60 ANOS DEPOIS

Ó o Alonso se divertindo hoje de manhã, ó… O carro, como já dito, pertence a Bernie Ecclestone. A primeira vitória da história da Ferrari na F-1 foi obtida com ele pelo argentino José Froilán-Gonzalez, 88 anos. Quem pingou o vídeo foi o blogueiro Jimmy Hendrix.

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SILVER & STONES (5)

SÃO PAULO (bem bom) – Foi bom que teve tanto problema em pit stop hoje em Silverstone, para as pessoas entenderem que erros acontecem. E nem sempre a vítima é brasileira. Hoje, foram dois enormes: com Vettel, que lhe tirou a vitória, e com Button, que perdeu a vice-liderança do campeonato. Sebastião, o alemão, liderava quando a Red Bull empacou na segunda parada. Alonso ganhou a ponta e lá ficou até o final. Jenson Bonitão saiu de seu pit com a roda dianteira solta. O cara liberou o carro antes de o mecânico colocar a porca.

Acontece. Numa F-1 com tantos pit stops, muitos erros aconteceram e vão acontecer até o fim do ano. Não é só o Massa, tadinho, que sofre nos boxes.

Massa que, por sinal, não embarcou na de se sentir coitadinho depois da linda, quase épica, disputa com Hamilton pelo quarto lugar na última volta. Foi bonito pacas. Os dois carros chegaram arrebentados, tocaram-se mais de uma vez nas últimas curvas, e no final o inglês ficou na frente por 0s024. Felipe precisava mostrar combatividade, vontade. Mostrou. Se não deu certo, paciência. No Canadá deu. Espero que a FIA não puna ninguém, como fez de maneira ridícula com Schumacher no início, depois de uma escorregada e um toque involuntário em Kobayashi.

Schumacher, que admitiu o erro mas achou a punição exagerada, foi um dos destaques da prova. Porque tomou um stop & go (e disse que um drive-through seria menos rigoroso), foi o primeiro a colocar slicks com a pista ainda molhada, deu uma volta inteira sem bico, passou gente pacas e terminou em nono, nos pontos, depois de uma ótima largada e uma corrida divertida. Rosberguinho também foi bem, em sexto. A Mercedes acabou se saindo melhor na corrida do que na classificação, que foi desastrosa.

Pérez, o Chapolim Colorado, foi outro que andou forte e terminou nos pontos, em sétimo. É muito bom, esse rapaz. Bom partido. Guia bem e tem um belo dote. Grana, estou falando de grana. Não que é bem dotado. Tarados. E Heidfeld, discreto, colocou a combalida Renault nos pontos. Menção honrosa.

Agora, falemos de Alonso. É mesmo El Fodón, como vocês dizem. Alguém que justifica o salário que ganha. Claro que essa vitória, a primeira da Ferrari no ano, a primeira desde a Coreia no ano passado, não vai colocar os vermelhos na luta pelo título. O título está definido. Vettel, em nove corridas, tem seis vitórias e três segundos lugares. E hoje, mesmo com a sacaneada da FIA na história dos difusores, tinha chances de vencer. Perdeu por causa da parada desastrosa nos boxes. Mas ganharia com uma margem bem menor do que vinha ganhando. A Ferrari se aproximou, é evidente, valendo-se da proibição dos escapamentos aerodinâmicos. Mas não o bastante para virar o jogo de uma hora para outra. Foi uma vitória circunstancial. E “alonsal”.

Quem sofreu foi a McLaren. Além do problema de Button com a roda solta, Hamilton conviveu com um carro irregular durante toda a prova. Mas brigou de forma até comovente para conseguir alguma coisa, e por isso saiu aplaudido de Silverstone. Sofreu, também, com a proibição do bafo quente nos difusores. Até a gasolina estava acabando.

