a vida para ser convidado, mesmo sabendo que será escanteado até pelo garçom. E por isso o futebol de verdade está acabando. Por isso que os times do interior de São Paulo estão morrendo, assim como os do interior do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Minas… Morreram os grandes dos subúrbios cariocas, agonizam grandes como Portuguesa, Américas (do Rio e de Minas), comem o pão que o diabo amassou os gigantes do Norte-Nordeste.

Não me importo muito. É claro que a tristeza por um rebaixamento é imensa, tanto maior quanto for o amor que se tem por um clube. Mas é nesses altos e baixos que se vive aquilo que o futebol tem de melhor: a capacidade de ser uma metáfora da vida como ela é. Exatamente um ano atrás, eu estava eufórico porque a Lusa se classificou para a fase final do Paulista. Escrevi algumas linhas. Fiquei feliz como poucas vezes na vida, mas logo depois veio a derrota para o São Paulo e a eliminação. E, depois, a campanha da Série B. E, depois, a queda de ontem. Alegria, tristeza, alegria, tristeza. O que é a vida, afinal? Esse sobe-desce, ou essa euforia empastelada e permanente que os apresentadores de esportes na TV tentam nos enfiar goela abaixo?

Meus dois meninos sofreram ontem. Meu pai também. Cada um a seu modo. O mais novo, que sempre fica com muita raiva nas derrotas, disse que iria trocar de time. Depois, se arrependeu. Mas continua zangado. O mais velho, que na escola é conhecido como “Lusa”, fez questão de dizer que iria “vestir o manto” hoje porque nunca vai se envergonhar do time que escolheu para torcer. Sim, eles escolheram. Eu os levo a campo desde que eram de colo, mas sempre puderam escolher. E sua escolha é motivo de orgulho para mim, porque escolheram aprender a ganhar e a perder. A não pertencer a nenhuma manada preguiçosa que só se importa em bater no peito para dizer “ganhamos”, sem perceber que nunca ganharam nada, não fazem parte daquilo. Veem tudo a distância em TVs de LCD. Optaram pela via mais fácil de se sentirem vencedores: se apropriando das vitórias de algo que só faz parte de suas vidas quando chega a fatura dos canais pagos.

Meus meninos, e os milhões de torcedores disso que vocês chamam de “pequenos”, não. Nós podemos bater no peito e dizer “ganhamos”. Mas sabemos dizer, também, “perdemos”. Fazemos parte daquilo de verdade. Quando nos vemos numa arquibancada distante debaixo de chuva ou de sol, com nossas camisetas da sorte, o boné desbotado, a calça meio rasgada, o tênis velho, a bunda no cimento, temos a completa noção de que fazemos parte daquilo. Ganhamos e perdemos junto.

A Portuguesa caiu, fizeram um monte de cagadas no campeonato, o clube é uma desgraça comandada por beócios, mas a vida segue e o futebol, também. Semana que vem tem jogo, tem mais vida pela frente. Para ganhar ou perder de verdade, sem controle remoto na mão.

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FUSCA DO DIA

Coisa linda… Enviado pelo Harerton Prateado.

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INDY & STOCK

SÃO PAULO (digam vocês) – Vi parte da Stock em Curitiba e não vi a Indy em Long Beach. Deixo para a blogaiada os comentários sobre a vitória do Valdeno Brito, sobre esse horário das 9h30 das corridas, bom para a TV e nem tanto para quem vai ao autódromo, e também sobre o triunfo de Will Power e o engarrafamento no fim da corrida da Indy. O toque de Helinho em Barrichello, creio, merecerá muitos palpites. Rubens ficou meio chocado com o tanto de pancada que levou. Bem-vindo ao mundo real. A Indy é assim.

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Blog do Flavio Gomes
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SENNA, 30 ANOS

Live simultânea com o Grande Prêmio. Junto com o jornalista e fotógrafo Alex Ruffo, vamos lembrar como foi aquele fim de semana de Ímola, 1994. PARA ASSINAR “GIRA MONDO”, A NEWSLETTER DO FLAV...

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ÍMOLA, 1994 (BEM, MERDINHAS #159)

Barrichello na sexta, Ratzenberger no sábado, Senna no domingo. No programa de hoje, lembranças de Ímola, 1994. As lições daquela corrida, a tristeza das mortes e os detalhes da cobertura jornal�...