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HÁ 50 ANOS…

SÃO PAULO (foi ontem) – Quase passou batida, a data. Digo “quase” porque escrevi minha coluna semanal para o UOL sobre os 50 anos da primeira corrida de F-1 disputada no Brasil. Apenas esqueci de postar aqui… Falha corrigida.

O jubileu de ouro foi ontem, 30 de março. Se derem uma busca no blog, é capaz de encontrarem mais de um texto sobre essa prova. Em todo aniversário redondo rabisco alguma coisa. Invariavelmente dizendo as mesmas bobagens: que fui ao autódromo levado pelo meu pai, que os carros ficaram expostos num supermercado, que estava cheio de gente, que o barulho era ensurdecedor, que estava calor, que o Emerson quebrou na nossa frente.

São minhas memórias, muito distantes. Eu tinha sete anos. Mas não vou ficar repetindo as mesmas coisas até o fim da vida. Por isso o texto do UOL foi um pouco diferente e avançou nas semelhanças entre aquele país de meio século atrás e a Arábia Saudita de hoje. Tendo, em comum, a F-1 e seu absoluto desprezo pelas idiossincrasias políticas dos países que visita.

Seja como for, é muito bom para os brasileiros que a F-1 esteja aqui há tanto tempo. E parabéns Interlagos, um dos meus cantinhos no mundo.

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3 X EUA

SÃO PAULO (oxe) – Como se diz, agora é oficial. A F-1 terá um terceiro GP nos EUA. Será em Las Vegas, numa (tomara) aprazível noite de sábado em 24 de novembro do ano que vem. As outras provas americanas serão as de Austin, o já tradicional GP texano dos EUA, e em Miami — que estreia neste ano no calendário, em 8 de maio.

A corrida vai acontecer numa pista de 6,12 km com 14 curvas, em torno dos principais hotéis e cassinos da capital mundial dos jogos de azar e da cafonice — na famosa Las Vegas Strip. A Liberty, grupo americano que hoje é dono da F-1, quer aproveitar o bom momento da categoria no país, com audiências cada vez maiores na TV e nas plataformas digitais, impulsionadas pelos bons resultados das temporadas de “Drive to survive” na Netflix.

A maior cidade do estado americano de Nevada já recebeu a F-1 duas vezes, em 1981 e 1982, numa pista mequetrefe montada no estacionamento de um hotel. Foi lá que Nelson Piquet conquistou seu primeiro título, pela Brabham, 41 anos atrás. A pista era uma bomba. Pelo que se vê abaixo nas imagens de computador divulgadas pela Liberty, o nível agora será outro, embora o traçado seja dos menos interessantes do ponto de vista técnico.

Não é a primeira vez que um país recebe três etapas na mesma temporada. Em 2020, por conta da pandemia, o calendário foi todo modificado após o cancelamento de várias corridas e a Itália realizou GPs em Mugello, Ímola e Monza. Os EUA também tiveram esse privilégio em 1982, com provas em Detroit, Long Beach e Las Vegas.

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LOUCO POR CLÁSSICOS

SÃO PAULO (merecido) – Olha a notícia legal: Paulo “Loco” Figueiredo vai para a FIA! Para quem não conhece, o Paulo é um dos maiores entusiastas de clássicos do Brasil, pilota carros antigos, cuida do acervo dos Fittipaldi e ainda faz loucuras como recriar a partir de uma folha em branco o Alfa Romeo de Giuseppe Farina que ganhou o primeiro Mundial de F-1 em 1950.

Segue o press-release da CBA para vocês entenderem de quem estou falando:

Figura marcante do automobilismo, Paulo ‘Loco’ Figueiredo foi eleito membro titular da Comissão Internacional de Veículos Históricos da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), para o biênio 2022/2023, após indicação de Giovanni Guerra, presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA). “Eu já entrei em contato com a FIA e o próximo passo é um intercâmbio entre o nosso automobilismo clássico com o que é feito na Europa, até chegarmos ao ponto de levar carros clássicos de corrida para eventos em outros continentes”, disse. Crescendo rodeado no mundo do automobilismo, influenciado pelo pai (ex-piloto de testes pela Simca), Paulo ‘Loco’ já foi responsável por uma das maiores coleções de carros antigos do país, com acervo de mais de 300 carros históricos. Atualmente, é piloto da categoria Gold Classic com um protótipo Aldee e bolha do Alfa DTM 155. Além disso, mantém seu trabalho de curadoria com a família Fittipaldi. É também restaurador e construtor de “recriações” de carros históricos. Nesse último segmento de atuação, seu trabalho mais recente é o Alfa Romeo 159 Bimotor, carro utilizado pelo primeiro campeão mundial de Fórmula 1, o italiano Giuseppe Farina, em 1950.

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RÁDIO GOMES, 29 DO 3 DE 22

Esqueci de postar ontem…

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ONE COMMENT

Alguém conhece esta caminhonete? Quebrem a cabeça e depois olhem aqui para conhecê-la e ver outras fotos bonitinhas. O “comment”? Apaixonei.

