JAPONINHAS (3)

SÃO PAULO (tudo vale a pena) – O tricampeonato de Ayrton Senna completa 20 anos por esses dias. Desde 1991, nenhum piloto brasileiro ganhou um título mundial na F-1. Massa chegou perto em 2008. E foi só.

Quando Senna ganhou o tri, a Alemanha não tinha nenhum título na categoria. Hoje, 20 anos depois, conquistou o nono. Passou o Brasil. Foram sete de Schumacher. E dois de Vettel. Filhote de Schumacher. Qual país aproveitou bem o “boom” do automobilismo gerado por seu melhor piloto?

Tiãozinho confirmou nesta madrugada a conquista antecipada com uma corrida sossegada em Suzuka. Poderia ter vencido, mas chegou em terceiro. Perdeu posições nos boxes e não se esforçou muito para recuperá-las. Não precisava, e como tinha garantido uma tacinha, ficou por lá mesmo. São 14 pódios em 15 corridas. Está bom demais.

Vettel pode estabelecer uma era hegemônica como fez Schumacher no início do século? Pode ser. É difícil uma equipe se manter tão forte durante tanto tempo, mas já aconteceu mais de uma vez e pode acontecer de novo. E quem estiver sentado no carro certo acaba tirando proveito disso. Se for alguém como Vettel, vira hegemonia.

O que espanta é a juventude do moleque. 24 anos, três meses e 6 dias. Tem a idade que tinha Senna quando estreou na F-1. E já acumula 19 vitórias, 27 poles, dois títulos. Claro que é um piloto especial.

A corrida de hoje, não sei se por meu sono, não sei se porque não foi grande coisa, mesmo, não empolgou demais. Button, como sempre, guiou o fino e levou mais uma. Alonso voltou a tirar leite de pedra e terminou em segundo. “Quase lutei pela vitória”, disse, surpreso. O resto foi realmente o resto. Hamilton e Massa voltaram a se tocar, mas lutavam por tão pouco… Lewis chegou em quinto, Felipe foi o sétimo. Nenhum furou o pneu ou foi punido. Não sei se a esta altura alguém deu ou tomou um tapa no paddock. Creio que não.

Schumacher terminou em sexto, foi bem, assim como muito bem foi Pérez, oitavo, e Petrov, nono. Rosberguinho veio lá da última fila para o décimo lugar. Senninha não pontuou, nem Barrichello.

Temos quatro corridas pela frente. Quatro amistosos na Coreia, Índia, Abu Dhabi e Brasil. Espero que sejam boas. A da Coreia, ano passado, não deu para saber direito como é, por causa da chuva. A indiana é novidade. Abu Dhabi vai ser um saco. Interlagos é sempre legal. Vettel vai buscar alguns recordes até o fim do ano. Não que precise. Mas já que estão pingando na área, que tente.

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RÁDIO BLOG

Terça-feira faz 15 anos que Renato Russo morreu. Gozado que eu nunca fui a nenhum show do Legião. E vocês?

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QUE FIM LEVAM ESSAS COISAS?

SÃO PAULO (pelas teorias, matam o cara) – Algum tempo atrás, durante meses, dia sim, dia não, chegava um e-mail com o vídeo de um cara que conseguiu desenvolver um carro movido a água, que não polui e não gasta nada. Recebi tantas vezes que já nem sei mais se o cara era brasileiro ou indiano, se o carro era mesmo movido a água ou a vento.

Enfim.

Em boa parte desses e-mails, o remetente garantia que o inventor foi assassinado pelo cartel internacional do petróleo e da indústria automobilística. Se alguém achar o vídeo, coloque o link aí nos comentários para a gente se lembrar.

Ontem, conversando com uns amigos que foram ao Salão das Duas Rodas, um deles, o mais baixinho, me mostrou o folheto de uma versão chinesa descaradamente copiada do Segway, aquele patinete gigante genial que, isso fui em quem garantiu na conversa com os amigos, se tivesse sido inventado antes do automóvel seria o meio de transporte de todos os habitantes do planeta. É suficientemente rápido, seguro, pequeno, econômico, não causa acidentes, leva você de um lado para o outro. Mas inventaram os carros antes, e o Segway dançou. Não emplacou. Erro de planejamento claro do criador do planeta.

