INTERLAGOS, 1990

SÃO PAULO (como mudou…) – Acho que nem todos terão tempo para ver, o vídeo tem meia hora, mas vale muito a pena. Alguém postou nos comentários aí embaixo, mas como acontece às vezes, não anotei o nome e estou com preguiça de procurar.

São imagens do GP do Brasil de 1990. Mas não da corrida, aquela coisa que todos veem na TV — tem uma coisinha ou outra, na edição, e é ótimo, como uma volta on-board no carro do Patrese. São, principalmente, imagens da torcida, do caminho para o autódromo, da Erundina, do Collor, tudo gravado das arquibancadas pelo que a gente chama de “cinegrafista amador”. Que, pelo jeito, foi ido à corrida em algum esquema da Honda numa tribuna enfiada no Setor G.

Incrível como estava o autódromo. A saída de box era uma insanidade. As áreas de escape, uma temeridade. Os restos mortais do traçado antigo ainda estavam fresquinhos. A precariedade de tudo é visível, mas o clima é delicioso. A alegria do paulistano pela volta de sua corrida está estampada no rosto de cada um.

Para quem esteve naquela prova, ótima chance de matar as saudades. Para quem não esteve, ou nem era nascido, grande oportunidade para saber um pouquinho como era a São Paulo de 22 anos atrás. Nem faz tanto tempo assim.

Parece que foi em outra vida.

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AÍ SIM!

SÃO PAULO (seria lindo) – Olha que notícia legal! A presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, disse que está tudo muito adiantado para que o país volte a receber a F-1 a partir do ano que vem, numa pista de rua em Mar del Plata. Os detalhes estão aqui.

Eu amava de paixão a corrida de Buenos Aires. Mar del Plata é uma cidade deslumbrante. Se isso acontecer, é de soltar rojão.

ATUALIZANDO…

O Humberto Corradi lembra que já teve corrida importante de baratinhas em Mar del Plata. Aqui.

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SAAB LIVES

SÃO PAULO (que lindo) – Fernando Renault avisa: a SAAB vive nas pistas, num dos campeonatos suecos de Turismo, o TTA. As equipes Flash Engineering e Team Tidö vão colocar quatro modelos 9-3 na pauleira e pela primeira vez em 40 anos vai haver um embate direto entre SAAB e Volvo nas pistas, pelo que entendi lendo esse link aí em cima. A SAAB Parts vai fornecer as peças necessárias.

Lá, como cá, tem briga de dirigentes. Essa TTA é resultado de uma cisão na turma do Turismo. O principal campeonato é o STCC, Scandinavian Touring Car Championship, com corridas na Dinamarca, também.

Mas isso não interessa. Interessa é ver SAAB correndo.

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ESQUISITICES

SÃO PAULO (e pur si muove!) – Um monte de gente me mandou hoje a notícia de que aquele tal de DeltaWing, dos mais estranhos chassis apresentados à Indy dois anos atrás para a fornada de 2012, e que acabou não sendo escolhido, vai correr em Le Mans. Uau. Motor Nissan 1.6 turbo, com 300 hp. Mas como pesa 500 kg, gasta pouco e come menos pneu, pode ser interessante para uma prova de 24 horas. A Nissan está colocando uma grana no projeto. Marino Franchitti, irmão mais novo de Dario, testou a barata nas últimas semanas nos EUA — tem o vídeo on-board aí em cima, umas fotos aqui e outras imagens aqui, com outro piloto, em Sebring.

O bicho é bem esquisito. Nas fotos da apresentação, em Londres, ele tem até faróis nos paralamas traseiros. Numa olhada preliminar, a impressão é de que não é possível fazer uma curva na Imigrantes com ele, tão reduzida é a bitola dianteira. Mas os pneus têm 10 cm de largura e, segundo o Franchitti Jr., faz curva, sim. E bem.

O futuro chegou, diria alguém.

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FOTO DO DIA

Trabis sorridentes na Hungria. Enviada pelo meu amigo Rogério Gonçalves, gerente de um cabaré em Budapeste.