Foi uma corrida legal, sem aquela putaria de milhões de ultrapassagens por conta da asa móvel, mas com disputas por posições relevantes até o fim. A maior delas, esteticamente, entre Massa e Hamilton. Mas a principal, entre Vettel e Webber. Nas últimas voltas, o australiano chegou e tentou. Podia ter dado uma merda federal, e Christian Horner entrou no rádio para dar sua versão de “Fernando is faster than you”: “Maintain the gap”. Webber disse que não gostou de ser importunado pelo rádio e falou que ignorou as ordens. Tentou passar, não conseguiu, não iria fazer nada de idiota e tirar os dois da prova, chegou em terceiro, chega desse assunto. O mesmo fez Vettel, tentando minimizar a saia-justa.

E foi isso. Alonso chegou a 27 vitórias na carreira, 60 anos depois de Froilán-Gonzalez ganhar em Silverstone com uma Ferrari que hoje pertence ao acervo de Bernie Ecclestone. Foi a primeira vitória do time na F-1, em 14 de julho de 1951. Fernandinho deu umas voltas com ela antes da largada. A turma de Maranello está apaixonada pelo espanhol, que vem ser a única coisa realmente de ponta na equipe — o resto é tudo meia-boca, precisa comer muito arroz com feijão para bater de frente com os rubrotaurinos, pelo andar da carruagem. Com bafo no cangote, sem, o normal é a Red Bull continuar vencendo. Mas Alonso está sempre pronto quando alguém dá mole. Foi assim hoje.

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SILVER & STONES (4)

SÃO PAULO (como pode?) – Que baita saco essa discussão do difusor, não? Não pode. Quer dizer, pode 50% de bafo quente. Quer dizer, 10%. Quem vai medir esse negócio? Maior saco. Por isso, o que a Red Bull fez hoje em Silverstone foi, simplesmente, dizer: enfiem o difusor. Ou: quer uma bafo quente na nunca? Fica aí na frente que a gente manda procês.

Webber fez a pole, a nona da equipe no ano, segunda dele em 2011, décima seguida dos rubrotaurinos, igualando uma marca que não era construída desde 1996/97. Naquela ocasião, pela Williams de Hill e Villeneuve. Newey era o projetista. Newey é o projetista agora. Sacou qual é?

O treino que definiu o grid teve lá suas manhas, com uma chuvinha marota atrapalhando os mais desafortunados. No Q1, os dois da Toro Rosso dançaram e Kovalainen levou a nanica Lotus verde adiante. No Q2, Maldonado e Di Resta, além do mito Kobayashi, se destacaram.

Aqui valem algumas observações. A Renault, ou Lotus preta, ou coisa que o valha, sentiu o baque da proibição do difusor bafo-de-onça. A equipe já vem claudicando há algum tempo, depois de ótimo início de temporada com dois pódios, e agora ficou para trás de vez. Barrichello continua perseguindo o Q3, algo que ainda não conseguiu este ano. E Maldonado já foi a ele três vezes. Nada mal para um segundo piloto pagante, não? Di Resta segue construindo uma reputação sólida, preparando-se para substituir Schumacher na Mercedes quando o alemão decidir parar. E Kobayashi, depois de algumas más apresentações, fez jus à alcunha.

No Q3, a chuvinha no fim atrapalhou quem tentaria alguma coisa depois da primeira bateria de voltas rápidas, que colocou Webber e Vettel na primeira fila, nesta ordem. A segunda tem Ferrari, com Alonso e Massa, nesta ordem também, o que já deixou de ser novidade. A diferença entre os dois nos tempos de volta estabilizou-se ali na casa do meio segundo, pouco mais, pouco menos. Button, Di Resta, Maldonado, Koba, Rosberguinho e Hamilton, meio pra baixo neste fim de semana, fecham as dez primeiras posições.

Se o GP britânico for instável como foi hoje a classificação, com água indo e vindo, a corrida será bem legal. Se o tempo firmar, será só legal. A Red Bull segue favorita. Webber já andou bem em Silverstone no ano passado e tem a chance de ganhar uma, só para mostrar que está vivo. Mas acho que Sebastião, o alemão, não está muito a fim de fazer caridade.

