Interlagos, 1979
SÃO PAULO (será que fui nessa?) – Deliciosa a coluna Retrovisor do colaborador do Grande Prêmio Roberto Brandão. Um pouco do que se passou por trás dos panos de uma das últimas provas de F-1 no circuito antigo de Interlagos. A corrida voltaria a acontecer em 1980, mas depois São Paulo perderia o GP para o Rio.
Leiam, comentem e lembrem daqueles tempos. Aliás, eu mesmo não lembro se fui a essa corrida. Creio que não.
Que eu me lembre, os carros da Wolf eram pretos com detalhes em dourado. A equipe começou com o acelerador direito: Vitória na estréia com Jody Scheckter no GP da Argentina de 1977 com José Carlos Pace (Brabham Alfa) passando mal com o calor e tirando o pé no final.
Um abraço.
Jorge F.
Esclarecendo :
Os Wolf eram pretos com faixas (largas) e números (largos e grandes – se não me engano -20) dourados. Diziam que era de um milinário alemão…
Desculpem…. Toty, não toni….
Respondendo ao Toni: creio q os Wolf eram dourados!!
Me desculpem, não é o forum (sem falar a repetição). Mas a “Coluna Warm Up” atual, do FG “http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/361501-362000/361985/361985_1.html” é ótima, o primeiro parágrafo então…
Agradeço muito os elogios e os comentários à coluna. O de bate, os detalhes, cada um contando a sua história, só servem para dar maior colorido aos textos.
Respondendo ao Joaquim : Leia, no “Retrovisor” a minha primeira coluna “Gol em Interlagos”. Lá eu conto que o primeiro piloto a fazer a 1 e a 2 de pé embaixo foi o Ronnie Peterson, naquele ano de Lotus, companheiro de nosso Émerson. E foi lindo!
Nào deixei de vibrar com os carros e pilotos. Mas a desorganização daquele ano (o Flávio está certo, foi 79) foi qualquer coisa. Mônaco é sempre uma bagunça. Mas o que seria da F1 sem Mônaco?
Novamente, obrigado a todos pelo carinho com as colunas.
Aos nossos “garimpeiros” de plantão: uma pergunta que não quer calar…há quem jure de pés juntos que o primeiro piloto a fazer as antigas curvas 1 e 2 de pé em baixo foi o Regazzini by Ferrari. Eu fico com o Jarrier de Shadow. Alguém se habilita?
Ao amigo Edison Guerra.
Como é bom “conviver” conviver com gente bem informada.
Obrigado por arejar minha memória.
Wolf… nem me lembrava… fantástico!
Obrigado.
PS: Eram cinza/prata?
Bela coluna. Ser jornalista naquele tempo não era fácil, pois não havia a tecnologia que há hoje (a internet, especificamente). O texto ilustra bem esse lado. Muito legal!
Interlagos 1979:
Vitória do Laffite com a Ligier (olhando por baixo um carro horrível de feio, com canos saindo por todos os lados);
Nelson Piquet com o tornozelo machucado coloca pouquíssimo combustível e dá um show de ultrapassagens até não aguentar mais de dor;
George Harrison presente à corrida;
Niki Lauda na Brabham-Alfa Vermelha;
Pessoas acampadas dentro do autódromo;
O Copersucar F5 do Emerson dando um show no início da corrida (“o carro estava uma jóia” nas palavras do Rato) até furar um pneu (no box, Peter Warr manda trocar os quatro pneus, Wilson Fittipaldi Jr. reclama e quer que troquem apenas o furado. Toma uma bronca do Warr: “Aqui no box quem manda sou eu”);
Jody Scheckter e Gilles Villeneuve em uma das Ferraris mais bonitas de todos os tempos;
Williams (“quem é?”);
Lotus pintada de verde escuro com Andretti e Reutemann decepcionando.
E outras coisas…
Um abraço.
Jorge F.
O Shadow venceu em 1977, foi na Áustria, com Alan Jones.
Única vitória da equipe em mundiais.