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BRIGA OU NÃO BRIGA?

SÃO PAULO (boas risadas) – O mais divertido de 2012 vai ser acompanhar a Ferrari. Já está engraçado antes de começar o campeonato. Primeiro, Pat Fry diz que pódio nas primeiras corridas do ano, nem pensar. Alonso e Massa fazem muxoxos quando chamados a falar sobre as qualidades da F2012. Agora, Domenicali fala que o time vai lutar pelo título, ainda que o início da temporada possa não ser alvissareiro.

A verdade verdadeira, só em Melbourne e eu diria que só no sábado. A sexta (quinta à noite para nós, com treinos a partir das 22h30) ainda será de estudos e a pista de Albert Park é “verde” demais no primeiro dia.

 

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ONE COMMENT

Só podia ser Tatra. Rafael Walter mandou.

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ERA ASSIM…

SÃO PAULO (rápido, muito rápido) – E eu não poderia ir pra casa sem mostrar isso aqui: a cara do site quando ele foi ao ar, no final de 1996. Essa versão da página é de 1998. Encontrei num site de arqueologia internética que recupera páginas antigas. Uma viagem no tempo. O link da página abaixo está aqui. Algumas páginas internas estão vivas, ainda. E tem uma linha do tempo que permite ver várias fases do Warm Up/Grande Prêmio. Nessa aí, a gente colocava no ar as matérias que eu mandava para os mais de 50 jornais para quem cobria F-1. Mas sempre no dia seguinte, para não “furar” os jornais…

Obra do Zé Otávio, da ProdutoBrasil, parceiro e amigo desde os primórdios, quando a gente enviava as reportagens por fax por um complicadíssimo sistema que interligava meu computador nos autódromos a três ou quatro linhas telefônicas simultâneas no Brasil, que por sua vez mandavam os textos para as redações. Caramba, como é que a gente conseguia fazer aquilo? Às vezes acabava o papel da máquina do desgraçado do jornal, ninguém percebia e o telefone ficava reenviando os textos até alguma alma aparecer para recolocar a bobina no fax. Um dia ele me pegou pelo braço para explicar o que era a internet e fazer um site. “Dá para entrar no museu do Louvre e na fábrica da Ferrari”, falou, e começou a abrir umas imagens no seu computador de última geração que devia ser um 486, no máximo. E lá estávamos nós no Louvre e na Ferrari. Uma maluquice total.

Mas era legal.

ATUALIZANDO…

Como eu disse, colocava as matérias que escrevia para os jornais. Entrem no link lá em cima e cliquem em “Provas” no menu da esquerda. Depois, leiam o relato do GP da Austrália, aquele que o Coulthard deixou o Hakkinen vencer. Fiz uma entrevista com Barrichello sobre a corrida e perguntei sobre isso. A resposta é engraçadíssima. E tem minhas colunas que eu jamais encontraria, assim como os Diários de Viagem. Vou ver se copio tudo isso e guardo.

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DECOLAMOS

SÃO PAULO (sem volta) – Bem, macacada, foi uma longa terça-feira. Mas o novo Grande Prêmio entrou no ar. Tivemos de trocar a hospedagem porque deu algum pau monstro na GoDaddy e graças ao esforço do Zé Otávio da ProdutoBrasil, parceira desde 1994, e da Inventive House, Ana e Angela à frente, finalmente decolamos. O maior site de automobilismo do Brasil, agora, é parceiro do portal MSN e é com a Microsoft que vamos daqui para a frente, hospedados nos EUA num servidor de tráfego ilimitado e tal e coisa e coisa e tal.

Optamos por uma página simples, limpa, sem frescuras, já que nossa principal função é produzir informação, e não fazer carrinhos pulando em 3D da tela. Gravei até um videozinho de apresentação para explicar tudo. Ficamos fora do ar por cinco dias, mas no fim tudo deu certo. Não aconteceu nada de importante nesses dias, felizmente.

