“GOOD JOB, MAN!”

SÃO PAULO– Fomos correr de kart hoje na Granja Viana, a convite da Ferrari. 25 jornalistas, mais um certo Phillip Massa, titular da equipe e 10 kg mais magro que eu.

Muito bem.

É possível que as imagens já estejam correndo na internet, porque quando acabou a corrida dei um tapão nele e disse “good job, man!”. Depois fui reclamar na torre de atitude antidesportiva, mas não encontrei a torre. Restou-me almoçar com o indigitado. Ainda ganhei um boné e uma medalha. Vou sortear o boné e guardar a medalha, chapiscada com o sangue de meu esforço e dedicação.

Mas perdi a corrida.

Foi assim. Entrei como favorito absoluto, mesmo com a presença de Massa no grid. Fui mal nos treinos livres, virando 1min07s50 na minha melhor volta. O mais rápido, Rafael Munhoz, da “Racing”, enfiou quase 2s “nimim”. Mas na classificação baixei para 1min05s99 e fiquei em quinto. Quarto, na verdade, porque Phillip virou 1min03s e alguma coisa, mas foi punido porque estava rápido demais e largou em último.

Na minha frente, no grid, Munhoz, Alexander Wurz e Tico-Tico. Como sempre, larguei esplendidamente e coloquei-me atrás de Munhoz e Wurz, porque uma hora eles iam fazer alguma cagada e eu ganharia fácil. Sou uma espécie de Prost, inteligente e cerebral, mas um pouco mais arrojado.

Aí aconteceu o momento dramático, estapafúrdio, inominável. Na altura da terceira ou vigésima volta, não lembro direito. No final da reta principal, molhada, eu fazendo um traçado próximo do perfeito, chego na freada e sou atingido por trás. Enquanto rodava, gritava pelo rádio: “Quem foi? Quem foi? Avisem os comissários! Peguem o vídeo! Coloquem no YouTube, no Facebook e no Twitter! No Orkut não precisa, ninguém mais vê essa merda!”. Meu engenheiro não respondeu nada.

Estávamos a mais ou menos 290 km/h. E o piloto que me tocou ainda olhou dentro da minha viseira e deu uma gargalhada. Usava um capacete amarelo e verde e um macacão vermelho. O sacripanta foi embora e resignei-me. “Hamilton tem razão”, pensei. Comecei a remar tudo de novo. Lá na frente, como eu previa, Munhoz e Wurz se enroscaram. Cheguei novamente nos dois, mas começou a chover e aí foi um desastre. Meu acerto era para clima úmido-com-possibilidade-de-leve-garoa-vinda-do-leste, e choveu pra cacete. Não parei mais na pista.

O piloto do capacete verde e amarelo chegou a me encontrar novamente. “Phillip is faster than you”, me avisou o engenheiro pelo rádio, ao que respondi “e eu com isso?”. Aí ele me passou com alguma dificuldade.

Terminei em sexto. Maça, ou Massa, não sei direito quem é, o piloto que aniquilou minhas chances de uma vitória épica, ganhou. A segunda posição foi do azarão Lucas Santinho, do site Tazio, que aproveitou quando Munhoz e Wurz se tocaram e passou os dois. Ainda terminei atrás de Tico-Tico.

A melhor volta do dia foi desse rapaz, Maça, 1min03s799. Seu kart, aparentemente, tinha dois motores. A segunda melhor foi minha, 1min05s098. O que prova, sem sombra de dúvidas, que eu merecia ganhar.

Quando acabou a corrida fui para o cercadinho da imprensa, dei um tapão nele e falei “good job, man!”. As câmeras da BBC e da ESPN captaram tudo. Sei que na ESPN vai ao ar no Bate-Bola, se der tempo, e no Sportscenter, com certeza.

Massa, ou Maça, parece que tem uma corrida em Interlagos domingo. Mas existe a chance de, antes, cassarem a superlicença dele assim que as imagens chegarem à FIA.

Este é o piloto que acabou com a minha corrida. Se chama Phillip, é meio baixinho e anda sempre de boné. Qualquer notícia sobre seu paradeiro, favor me informar ou ligar para o disque-denúncia, 181. Garantimos o sigilo aos informantes e ainda damos um brinde.
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AULINHA

SÃO PAULO (semana cheia) – Doze minutinhos com o Meianov sendo caçado implacavelmente pelo Passat do Mário Bove sábado em Londrina. E a melhor largada do mundo de camarote… Notem pela janelinha que mostra as luzes vermelhas se acendendo e apagando que o Ladinha sai até um pouquinho atrasado.

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FOTOS, FOTOS, FOTOS!

