TORO MUDA TUDO

SÃO PAULO (tô tonto hoje) – A Toro Rosso anunciou sua dupla de pilotos para 2012. Muda tudo. Dançaram Alguersuari e Buemi. Chegam Daniel Ricciardo, australiano, e Jean-Éric Vergne, francês. Primeira constatação: a França, que não tinha nenhum piloto em 2011, terá três agora — além de Vergne, Charles Pic na Marussia (ex-Virgin) e Romain Grosjean na Lotus (ex-Renault). Segunda: a Red Bull, dona da Toro Rosso, não considera nem Buemi, nem Alguersuari bons o bastante para, em 2013, assumir a vaga que, provavelmente, será aberta com a possível aposentadoria de Mark Webber.

A notícia é dura para a dupla que ocupou os carros da Toro Rosso nas últimas três temporadas, desde 2009, mas não tão chocante quanto parece. O time de Faenza, originário da Minardi, sempre foi plataforma de lançamento de moleques (alguns nem tão moleques assim…) para a Red Bull, que também já tentou alguns nomes na matriz, sem passar pela filial. É meio tentativa e erro. Deu certo com Vettel, mas deu errado com Bourdais, Klien e Speed — lembram deles? Com Buemi e Alguersuari, idem. São pilotos apenas razoáveis, com alguns brilharecos, mas não excepcionais. Três anos foi um bom período para avaliá-los. Alguersuari pode até se arrumar na HRT (ex-Hispania) ao lado de De la Rosa no ano que vem, já que o time quer ser espanhol de raiz. Quanto a Buemi, pode ser que faça como Raul Boesel e vá ganhar a vida como DJ.

(Sim, eu sei que o DJ é o outro, estou só brincando!)

Sobre os dois eleitos, Ricciardo, 22, é mais ou menos conhecido da blogaiada, já que disputou 11 GPs pela Hispania neste ano. Tem um currículo razoável, com o título da F-3 Inglesa em 2009 como ponto alto. Vergne, 21, ganhou a F-3 Inglesa em 2010 e tem muitas vitórias e pódios nas várias F-Renault que disputou desde 2008. Ambos, claro, pertencem ao quadro de jovens pilotos da Red Bull faz tempo.

Comentar

ENCHE O TANQUE

SÃO PAULO (por hoje, tá bom) – Alertado pelo Rodrigo Mattar, fui ver que história era essa. O governador do Rio, meu ex-vizinho Sérgio Cabral, não vai renovar as concessões de uso de solo para a Petrobras manter funcionando seus cinco postos na avenida Atlântica e três no canteiro central da Lagoa. Tudo na Zona Sul, onde não tem posto de gasolina, onde não tem terreno disponível para construir mais nada. Onde tinha o Postinho no Jardim de Alá, e já não tem mais. Tem um prédio enorme lá.

Pô.

Esses postos da Atlântica fazem parte da paisagem de Copacabana. Os da Lagoa também. Caramba. Pra quê fazer isso? Moradores da Zona Sul estão protestando. Claro. Olha como eles eram antigamente. A foto aí embaixo é de 1971 e publiquei aqui em maio do ano passado. O mais bonito da Lagoa também apareceu no “Enche o Tanque”.

Pô, governador. Vai cuidar de coisa mais importante. Deixa os postos onde estão. Puta chatice, essa de querer mudar tudo só por mudar. Tenha dó.

 

Comentar

SEM COLARINHO

SÃO PAULO (mas sempre aparece) – É rumor que corre há meses no meio automobilístico, mas agora já dá para cravar, e daqui a pouco explico por quê.

A Cervejaria Petrópolis, que produz a cerveja Itaipava, está deixando as pistas. Itaipava que foi a grande mecenas das corridas chiquérrimas do Brasil nos últimos anos, tendo bancado muitos pilotos, categorias, campeonatos, agências de publicidade e programas de TV de fim de noite que dela viveram por um bom tempo. Até a Indy em São Paulo, lembram?

Pois a torneira fechou. Os maiores, digamos, entusiastas da participação itaipávica nas corridas venderam suas ações ao tio, Walter Faria, que resolveu cortar todo o investimento na brincadeira. Detalhes estão aqui, no Podium GP. As razões, desconheço.