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COLUNINHA

SÃO PAULO (só pra constar) – O link para a coluna Warm Up de hoje está aqui. Ampliando um pouco a discussão sobre as chances de Vettel superar os números de Schumacher, com alguns dados estatísticos.

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NAS ASAS

SÃO PAULO (incrível) – Recebi do Coronel Ma2Tos, com o título “O Jumbo de Hitler”. Inacreditável esse Messerschmitt ME 321, desenvolvido provavelmente na fábrica de Augsburg. Carregava 45 toneladas! Pelo pouco que pude apurar, os primeiros protótipos tinham de ser rebocados na decolagem. Mas vocês, aviadores de plantão, saberão contar mais.

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SILVER & STONES (3)

SÃO PAULO (apaga) – Olha só. A Ferrari decidiu retirar de seu nome oficial a marca Marlboro, sua patrocinadora desde 1984. A equipe se chamava Scuderia Ferrari Marlboro, para todos os efeitos. Agora é apenas Scuderia Ferrari. Mas o contrato com a Philip Morris continua em vigor e só termina em 2015. E ajuda a pagar as contas da casa.

A informação foi dada pelo Luca Colajanni, assessor de imprensa da equipe. Que não fuma. De fato, nas papeletas de hoje em Silverstone o nome Marlboro desapareceu.

Aliás, a título de curiosidade, sabe quais as equipes que incorporam em seus nomes oficiais os patrocinadores? Vamos lá, com negrito para a turma que deposita todo mês seu rico dinheirinho para ver suas marcas nos carrinhos de corrida:

Red Bull Racing, cujo nome é o mesmo do patrocinador, como era a Benetton
– Mercedes GP Petronas F1 Team, grana da Malásia
AT&T Williams, contrato antigo e de pouca visibilidade, esperteza de alguém da equipe anos atrás
Vodafone McLaren Mercedes, pode ligar a cobrar
Lotus Renault GP, essa coisa meio híbrida que é a antiga Renault, na verdade pertencente ao fundo de investimento Genii, com patrocínio da Lotus, que pertence à Proton e faz carros de rua esportivos
Marussia Virgin Racing, sendo os marússios sócios e patrocinadores, e os virginianos, idem

As outras são registradas na FIA com nomes mais “puros”, já incluindo a recém-purificada Ferrari:

– Sauber F1 Team
– Scuderia Ferrari
– Scuderia Toro Rosso
– Team Lotus
– HRT F1 Team
– Force India F1 Team

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SEMANA QUE VEM

SÃO PAULO (bom programa) – Seguinte, macacada. Semana que vem tem Classic Cup em Interlagos, sábado, dia 16. E no mesmo fim de semana tem Brasileiro de Marcas, segunda etapa do campeonato. A rodada dupla é no domingo. E quem quiser ver de graça pode imprimir o convite no site da categoria, aqui. Segundo a Petrobras, que patrocina a bagaça, os 6 mil primeiros que forem ao autódromo no domingo vão ganhar um boné do campeonato. É uma estimativa otimista, 6 mil pessoas, mas tomara que se cumpra. O boné estará à disposição na bilheteria do Portão A, na av. Interlagos, perto daquele predinho da PM. Fácil de encontrar.

Outra coisa interessante: quem tem Focus, Astra ou Civic, os modelos oficiais da competição (os Corolla, argh, são extraoficiais), pode estacionar de graça dentro do autódromo, entrando pelo Portão 7, na av. Teotônio Vilela.

No sábado, na nossa corrida, não tem nada disso. Mas eu prometo que quem for de Lada ganha um camiseta, um boné, um beijo, um abraço e um aperto de mão. E os dez mil primeiros que chegarem vestindo uma camiseta do Meianov vão ganhar uma passagem para Moscou.

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SILVER & STONES (2)

SÃO PAULO (dá tempo?) – Num rasgo de humildade, Schumacher disse na Inglaterra que Vettel pode, sim, bater seus recordes um dia. Para o alemão master, o alemão júnior tem condições de impor um domínio na F-1 que o leve a superar as marcas que ele, Schumacher, construiu entre 1991, quando estreou, e 2006, quando parou. Do ano passado para cá, Michael não somou nenhum número muito significativo ao seu cartel, exceto alguns pontinhos avulsos.