SÃO PAULO (quando é a próxima?) – O Rodrigo Ruiz e o Tarso Marques (que não é aquele) já colocaram todas as fotos da nossa aventura em Londrina no fim de semana. Para saber tudo que aconteceu nos três dias, é só clicar aqui e ver os quatro álbuns (sexta, sábado, domingo e bastidores). Para variar, trabalho de primeiríssima da dupla. Escolhi uma foto a esmo, só para ilustrar a nota.

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EXPLICADO

SÃO PAULO (será que ninguém viu?) – Encontrei hoje o impagável Milton Neves aqui no prédio e ele confirmou: Neymar jogou na Portuguesa. A foto aí embaixo, de janeiro de 2006, mostra o craque do Santos prestes a completar 14 anos numa das equipes das categorias de base da Lusa. Ele é amigo dos filhos do presidente do clube, Manuel da Lupa. A história está aqui, no site Terceiro Tempo. Claro que isso explica por que o menino joga direitinho.

Milton, aliás, estreia hoje seu site e blog no portal BOL, depois de alguns anos no iG — onde fomos parceiros por bastante tempo. O BOL, que andava meio adormecido, está sendo relançado pelo Grupo Folha, também responsável pelo UOL. Boa sorte a ele.

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SUPERLARGADA

SÃO PAULO (impressionante) – Vídeos de cinegrafistas amadores tomados em Londrina nas nossas duas corridas da Classic Cup estão ajudando a tirar qualquer dúvida sobre as calúnias e difamações espalhadas pelos decadentes Marcelo Giordano e Rogério Tranjan a respeito das largadas do Meianov. As imagens acima comprovam que na primeira bateria o que houve foi uma reação estupenda do piloto, calculada em 0s00004 pelos computadores e ampulhetas da TAG-Heuer. Não tenho culpa se largo bem. Reparem aos 31s do vídeo, do lado esquerdo do parabrisa do Meianov, que o reflexo das cinco luzes vermelhas desaparece e o automóvel parte imediatamente. Pelo som claro e cristalino do vídeo, percebe-se igualmente que o pole-position Antonio Chambel largou aos 24s. Ele sim, ao que parece, antecipou-se ao apagar das luzes.

Depois deste vídeo eslcarecedor, considero encerradas as discussões sobre o tema. E sugiro aos decadentes Tranjan e Giordano que procurem oftalmologistas ou geriatras.

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QUEM QUER?

SÃO PAULO (lindona) – Lembram da miniatura da Miss Universe que ganhei na semana passada do Daniel Granja? Pois ele informa que o nome do artista é Irauí Alves. “Ele faz qualquer carro. Basta enviar uma foto. Na minha coleção de miniaturas já tem Belcar, Vemaguet, Fissore, Candango e Corcel I. Dentro de alguns dias buscarei minha Universal e o Passat. Todos eles perfeitos”, conta o Granja. As miniaturas são de madeira.

Então, seguem os contatos do Irauí: [email protected], telefone (11) 2412 6743

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HIGHLANDER II

SÃO PAULO (e quem sai?) – Essa pegou todo mundo de surpresa. Pedro de la Rosa foi anunciado como titular da Hispania pelos próximos dois anos. A gente nem lembrava que ele existia! Aos 40 anos, o espanhol passou a maior parte de sua carreira testando carros para a McLaren. Interminável…

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HIGHLANDER

SÃO PAULO (deliciosa, como sempre…) – Está lá no blog do Fábio Seixas: Barrichello estaria acertando com a Renault, futura Lotus, para o ano que vem. Grosjean, Petrov e Senninha brigariam pela outra vaga.

A ver. Neste fim de temporada, é tudo “a ver”.

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LINDA HISTÓRIA

Desculpem, não sei quem mandou. Mas é legal demais.

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BYE, LONDRINA

LONDRINA (até o ano que vem) – E terminou o 5° GP do Café, nossa etapa londrinense da Classic Cup. Vimos aqui desde 2007 e é sempre muito gostoso. Risadas a granel e mentiras de pilotos a torto e direito. O único que conta a verdade dos fatos sou eu.

E a verdade dos fatos é esse belo troféu aí embaixo. Algo que nem o carcamano Marcelo Giordano, meu companheiro de equipe, nem o prolixo Rogério Tranjan, meu adversário, conseguiram. Para variar.

Aqui é importante que se diga. Na minha equipe, a LF, é cada vez mais clara minha posição de primeiro piloto. Afinal, sou eu quem traz resultados. OK, um de nossos novatos, o João Peixoto, venceu a prova hoje na geral. E levou o título na soma das duas baterias. Mas ele é novato, está chegando agora, deu sorte e recebe tratamento privilegiado, como isopor exclusivo para seus gatorades.