Hoje me mandaram esse vídeo aí em cima, de um empresário japonês que inventou uma pequena máquina que transforma plástico em petróleo. Se cada casa do mundo tivesse um aparelho desses e todas as casas tivessem tubulações que enviassem esse petróleo para os postos de gasolina, a gasolina seria de graça e a Terra estaria salva.

Provavelmente os mesmos cartéis que mataram o cara do carro movido a pensamento, ou a água, ou a vento, vão matar esse japonês aí.

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FOTO DO DIA

SÃO PAULO (passa rápido) – O Fernando Zimmermann mandou a foto. Consta que foi tirada em Zeltweg em 2002. Nunca sei quando essas coisas são montagens, mas vamos em frente.

Em maio daquele ano, quando aconteceu a corrida (a famosa, aquela da troca de posições entre Barrichello e Schumacher), Sebastiãozinho tinha 14 anos. Faria 15 dois meses depois. O carro no qual enfiaram o moleque para fazer um retrato é o Sauber de Nick Heidfeld, que por sua vez tinha como companheiro de equipe Felipe Massa, que estava em seu primeiro ano na F-1.

A Sauber era patrocinada pela Red Bull. A Red Bull como equipe ainda não existia, era a Jaguar, que seria comprada algum tempo depois. Na Jaguar corriam Irvine e De la Rosa. Dos 22 que largaram naquele GP da Áustria, seis estarão ao lado de Vettel na madrugada de amanhã em Suzuka: Schumacher, Barrichello, Button, Webber, Trulli e Massa .

Das 11 equipes que participaram daquela corrida, seis não existem mais: Jordan (hoje é Force India), Toyota, BAR (hoje é Mercedes), Arrows, Minardi (hoje é Toro Rosso) e Jaguar (hoje é Red Bull). O tempo voa.

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JAPONINHAS (2)

SÃO PAULO (sai, gripe) – O que eu quero ver mesmo nessa corrida é Massa x Hamilton. Eles estão na segunda fila, e tive informações privilegiadas que os mecânicos da McLaren vão jogar açúcar no tanque do brasileiro. E soube também que tem um mecânico da Ferrari escalado para colocar tachinhas nos pneus de Lewis. Fiquem atentos na movimentação no grid antes da largada.

Vettel x Button também vai ser legal. Vale o título, oh.

Vale é uma vitória, isso sim. Button ficou 0s009 atrás de Tião Alemão na classificação. Seb (quanta intimidade) comemorou essa pole num tom um pouco acima do normal. Pela dificuldade, certamente. Jenson vinha sendo o mais rápido em todos os treinos e não queria deixar escapar a primeira posição de jeito nenhum. Mas escapou.

Apesar disso, a cara de ânus entre os três primeiros era de Hamilton. Que anda realmente com algum problema. Colocou os óculos, não esboçou nenhum sorriso, andou se estranhando com Schumacher nos treinos. Precisa de férias.

Massa ficou na frente de Alonso, que ficou na frente de Webber e aí temos o top-10. Isso mesmo, seis carros no top-10, porque os outros quatro que foram ao Q3 decidiram não fazer voltas rápidas. Koba-Mito, Schumi, Senninha e Petrovski economizaram seus pneus e frustraram o público. Isso precisa mudar no regulamento. Esse negócio de ir ao Q3 e guardar o carro na garagem é uma palhaçada monumental. Tem de ter tempo para largar. Se não tiver, vai para o fundo do grid. Não há nada mais patético do que essa desistência por antecipação, essa renúncia à luta, à disputa.

Isso dito, eu achava que os toros rossos andariam um pouco mais na frente, o primeiro-sobrinho fez de novo bem o seu trabalho ao levar o carro ao Q3 e o pobre do Rosberguinho vai ter de largar lá atrás porque seu carro pifou na classificação. Será o nome das primeiras voltas, podem apostar. Em Suzuka é divertidíssimo partir do fundão com carro bom.