Ao Toty
Caro amigo,vc se confundiu.Não foi o UOP Shadow Cosworth que estreou com vitória,e sim o Wolf-Ford com Jody Scheckter no GP da Argentina em 09/01/77.Creio que a razão da sua confusão é que ambos os carros eram de cor preta.
Abraços.
O Jung devia ficar com baqueta, e esquecer a caneta.
Rimou.
O McLaren nas telas do Sargento era do Patrick Tambay.
Não sou muito a favor de polêmicas por motivos banais, mas devo discordar do Cassio Souza.
Gosto muito das colunas do Roberto Brandão, de seu estilo, de como ele “colore” os assuntos. Mas também gosto muito do Andre Jung.
E digo mais! Se fosse só para jornalista escrever, o mundo seria muito pobre….
Eu fui um dos voluntários citados na coluna. Lembro-me bem da tal confusão na sala de imprensa. Lembro-me também do Luciano do Valle cronometrando o Emerson em sua volta rápida encostado na tela ali do padock de frente para a linha de chegada numa postura arrogante. Durante a corrida fiquei como auxiliar de um “fiscal de pista” chamado ou apelidado de “Puga”, nunca mais o vi. O fato é que uma McLaren enroscou-se naquelas telas que se colocavam do lado externo das curvas, ali no Sargento e o cara me fez correr do barranco do Laranja até lá e sem preparo físico, além de fumar, prometi a mim mesmo que não participaria de novo de uma aventura daquelas. Mas foi muito bom passear entre pessoas tão importantes. Emerson, Jack Stewart e George Harrison. Piquet em sua segunda corrida pela Brabham. James Hunt saindo com o tubo de oxigênio engatado ao motor do carro. Emerson e Wilsinho bravos depois da prova porque Rosberg o ultrapassou na última volta sem autorização já que era o segundo piloto da Fittipaldi. As duas Ligier fazendo dobradinha com Laffite em primeiro. Os estado deplorável dos pneus depois da prova no parque fechado, ali mesmo na linha de chegada. Bons tempos.
Como alguém disse no tópico do Paul Dana :
Jornalista é jornalista
Piloto é Piloto
Baterista de banda é Baterista de banda .
Viu Gomes ?? Eu não gosto das colunas do Anfre Jung .
as o Roberto Brandão é FERA !!!
Sobre o comentario abaixo de que a corrida em Interlagos de 1980 foi transmitida pela Band , pelo que eu me lembre na verdade foi a temporada inteira de 1980 .
A Globo desanimada com o pífio desempenho da Copersucar e os baixos indices de audiência em 1979 , cedeu os diretos de transmissão para a Band .
Porém como o Piquet fez uma boa temporada em 1980 e deu muito trabalho para o Alan Jonnes , a Globo correu e solicitou à Band para devolver a transmissão em 1981 para ela .
Se não estou enganado a Band obteve bons nº de audiencia em 1980 o que chamou atenção da Globo .
O setor G fica exatamente em cima do retão de Interlagos antigo. Os bombeiros ficam na curva 2, reparem como ela é inclinada.
Ali era pé embaixo, aquilo era corrida de verdade. O cara acelerava na junção, e só aliviava no fim do retão.
Aquela pista era demais. Boa demais para a F1 moderna, infelizmente…
Em 1979 também estava lá.
Depois da sensacional dobradinha da Ligier em Buenos Aires, na abertura do campeonato, Laffite e Depailler repetiram a dose em Interlagos.
Aí… acabei de ler a coluna… achei muito bacana… …e, já abusando da boa vontade… seria possível colocar no blig, um desenho, ou foto deste traçado… fiquei curioso…
Abraços..
Só nao entendi muito bem uma coisa: supostamente, Interlagos perdeu a corrida porque nao tinham dinheiro pra fazer reformas, no caso, encurtar o traçado? Por que entao decidiram modifcar o traçado DEPOIS? E pq entao o Rio perdeu a etapa brasileira para Sao Paulo? Nao foi pelo mesmo motivo?
Eu estava lá em 1980, foi a 1ª vitória do Arnoux, que pilotava um Renault Turbo V6, novidade na época, o primeiro carro turbo, o único daquela época.