Decadente, Giordano sequer largou. Houve um problema na rosca, algo assim. “Giordano com problema na rosca” era o que dizia o press-release de nossa assessoria de imprensa. Procurei não entrar em detalhes. Soube que tudo estava funcionando perfeitamente em seu equipamento, como o rádio, o Turíbio (não sei o que faz esse dispositivo, mas ele tem esse negócio), o Red Hot Chilly Laps, a câmera Go, Speed, Go, as merdas todas que ele coloca no carro. Menos o carro, por causa dessa rosca. Problema dele. Um a menos para passar.

Tranjan, por sua vez, piloto da pequenina Rosinha-Gaydarji, uma espécie de Hispania de nossa categoria, estava radiante porque finalmente seu carro conseguiu se deslocar do box para o grid. O dono da equipe ajoelhou-se no pitlane e ergueu as mãos para o céu. A cena me comoveu, mas percebi pessoas em torno espantadas com o gesto messiânico.

Larguei em 15° na geral, pole na minha categoria, de “Carros do Leste com Estrela Vermelha”. Como de hábito, parti de forma extraordinária, deixando todos no autódromo boquiabertos. Ultrapassei uns quatro ou doze carros, por aí, chegando na primeira chicane em primeiro ou segundo, aparentemente. Tive de cortá-la, inclusive, porque Giordano me espremeu. Sim, eu sei que ele nem largou, mas pilotos como eu chamam todos os outros de “giordanos”, assim como Mané Garrincha chamava seus marcadores de “joões”.

Tive uma boa disputa com dois Passats, um chegou na minha frente, outro atrás, mas o momento mais surpreendente da prova para mim foi ser ultrapassado por Tranjan. Algo inesperado e suspeito. Depois descobri, pela telemetria, que naquele exato momento meu carro estava com apenas um cilindro funcionando. Os mafiosos da Brandini se mandaram lá na frente com métodos espúrios, como sempre. Seus carros, com pinturas novas, ficaram irreconhecíveis. Por isso preferi não ultrapassar nenhum deles, com medo de represálias.

A partir da 14ª volta tive um problema prosaico, cabo do acelerador enroscando, travava a bagaça, tive de controlar meus impulsos e meus tempos de volta, previstos para aquela altura para chegar à casa de 1min18s, caíram para 1min43s. Aí foi só esperar a bandeirada. Minha melhor volta foi registrada pelos satélites da KGB em 1min38s944. Ontem foi melhor no cronômetro, mas pior na posição final.

Terminamos, eu e Meianov, em 11° na geral, o que nos garantiu o troféu “Most Valuable Eleventh Place for Blond and Blue Eyed Drivers”. Tranjan, com atuação medíocre, foi o sexto na geral, uma vez que o nível dos cinco primeiros era muito baixo. Já falei, o Peixoto ganhou depois que o Chambel se enroscou com o enferrujado Fernando Mello quando ia dar uma uma volta nele. Mas como Fernando é irmão do presidente da nossa associação, Chambel nem reclamou e pediu desculpas, ainda.

Na soma das duas baterias, fiquei em quarto na categoria até 1.600 cc e em primeiro, absoluto, entre os “Sedãs de Quatro Portas com Faróis Redondos”, resultado que minha equipe considerou muito bom. Giordano, como já dito, mas nunca é demais lembrar, voltou para casa de mãos abanando, mas deixei ele carregar meu troféu até o táxi. Tranjan, igualmente, como também já dito, e da mesma forma nunca é demais lembrar, está na estrada agora com sua caminhonete C10 sem levar nada na bagagem além do capacete e do macacão puído. Ao chegar ao hotel, fiquei feliz por receber telegrama do camarada Putin e a comenda “Best Autovaz Driver in the Season” graças ao resultado de hoje. O Petrov ficou meio puto.

Por fim, algo que não pode deixar de ser dito. Fizemos parte do fim de semana da etapa londrinense do Brasileiro de Marcas, que tem carros legais e bons pilotos, como Thiago Camilo, Valdeno Brito, Ricardo Maurício, Daniel Serra e outros. Londrina não é exatamente um centro internacional de lazer e aventura. Pouca coisa acontece nestes preguiçosos domingos do interior, e portanto uma corridinha no autódromo da cidade deveria ser um bom programa.

Falei com muita gente. Alguns disseram que a divulgação nas rádios e jornais locais existiu. Outros, que não. Não importa. Importa é que na largada da primeira corrida da rodada dupla de Marcas, havia contadas 25 pessoas na arquibancadinha montada na reta oposta, por volta das 10h de um dia ensolarado e de temperatura agradável. A foto aí embaixo, do Luiz Salomão, é a prova inconteste do desinteresse geral. Não deve ter passado muito disso depois, na segunda bateria, logo depois do almoço. No paddock e nos HCs, algumas dezenas de convidados, e nada mais.

Não há esporte que resista a tamanha indiferença do público, ainda mais quando esse esporte é movido exclusivamente por patrocínios. Ou o automobilismo brasileiro se reinventa, ou é melhor parar com tudo de uma vez.

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