Vettel foi a 12 poles no ano, em 15 corridas. A Red Bull tem todas. Hoje foi por pouco que Button não acabou com a série. Mas pouco não basta. O alemãozinho chegou a 27 e é o sétimo nas estatísticas. Passou Hakkinen. Luta pelo recorde de poles na mesma temporada, que é de Mansell em 1992. Foram 14 em 16 etapas. Já teve campeonato chato antes, sim senhor. Portanto, não reclamem. Sebastião está apenas fazendo bem o seu trabalho.

O campeão sai na próxima madrugada, deixando para as outras quatro corridas, a do Brasil inclusive, a incômoda condição de evento com caráter amistoso. Muita gente reclama de marmeladas e de resultados arranjados no esporte em geral, na F-1 em particular. Essas disputas que acabam precocemente, para mim, são a maior prova de que não há marmelada alguma. E, se há, o encarregado de fazê-la é incompetente pacas.

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DICA DO DIA

SÃO PAULO (muito legal) – Isso aqui é usar bem a internet, as redes sociais e tudo mais. Vejam esta campanha da BMW na França para divulgar seus modelos da série 1. Quem mandou foi meu amigo Rogério Gonçalves, que vende salsicha em Munique.

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O PORRE DE SCHUMI

SÃO PAULO (coisa feia…) – A coluna Warm Up de hoje lembra das dez decisões de título registradas em Suzuka desde a primeira de Nelson Piquet, em 1987, até a de 2003 de Schumacher. Naquele ano, o alemão chegou ao hexa, superou Fangio e encheu a cara no autódromo. Tem até umas fotos aqui.

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WILLYS, FORD…

Imagens lindas da Willys, Rural, Aero, Jeep, Gordini, aparentemente já sob a gestão da Ford (tem uns Galaxies, também), em mais um filme restaurado pela Dana. Mandaram por e-mail. Como sempre, apaguei o nome do remetente antes de ver o vídeo…

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JOBS

SÃO PAULO (só estava esperando aparecer…) – Nunca tive nenhum produto da Apple, menos por filosofia, mais por falta de necessidade, portanto não esperem de mim odes a Steve Jobs pelo tanto que ele mudou minha vida. Ele não mudou minha vida, mas é inegável que mudou a de muita gente, era um gênio, empreendedor e criativo e coisa e tal. Gênio que se vai cedo, apenas 56 anos, e é incrível imaginar o tanto de coisa que inventou, mesmo tendo ficado mais de uma década afastado da empresa que criou.

Jobs esteve nas pistas, também, como lembra meu brother Paulo Tohmé em seu ótimo blog sobre miniaturas. Patrocinou esse Porsche em Le Mans em 1980. Que eu saiba, foi a única presença da Apple patrocinando carros, mas é bem possível que a maça tenha aparecido em outros também, não sei.

A foto é da miniatura. O carro de verdade era pilotado por quem, vocês sabem? E como foi na corrida? E qual a história desse patrocínio?

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JAPONINHAS (1)

SÃO PAULO (acho que o verão chegou) – Quem aguentou a madrugada acordado viu Jenson Button dominar os treinos em Suzuka, na abertura da 15ª etapa do Mundial. E viu Vettel, no primeiro treino, beliscar de leve a barreira de pneus com o bico de seu carro depois de escapar na Degner. Barrichello também bateu ali, um pouco mais forte.

Ou seja: nada de especial aconteceu numa sexta-feira típica de muito trabalho para um autódromo com bom público e muito sol e calor lá do outro lado do mundo.

Button aparece como favorito à vitória? Talvez nem tanto. Mas vai brigar, sim, até porque Vettel tende a ter um fim de semana mais de contemplação do que qualquer outra coisa. Tiãozinho não vai se matar para vencer. Vai fazer o dele sem pressa e sem querer dar uma de herói, porque não precisa nem de uma coisa, nem de outra. Sairá campeão para acabar logo com essa agonia, e depois cuidará de se divertir neste finalzinho de ano.

Vou torcer é para o Kobayashi em Suzuka. Seria legal uma corridaça do nosso Mito em casa.

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