Voltando ao início, dá para cravar que a Itaipava já era só observando o estilo do press-release que chegou hoje para divulgar o calendário do ano que vem da GT Brasil. A marca da cerveja sumiu do texto e o campeonato é tratado como “a categoria dos carros dos sonhos”. É um claro indício de que o patrocínio se foi e a série receberá outro nome em 2012. Falam muito do Banco BVA, que tem como sócios dois dos ex-itaipávicos. Não, você não encontrará agências do BVA por aí como encontra do Bradesco ou do Itaú. Não é um banco que busque clientes nas ruas, por assim dizer. É o que chamam de banco de investimentos

Com a saída da Itaipava, vai ter viúva da cerveja em 2012, certamente. Mas nada que alguns escritórios na Vila Olímpia não resolvam dando daqui, tomando dali.

Comentar

MENGO, 30

SÃO PAULO (na regata ele me mata) – Hoje faz 30 anos do título mundial do Flamengo contra o Liverpool em Tóquio, conquista inesquecível para os rubronegros e para quem gosta de futebol de verdade. Aquele timaço de Zico, Adílio & companhia bela foi o segundo melhor que vi jogar, depois da Lusa-2011. A seleção de 1982 fica em terceiro no meu pódio particular.

E foi com grata satisfação que vi que o Galinho mantém até hoje o Celica que ganhou como melhor do jogo patrocinado pela Toyota. A reportagem do Carlos Gil na Globo está aqui. De quebra o Gil ainda achou o Carina que Nunes ganhou por ter sido o artilheiro da decisão. Claro que marca e modelos não são citados. Babaquices globais. Custava dizer “aqui o Toyota Celica do Zico”, “aqui o Carina do Nunes”?

Este, o do Nunes, já está no terceiro dono. Mas o atual proprietário vai doá-lo ao museu do Flamengo. Está meio detonado, sem funcionar, mas nada que um bom mutirão de restauradores não seja capaz de realizar. Ainda está com placas amarelas, o que é bem legal. São dois troféus vivos daquele jogo, carros históricos que jamais poderão deixar de ser vistos e cultuados.

A foto abaixo é do Zico recebendo seu Celica. Peguei neste excepcional álbum de fotos publicado pelo site do saudoso “Jornal do Brasil”. Digo “saudoso” porque nunca vou me conformar com a extinção do “JB” no papel.

ATUALIZANDO…

Depois de ler alguns comentários e observar outras fotos antigas, acho que é legal esclarecer que os carros de Nunes e Zico que estão no Rio são os que eles ganharam da Toyota, claro, mas não necessariamente os mesmos que estavam no campo no dia da final. Aliás, quase 100% de certeza que não. Vejam a foto acima, por exemplo. O Celica tem espelhos retrovisores nos paralamas, coisa de japonês, e direção do lado direito. Além de ser um modelo ST com motor 1.8 (vejam nesta foto aqui). O carro de Zico não é assim. Tem volante do lado esquerdo, para começo de conversa, é 2.0 GT e me parece de outra cor, um prata bem mais claro que aquele do Estádio Nacional. Quanto ao de Nunes, a direção do carro que está no Brasil é “ocidental”, também, e o documento mostra que a cor original era bege. O que aparece nas imagens do jogo era vermelho e, obviamente, com volante do lado direito, mão inglesa, como se usa no Japão. Os carros que vieram para o Brasil eram modelos de exportação, possivelmente para o mercado americano.

Isso não tira a importância de nenhum dos dois, claro. Foram os prêmios pelo título. Mas seria legal saber onde estão os dois que ficaram à beira do gramado durante o jogo… Devem ter voltado para o pátio da fábrica para ser vendidos depois. É difícil achar alguma pista deles, 30 anos depois.