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SOBRE ONTEM À TARDE

IMAGEM DA CORRIDA

O duelo no fim: será visto muitas vezes

SÃO PAULO (geniozinhos) – Tem foto melhor do GP da Arábia Saudita, sem dúvida. Aliás, já aviso que vou postar aí embaixo para vocês não ficarem órfãos das boas fotos. Os abraços calorosos entre Verstappen e Leclerc, mostrando o respeito que os dois demonstram um pelo outro, estão entre as imagens mais… poéticas, digamos. Tem uma outra do carro fotografado de cima que também achei muito bonita. A chegada, meio segundo entre um e outro — está no post de ontem –, idem.

Mas esta refrega entre Max e Charlinho antes da linha do DRS no fim da prova possui um significado mais perene. Porque esses abraços aí, não sei quanto tempo vão durar. É da natureza da F-1, e dos pilotos, uma certa animosidade na medida em que a disputa vai se acirrando. Até Vettel e Hamilton já se estranharam em passado recente, vocês se lembram. E são dois gentis homens. Lewis e Rosberg, amigos de infância, tornaram-se quase inimigos. É assim.

Digo perene sobre a foto acima porque acho que isso, sim, vamos ver muito nessa temporada. Disputas muito próximas, um jogo de xadrez no uso da asa móvel, essas coisas que conferem emoção extra às corridas quando elas são decididas aos 45 do segundo tempo. Foram duas até agora. Em ambas a briga pela vitória foi igual. Desta vez, deu Max.

E a Mercedes?, perguntarão as viúvas das Flechas de Prata. Bem, a Mercedes está se mexendo. Circulam pela imprensa europeia informações que contêm até um cronograma da equipe para tentar consertar o W13, um carro muito problemático que vem tirando o sono da dupla de pilotos e de todos os integrantes do time. Seria ele: novo assoalho na Austrália; novo pacote aerodinâmico em Ímola; carro totalmente revisado e mais leve em Barcelona, 1s5 mais rápido por volta do que a carroça atual.

Se isso acontecer, e considerando que Ferrari e Red Bull também têm atualizações previstas, pode ser que lá pela sexta etapa do Mundial a Mercedes comece a andar junto das rivais. Mas esse cálculo de 1s5 por volta é, óbvio, um chute. E dos mais otimistas. Até lá, os alemães esperam que as rivais dividam pontos e ninguém dispare no campeonato. Para entrar na briga com alguma chance, ainda. Isso se entrar, mesmo. Porque, até agora, o que temos são números. Como estes abaixo.

O NÚMERO DE JEDÁ

38

…pontos tem a Mercedes nas duas primeiras etapas do Mundial, seu pior início de temporada desde 2013. Naquele ano, o primeiro de Hamilton na equipe, foram 37. A partir de 2014, início da era híbrida na F-1, foram, pela ordem: 68, 76, 83, 66, 55, 87, 80 e 60.

Hamilton em décimo: posição que lhe é estranha

Quando terminou a corrida de Jedá, Hamilton perguntou a Bono Vox, seu engenheiro, se chegar em décimo dava alguma coisa no campeonato. Sei lá, uma paçoca e um guaraná caçulinha, uma medalha de honra ao mérito, um certificado de participação, alguma coisa assim. Porque décimo foi um resultado que ele obteve só duas vezes até ontem: na França, em 2008, e na Coreia do Sul, em 2012. Em 2008, o décimo nem marcava ponto.

Os 16 pontos que Lewis marcou em duas etapas também são seu pior início de temporada em muito tempo. Desde 2010, quando o atual sistema de pontuação foi implementado, ele nunca tinha começado tão mal. Seu pior ano até agora era o de 2011, com 22 pontos em dois GPs. Na época, defendia a McLaren. Em 2013, seu primeiro campeonato pela Mercedes, fez 25 nas duas primeiras corridas.

A única notícia boa para o inglês depois do GP saudita foi saber que já estava na hora de ir embora. Mesmo não tendo falado nada sobre o assunto — ou todos os assuntos ligados a essa corrida –, Lewis mostrou que estava desconfortável no país. “Só quero ir para casa”, disse, aliviado, após o encerramento das atividades em Jedá.

ARÁBIA SAUDITA BY MASILI

A charge de nosso cartunista oficial Marcelo Masili ficou lindona. O cara foi numa pegada mais artística hoje. Isso aí dá pôster. Pelo que entendi (sou meio tosco em interpretações, às vezes), Masili imagina que o adversário mais em conta para Verstappen neste ano é Leclerc. A ausência de Hamilton na briga seria um alívio. Será que é isso? Sei lá, mas que ficou bonito, ficou!

Estou sentindo falta das nossas notas policromáticas. É que o que faltou dizer ontem não tem tanta importância assim. OK, o abandono de Bottas. O choque entre Albon e Stroll. O bom resultado de Norris. OK, vamos às notinhas policromáticas. Mas serão breves.