Foi o início do fim da era Cosworth V8, logo depois todos turbinaram seus carros com outros motores, como Porsche, BMW, Honda, Renault, etc.
Obrigado pelo esclarecimento Milton de Mello Bona.
Realmente, aqueles carros negros Shadow eram muito bonitos.
Errei no ‘copiar colar’ do meu post ali em baixxo: o braço bom que correu no Brasil em 1980 e morreu é Elio de Angelis e não o Andrea de Cesaris.
Refletindo sobre os posts dos amigos…
Tive a felicidade (e humilhação) de dar uma volta no velho Interlagos. Em uma Honda 125 (japonesa) praticamente standart, após a qualificação de uma Taça Centauro (lá pelos setenta e tantos). Saí dos boxes de dia e completei a volta já a noite. Qualquer um, a pé, seria mais rápido!
A UOP Shadown-Cosworth (time totalmente yankee) parece que estreou (não em Sampa) com uma vitória. Fato inimaginável nestes tempos
Tive a felicidade de acompanhar 3 GP`s do Brasil (72,73 e 74) no lindo velho interlagos. Saudosismo à parte, creio que valha o registro: 5 aspirantes a rapazes de “Belzonte” em um 147, muita animação, um juízo e responsabilidade relativamente grande já que acidentes, atritos, conflitos ou qualquer baicharia semelhante nunca houveram, como fiéis herdeiros do “paz e amor”. Acampar no kartródomo de Interlagos era tudo. Era só pular uma cerca e se chegava aos boxes, onde os simpáticos gringos virando a noite “futicando” os bólidos tinham sempre um pouco de paciência e toleravam os sapos.
A barraca não era roubada, assim como, acreditem, as armadas no canteiro centreal da avenida em frente ao kartódromo. Que paz!!! Duvido que alguém “sobreviva” 5 minutos à noite, naquela área.
PS: Fui mal filtrado por alguma ferramenta deste blog (transformou uma expressão em palavrão, tipo -&~* $23!!?”:@-), infeliz em meu comentário e consequentemente mau compreendido. Mas continuo preocupado: a quantas anda Jacarepaguá?
O GP Brasil de 1980 foi transmitido pela Band. Uma bela corrida, com carros turbo e efeito asa, enfrentando o desafio de fazer as curvas 1 e 2 de pé embaixo. Carros lindos e um grid com Alan Jones, Alain Prost, Keke Rosberg, Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet, Jody Scheckter, Mario Andretti, só para falar nos campeões mundiais. Mas tinha também feras prematuramente mortas, como Didier Pironi, Gilles Villeneuve, Andrea de Cesaris e Patrick Depailler. Para um jornalista pode ter sido triste, mas para um torcedor, que ainda tem as fotos daquela corrida, foi sensacional. Roberto Brandão: meu retrovisor está refletindo coisas diferentes do seu.
Não sei se lembram mas o Shadow abandonou por falta de combistivel, não afirmo com 100% de certeza, decorrencia de um desenho de escapamento que dava ao seu cosworth v8 alguns cavalinhos a mais. Talvez uma das razôes de ele ser + rápido, juntamente com curvas “flat”.
Fui a interlagos duas vezes – 2000 e 2001 e pretendo ir esse ano. Quem me dera ser como o Flávio a ponto de nem lembrar se foi naquela corrida – tamanha as corridas que já assistiu ao vivo – mas eu ainda chego lá…
Como disse o Piquet, fazer as curvas 1 e 2 de pé embaixo separa os homens dos meninos .
Desculpe o erro anterior!
O Roberto Brandão escreve como se estivesse acabado de vivenciar os fatos, sem muita preocupação com a precisão de estar fazendo um relatório… o que é muito legal.. nos faz imaginar a situação.. sou fã de suas colunas!!!
O Roberto Brandão escreve
Legal mesmo é a capacidade deste senhor, Roberto Brandão, a quem não conheço mas não deixo de ler um texto, de nos levar consigo por aquela última volta, a pé, no traçado antigo, com direito a todas as sensações que a cercaram…Show de bola!