Comentar

NÃO QUIS

SÃO PAULO (quanto mais a gente reza…) – E aí, no fim de semana, o time de futebol americano do Corinthians ganhou o título brasileiro da modalidade, num jogo que teve até o Lula na plateia. Aí um carinha, Paulo César Santos, fez três touchdowns. Aí o repórter da Globo sacou que poderia fazer uma ligação com o futebol, porque quem faz três gols na rodada do Brasileiro pede música no “Fantástico”, e foi até o carinha para ele pedisse sua música. Aí o carinha mencionou uma “banda brasileira” que lhe falou alto ao coração neste ano, mas o nome da banda foi cortado na edição — veja aos 3min58 deste vídeo. Aí ele disse o nome da música: “Se Quiser”. E a Globo, na edição, colocou para cantar uma certa Tânia Mara, que, ao que parece, também interpreta uma canção chamada “Se Quiser”, que diz que sempre que quiser um beijo eu vou te dar. Aí que a Tânia Mara é também intérprete de uma outra canção que é tema de novela da Globo, “A Vida da Gente” — que não sei se está no ar, nem a que horas passa.

Ocorre que a banda cujo nome foi dito pelo jogador corintiano e cortado na edição se chama Project 46, é de heavy metal pesadão, e a música “Se Quiser” dos meninos da Project 46 não fala exatamente de beijos, mas de servir a cabeça numa bandeja, de bater no peito, levantar e aparecer.

Aí que a Globo não quis nem saber da banda do Paulinho, o jogador que fez três touchdowns, e colocou a adocicada Tânia Mara — que canta bem, gosto desse tipo de cantora — em seu lugar. Aí que isso, claro, despertou a ira do Paulinho, que reclamou pelo Facebook e tem recebido a solidariedade da cena metal brasileira, que acusa a Globo de censura.

Quem me contou tudo isso foi o Arthur “Arnilha” Carchel, blogueiro-metaleiro-roqueiro.

Não sei se o que aconteceu é censura. Uma monumental burrada, talvez. Mas o corte do áudio quando o menino menciona a banda é evidente. Trabalho em TV e rádio e sei identificar um corte brusco e malfeito. Aí, de fato, parece censura. E é claro que o Paulinho dos três touchdowns mencionou uma banda, e não uma cantora. Má fé? A troco de quê? Para divulgar a cantora da música da novela? Para não colocar rock metal no “Globo Esporte” porque é na hora do almoço?

É tão sem sentido, que não sei. Em todo caso, fiquem com “Se Quiser”, da Project 46. Estilo que eu não curto muito, diga-se. Sempre fui do rock, mas nunca do metal.

Comentar

DICA DO DIA

SÃO PAULO (muito foda)Vejam estas fotos no link enviado pelo Joanis Mihail Moudatsos. São dos anos 70 nos EUA, quando surgiu a primeira agência de proteção ambiental do país, a EPA. O mundo estava, mesmo, caminhando para um colapso. Se nada fosse feito, a esta altura estaríamos todos nascendo com duas cabeças e quatro braços. E durando dez, vinte anos. Não havia nenhuma preocupação com o meio-ambiente, zero. O que as grandes empresas fizeram de mal ao planeta não poderá ser pago em séculos de ações reparatórias. E continuam fazendo, claro. É que, pelo menos, nos últimos 30 anos surgiu uma certa consciência ecológica no mundo civilizado que inibe a putaria desenfreada.

São imagens chocantes do maior país do mundo há menos de quatro décadas. A capacidade que o homem tem de fazer merda é ilimitada.

Comentar

OS MAIS MAIS

SÃO PAULO (reeditado, deu algum bug ontem) – Falando em eleições e escolhas, recebi dos meus colegas vemagueiros este link do Gear Patrol com uma relação dos 50 Most Iconic Cars in Motoring Story. Não traduzi porque “iconic” não fica muito bonito em português. Icônicos? OK, vá lá: 50 Maiores Ícones da História Motorizada. Ficou ruim do mesmo jeito.