PUNIDO – Alexander Albon recebeu um punição por ter causado um toque com Lance Stroll lá na turma do fundão. Peder três posições no grid em Melbourne. Não muda a cotação do baht, mas está registrado.

FERVEU – Valtteri Bottas fazia uma corrida honestíssima ontem, com chance de chegar em sexto ou sétimo, quando abandonou já na fase final da prova, na volta 37. Tinha acabado de entrar nos boxes. O ponteiro da temperatura subiu. Sei como é isso. Desliga, se não funde o motor. E cuidado ao abrir a tampa do radiador. Recomenda-se embrulhar a mão com um pano grosso.

Max: igual a Raikkonen

COMO KIMI – Em Jedá, Verstappen chegou a 21 vitórias na carreira e empatou com Kimi Raikkonen nas estatísticas. E deixou para trás outro finlandês, Mika Hakkinen. É o 15º no ranking de vencedores da F-1. Max já ganhou corridas em 15 circuitos diferentes.

DOEU – Pierre Gasly terminou em oitavo. Segundo a equipe, urrando de sofrimento. O francês disse que nas últimas 15 voltas começou a sentir uma dor insuportável no intestino. Não sei o que andou comendo. Mas pelo menos chegou ao fim e fez seus primeiros pontinhos. Para a AlphaTauri, um consolo. Tsunoda nem largou.

McLaren rápida: pelo menos nos boxes

RAPIDINHA – A McLaren voltou a fazer o melhor pit stop da corrida: 2s41 no carro de Ricciardo. No Bahrein, o time também ficou em primeiro no ranking. Será que alguém vai conseguir trocar os quatro pneus neste ano em menos de 2s? Na pista, o time conseguiu um sétimo lugar interessante com Norris. Daniel quebrou.

A FRASE DE JEDÁ

“Estamos ajudando a modernizar este país”

Stefano Domenicali, CEO da Liberty

Para justificar o injustificável, fala-se qualquer coisa. O chefe da F-1, ex-diretor da Ferrari, mandou essa aí em cima. Disse que a Arábia Saudita está se esforçando, as mulheres podem até dirigir, vejam só!, e parece que não apedrejam mais ninguém na rua.

GOSTAMOS & NÃO GOSTAMOS

GOSTAMOS muito da briga entre Fernando Alonso e Esteban Ocon. A Alpine jura de pés juntos que vai liberar sempre os dois para disputarem o que for desde, claro, que um não tire o outro da corrida. “Foi como no kart”, falou o francês. “A melhor defesa é o ataque.” Já o espanhol achou que perdeu um pouco de tempo na peleja, mas tudo bem. “Nosso maior adversário era o Bottas”, disse. Alonso quebrou no fim. Ocon terminou num ótimo sexto lugar. Foi a última prova com os carros da Alpine pintados de rosa. Na Austrália, eles voltam a ser azuis.

NÃO GOSTAMOS da passividade de Sergio Pérez depois do primeiro pit stop. OK, o mexicano deu um azar desgraçado de parar justo na hora em que Latifi deu no muro. Era o líder. Os demais aproveitaram o safety-car e não perderam o tempo que Checo perdeu. Por isso ele voltou em quarto. Mas poderia ter atacado Sainz, não? Brigar por um pódio, buscar um prêmio de consolo. “Para ganhar uma corrida precisa ter sorte também”, disse ele ao final da prova. Terminou em quarto, mesmo, chorando pelos cantos.

Pérez desolado: azar no pit stop
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FOTO DO DIA

SÃO PAULO (daquelas da vida…) – Com uma vitória e um terceiro lugar nas duas corridas disputadas em Jedá no fim de semana, Felipe Drugovich assumiu a liderança da F-2 depois de duas rodadas e quatro provas disputadas. Ele tem 43 pontos, contra 34 do neo-zelandês Liam Lawson. O campeonato é longo, são 13 etapas com duas corridas cada, mas é um ótimo começo, claro. E ainda fez uma pole, mostrando que o momento é bom. Tem de aproveitar.

Paranaense de Maringá, Drugovich completa 22 anos no próximo dia 23 de maio. Coincidência: mesmo dia do aniversário de Rubens Barrichello e, pasmem, Dia Internacional da Tartaruga. Ele está em sua terceira temporada na categoria e corre pela equipe holandesa MP Motorsport, pela qual estreou em 2020 — e obteve três vitórias. A próxima etapa acontece em Ímola, entre os dias 21 e 23 de abril.

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N’UOL

SÃO PAULO (já, sim) – Depois de amanhã, o primeiro GP de Fórmula 1 disputado no Brasil faz 50 anos. No mesmo dia, instalações da Petrobras no Rio também explodiram e pegaram fogo. As semelhanças com a Arábia Saudita, meio século depois, são grandes.

O texto da minha coluna no UOL desta semana fala disso. Está aqui.

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