Vamos ver como será no fim de semana. Afinal, é abertura do Mundial de F-1 e estão todos sedentos por corridas, treinos, declarações, fotos, vídeos, cronometragem, fofocas, aquilo que desde 1996 levamos ao ar quando o Grande Prêmio ainda se chamava apenas Warm Up.

A propósito, o site continua sendo acessado pelos nossos dois endereços tradicionais, www.grandepremio.com.br e www.warmup.com.br. Mantivemos também nosso logotipo. O Victor Martins, capitão da equipe, queria colocar um degrau no bico do carrinho, mas não deixei. E sabe o que é curioso? Até hoje não sei quem foi que desenhou o nosso logotipo. Ele foi criado no iG em 2000 e o autor nunca se apresentou. Será que ainda trabalha lá? Apareça, artista misterioso!

Vão aparecer aqui e ali alguns probleminhas, é evidente. Mas aos poucos vamos ajeitando tudo. Obrigado pela paciência e seguimos. Sempre seguimos. E se tudo der certo, semana que vem vou pagar pizza para a equipe inteira.

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O FIM DA BRITANNICA

SÃO PAULO (a maioria nunca viu) – Meu amigo Adriano Xupisco postou no Twitter. Depois de 244 anos, a “Encyclopædia Britannica” não será mais impressa.

A “Britannica”… Enciclopédias… Será que quem tem menos de 30 anos faz ideia do que estamos falando?

Bem, enciclopédias eram… o Google. Isso, eram o Google. Só que a gente tinha de folhear, procurar os verbetes, aprender lendo e viajando por aquelas páginas de papel nobre, impressão impecável, textos solenes.

Era melhor que o Google? Talvez não. O Google (e seus antecessores Yahoo!, Alta Vista, que nem sei se existe, esses buscadores todos) é muito prático e incrivelmente abrangente. O mundo a um clique e tal. Cada vez mais completo, mais eficiente. Encontra artigos, pessoas, fotos, vídeos, músicas, lugares, tudo. Tudo, tudo, tudo.

As enciclopédias eram o que de mais próximo de tudo tínhamos. Elas continham todo o conhecimento humano e eram incontestáveis. Copiávamos seus verbetes nos trabalhos de escola. Abríamos a enciclopédia na mesa e, com lápis ou caneta, passávamos para as folhas pautadas do caderno. Ou do papel almaço. Quantas tardes, putz…

A “Britannica” era cara. A gente tinha “Conhecer” em casa. E existia a “Barsa”, também. Elas duravam anos. Comprávamos em fascículos, nas bancas, ou dos vendedores de enciclopédias, figuras emblemáticas do Brasil como as vendedoras da Avon, que passavam de porta em porta para nos trazer o mundo impresso e encadernado em couro.

E ocupavam lugar nobre nas estantes das casas, aquelas que tinham espaço para seus intermináveis volumes. Nos olhavam severas, como a dizer: enquanto não me leres inteira, nada saberás. Sua presença era imponente e intimidatória.

Foi nas suas páginas que aprendi como se forma a chuva, por que os vulcões entram em erupção, onde fica o estômago de um lagarto, aprendi a desenhar a bandeira do Líbano e o mapa da África, vi a Via Láctea e os anéis de Saturno, me assustei com o tamanho de Júpiter e com as mandíbulas dos tiranossauros, entrei nas pirâmides do Egito e passeei pelos Jardins Suspensos da Babilônia.

Com o passar do tempo elas foram se tornando desnecessárias, encostadas num canto, empilhadas em armários. Mas me dava um certo conforto saber que aquele conhecimento todo estava em casa, ao meu alcance, para quando eu precisasse. Hoje esse conhecimento todo está aqui, neste computador conectado com os confins do planeta, certamente com um enorme computador central instalado no centro da Terra e operado por marcianos que um dia, tomara, vai dar um pau monstro e o mundo vai acabar. Ou começar de novo.

A “Britannica” avisa que continuará existindo em versão digital, para todas as plataformas que este mundo criou.

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