Em todo caso, é uma lista interessante. Tem alguns que podem ser considerados unanimidade, como o Tucker aí no alto. Eu, pelo menos, colocaria na minha relação. Mas, só de farra, vou eliminar alguns e colocar em seu lugar outros que jamais faltariam numa lista particular. A eles:

– Bentley Blower 1929 – Não entendi. No seu lugar, colocaria o Ford T.
– Aston Martin Zagato – Não precisa de dois Aston Martins numa lista de 50. Prefiro um Morgan de três rodas.
– Alfa Romeo 33 Stradale – Bonito, sem dúvida. Mas tem coisa melhor, como o Melkus alemão-oriental, para ficar num esportivo.
– Mazda Miata – Jamais lembraria de colocar esse carrinho em lista alguma. Prefiro um Renault Alpine A110.
– Maserati 3500 GT Vignale Spyder – Sem graça. Sou mais o Moldex com mecânica DKW. Mas como é pouco conhecido, fiquemos com a BMW-Isetta.
– Porsche 959 – Tem Porsche demais nessa lista. Tiro esse e coloco o DKW Monza.
– Ferrari 365GTB Daytona – Também tem Ferrari demais. Prefiro um Subaru Impreza, aquele do WRC.
– McLaren F1 – Um exagero, carro que só serve para o Mr. Bean destruir. Vamos de Auto Union Type C.
– Mercedes 280SL Roadster – Mais sem graça que pão com manteiga. No seu lugar, um SAAB 900 conversível, também.
– Acura Legend – Coisa mais feia do mundo. No lugar desse, até um Santana. Mas escalo em seu lugar um Chevrolet Belair, de qualquer ano.
– Ferrari Enzo – Outro daqueles que só servem para enfeitar garagem. SAAB 96 na vaga dela.
– Lamborghini LM002 – O jipe mais feio do mundo. Niva na veia.
– Ferrari 288GTO – Bela porcaria. Para humilhar, Trabant.
– Alfa Romeo 8C Competizione – Muito cedo para se pretender um ícone. Ícone é o Citroën 2CV.
– Acura NSX – Esportivinho besta. Para o lugar dele, um clássico Lada 2105, Laika para os íntimos.

Comentar

MOTOLAND

Numa esquininha da Vila Mariana… Sete-Galo é uma coisa.

Comentar

KUBICA E A FERRARI

SÃO PAULO (mas…) – A “Gazzetta” deu, a gente contou lá no Grande Prêmio, até porque é um jornal importante, mas eu duvido muito dessas histórias de Kubica na Ferrari. Não que a equipe não pudesse se interessar por um piloto como ele. Qualquer um se interessaria. Se ele pudesse pilotar. Essa é a questão. Eu continuo achando, e torcendo muito para estar errado, que Kubica não voltará a guiar um carro de F-1. Torço, mesmo, para estar errado porque é um desperdício danado um cara como ele não ter tido os anos que precisaria para ganhar corridas e ser campeão, talentosíssimo que é.

A história de que a Lotus (ex-Renault, lembram?) vai encerrar seu contrato faz todo sentido. Cumpriu-se o combinado, pagaram-se os salários, não tem cabimento ficar esperando indefinidamente pela recuperação de Robert que, em última análise, é o único responsável pelo que aconteceu com ele naquela prova de rali.

O que dá para interpretar pela notícia da “Gazzetta” é a má-vontade dos italianos, expressa claramente nas páginas dos jornais e revistas, com Massa, que sabe que terá um ano decisivo em 2012. O ano nem começou e já estão elegendo seu substituto, ainda sem nem saber se ele pode pilotar, ou não.

Quanto a Kubica, dizem que a Ferrari vai colocar um carro de 2010 na sua mão para testá-lo no ano que vem. De novo: antes, Robert precisa se testar. Ele, mais do que ninguém, saberá dizer se um dia terá ou não condições de voltar a guiar um F-1.

Comentar

LEGIÃO URBANA

Simplesmente impecável, do dono desde zero. Coisa linda.

Comentar

Blog do Flavio Gomes
no Youtube
1:05:42

VOLTA RUIM = POLE DE MAX (F-GOMES, GP DE MIAMI, DIA #1)

Mesmo com uma volta ruim num carro que definiu como "horrível", Max Verstappen fez a pole para a Sprint do GP de Miami nesta tarde. A minicorrida de 19 voltas será amanhã às 13h. Leclerc é o segu...

3:08:07

SENNA, 30 ANOS

Live simultânea com o Grande Prêmio. Junto com o jornalista e fotógrafo Alex Ruffo, vamos lembrar como foi aquele fim de semana de Ímola, 1994. PARA ASSINAR “GIRA MONDO”, A NEWSLETTER DO FLAV...