Eu, sinceramente, acho muito difícil. Afinal, são cifras que exigem uma enorme longevidade não só do piloto, como da hegemonia que sua equipe é capaz de levar a cabo. A Ferrari foi dominante na primeira metade dos anos 2000, quando Schumacher disparou na estatísticas, numa época em que se testava sem limites. E isso fazia diferença, porque quem tinha mais dinheiro acabava se impondo aos rivais, principalmente se soubesse usá-lo. E Maranello soube. Acho difícil um período tão longo de domínio hoje em dia. Basta ver a Brawn. Durou um ano. No ano seguinte, mesmo com a Mercedes por trás, miou.

Vettel pode, sim, se comparar a Schumacher no futuro no que diz respeito ao talento, à superioridade que é capaz de demonstrar com um equipamento bom nas mãos, essas coisas. Mas, como o veterano, depende mais de sua equipe do que dele. A Ferrari formou um dream-team de ponta a ponta sob a batuta de Jean Todt. A Red Bull ainda não chegou a tanto. E os recordes que Schumacher bateu não eram assim tão inatingíveis. O problema para os que vêm depois dele é que tais marcas foram se ampliando muito rapidamente. Basta ver que a diferença entre ele e o segundo no ranking de vitórias, por exemplo, é de 40: 91 para o alemão, 51 para Prost. Apenas três pilotos na história ganharam mais de 40 corridas: os dois citados e Senna, com 41.

E vocês, o que acham? Vettel engole Schumacher nos números?

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SILVER & STONES (1)

SÃO PAULO (and?) – Duas sessões molhadas, uma com Webber à frente, de manhã, outra com Massa, à tarde. O melhor tempo do dia ficou com o canguru da Red Bull. Mas os tempos de hoje em Silverstone para pouco serviram, porque parece que para amanhã e domingo a previsão é de pista seca — embora, na Inglaterra, nunca se saiba exatamente quando isso vai acontecer; a ilha gosta de uma chuvinha.

Em todo caso, deu para ver como ficou bonita a área de box e paddock batizada de Silverstone Wing. O jardim entre o pitlane e o pitwall (pit que pariu, quanto pit!) é uma gracinha. Ingleses adoram um jardim, um gramadinho, essas coisas. Fofinho.

No que diz respeito aos treinos, o pancão de Kobayashi foi o único episódio digno de nota. Aconteceu na primeira sessão, e na segunda ele estava lá de novo, sem maiores problemas.

A proibição dos difusores aquecidos não pôde ser medida. Só se saberá quem perdeu mais — e quanto — quando todo mundo andar nas mesmas condições, no seco. Assim, uma sexta-feira desperdiçada, essa de Silverstone. A pouca presença de público também me chamou a atenção, mas já li que todos os ingressos para a corrida estão vendidos, então vai ser um espetáculo legal, domingo.

Voltamos de tarde, porque agora tenho de fazer um negocinho TV.

PS: o que era aquilo do narrador da Sportv vibrando com o primeiro lugar do Massa no segundo treino livre? Parecia que estava ganhando um campeonato mundial! Gosto até do rapaz, não fala bobagens, conhece pilotos e carros e tal. Mas precisa fazer esse papel de bobo toda hora? Precisa achar que o público é débil mental? Quando é que essa gente global vai parar com essa babaquice de Brasil-sil-sil? Já não deu para perceber que o público não é formado por retardados? Querer convencer alguém com gritaria de que um primeiro lugar num treino livre de sexta tem alguma importância, ainda mais na chuva e nas voltas finais, é, realmente, achar que só tem idiota assistindo.

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FUSCA DO DIA

Estou desovando um monte de coisa hoje. Dia telegráfico. O Fusca serve a corporação de Bombeiros em Tiradentes (MG). Enviada há séculos pelo Jason Vôngoli. Será que ainda está em uso? Mineiros, manifestem-se. O carro é 1971.

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