Edgard,
Que eu saiba a alteração do Circuito de Hockenhein foi motivada por reclamações dos ecologistas alemães que não queriam os carros passando por entre a Floresta Negra.
Com relação ao Shadow eu não estive na corrida, mas estive nos treinos e também nunca me esquecí dele fazendo as curvas 1 e 2.
Sobre o traçado da pista nem vou comentar mais, pois já falei bastante dela aqui.
Meu comentário vai para a bagunça que o Roberto tão bem narrou e que eu também ví, pois fui a todas as F1 de Interlagos desde 1972 e realmente era um inferno para os jornalistas.
Só que, apesar de eu nunca ter ido assistir a F1 em Mônaco, nem quero, tudo o que li e até escutei de pilotos como Emerson, Piquet, Moreno e Boesel, é que lá o inferno é maior ainda, não só para os jornalistas mas para literalmente todas as pessoas que forem para lá, com exceção daquelas que ficam nos barcos ancorados no porto.
Nada funciona direito, tudo trava, demora, espera, enfim um inferno até hoje, 2006 e não em 1979.
E nem se cogita cancelar essa corrida por causa disso e por todos os outros motivos conhecidos.
É, Mônaco prova que o crime compensa.
Como gosto de relembrar o passado, essa história da sequencia das curvas 1, 2 e 3, faz-me lembrar o GP do Brasil de 1975. Nos treinos para a pole, de um modo geral todos os pilotos vinham virando na casa dos 2’31 e 2’30, até que o Jarrier com seu Shadow DN5/ Ford, virou na casa dos 2’29, sendo o primeiro piloto a baixar na casa dos 2’30. Foi aí que descobriram que o françês estava fazendo aquela sequencia de curvas com o pé atolado no fundo sem aliviar nada. O próprio Emerson ficou impressionado porque depois ele disse que quando se aproximava com sua Mclaren/Ford, dava uma pequena aliviada no acelerador. O Jarrier ficou com a pole, liderou grande parte da corrida, abandonou e o vencedor foi o José Carlos Pace(sua única vitória na F1), com o Emerson chegando em 2o. Recordar é viver.
É isso Flávio, o que o Roberto Brandão sentiu naquel distante 1980 é o que sentimos hoje, não adianta muito, enquanto o automobilismo nacional for tutelado pelo Poder Público seremos vítimas dessa organização esportiva de araque das prefeituras que visa apenas arrancar dinheiro dos icautos, pouco se importando com o aspecto esportivo e logístico das corridas.
Ainda estamos aguardando uma posição da Prefeitura a respeito do calendário da CBA para 2006, se vão liberar ou não.
Espero estar errado, mas acho que a Prefeitura não vai liberar nenhuma data e não vai obedecer a Justiça e parar as obras.
O narrador seria o Luciano do Valle?
Era muito bonito o antigo traçado de Interlagos, bem extenso com 7.823 metros, e sua famosa sequência de curvas 1, 2 e 3, que ía da reta dos boxes até o final do Retão, onde os pilotos procuravam fazer com o pé embaixo. Lembro-me que um dos pilotos que fazia essa sequencia com pé embaixo era o françês Jean Pierre Jarrier com seu Shadow negro. Hoje Interlagos tem 4.292 m.
Uma da exigencias para a reforma foi de que a F1 moderna não comportava mais circuitos de longa extensão, porque as corridas tinham poucas voltas, no caso de Interlagos eram 40, e eram pouco atraentes para as transmissões de TV, sem falar nos trechos muito velozes que ameaçavam a segurança dos pilotos. E a cabo disso, curvas famosas como; o Sol, a Ferradura e o Sargento, foram eliminadas.
Anos depois, mais precisamente em 2002, não sei se foi pelo mesmo motivo, mas os chefões da F1 tiveram, a coragem de mutilar o Circuito de Hockenheim, um dos mais bonitos da F1, na minha opinião, acabando com aquelas retas espetaculares que cortavam a Floresta Negra, para fazer aquele traçado mequetrefe e diminuindo a volta em quase 2.300 metros.