RIO (podiam ter colocado uma receita no lugar, eu mesmo mandava) – Acontecem coisas estranhas no mundo das comunicações. Nesta semana dei entrevista ao site da TV Cultura, ao repórter Matheus Macarroni — aluno de um grande amigo, o Toninho, que foi meu repórter na “Folha” e hoje dirige o departamento de jornalismo da ESPM. Me pediram para falar da saída da Fox e tal. Topei, claro, não tenho nada para esconder, mas tenho feito apenas uma exigência: só por escrito (assim eu escrevo exatamente o que quero dizer) e desde que minhas respostas sejam publicadas na íntegra. E não é que por alguma razão insondável tiraram a entrevista do ar? Oxe! Sem problemas. Abaixo, as perguntas e as respostas. * Sobre a junção da ESPN com a FoxSports, você disse que é “mais extinção do que junção.” Por que você acha isso? O cenário que o jornalismo (infelizmente) vive tem muita influência nessa opinião? Creio que a Disney nunca teve a intenção de manter a Fox como ela é, unir equipes, aproveitar o melhor de cada canal. Já tem algum tempo, com a extinção de programas, primeiro, e a demissão de vários colegas, depois, que ficou claro que eles não querem nenhuma relação com o passado do Fox Sports. Até as cores do canal mudaram, as trilhas musicais, o logotipo na tela… É um direito da Disney, claro, afinal ela comprou a Fox. Mas a história do CADE, que num primeiro momento queria preservar empregos e o canal, evitando uma concentração indevida de produtos e canais esportivos no mesmo grupo, era conversa. Ninguém compraria um canal de TV neste momento. Aí resolveram autorizar a fusão, sem impor condição nenhuma à Disney, exceto que o canal fique no ar, mas sem definir como. Portanto, deixando a Disney livre para fazer o que quiser, inclusive passar desenhos do Mickey 24 horas por dia. De novo, é um direito deles. Mas o CADE, no fim, não fez nada para proteger ao menos os empregos de quase 400 pessoas. O que estão fazendo é fechar o canal. Sequer a sede do Rio vieram conhecer. Nunca houve, portanto, a intenção de juntar os canais. O cenário que está levando a isso pode ser analisado de várias formas. Claro que uma fusão desse tamanho não seria fácil. Mas considerando que o Fox Sports tem mais audiência que a ESPN, estava no azul, havia se consolidado no país, seria normal, do ponto de vista comercial, olhar para o que fazíamos e incorporar esse sucesso à ESPN. O problema é que, ao que parece, quem está conduzindo esse processo nem está no Brasil. Assim, creio que eles não conhecem direito a realidade da TV a cabo aqui, sei lá. Fomos extintos a distância. E por que você afirmou que provavelmente sua carreira no jornalismo esportivo acabou? O jornalismo como o conheci, e que exerci, não existe mais. A proliferação de plataformas e redes sociais fez com que a comunicação se tornasse algo muito confuso e de pouca credibilidade. Há uma enxurrada de irrelevâncias que o público em geral confunde com jornalismo. E o jornalismo profissional está sofrendo para ganhar essa batalha. Basta ver como se deu a eleição presidencial em 2018. Alguém como Bolsonaro jamais ganharia uma eleição se o público fosse informado apenas pela imprensa. Mas a “imprensa” de Bolsonaro, e de tantos outros, é agora o grupo de WhatsApp da tia, a tuitada do Carluxo, as milícias digitais que têm um tremendo alcance. O público não sabe, ou não quer, sei lá, diferenciar o que é mentira pura de informação real. Não tenho muito saco para isso. Acho que o jornalismo profissional é essencial, sagrado, tem de lutar para sobreviver. Mas eu diria que essa guerra não tem sido muito favorável a quem se preparou para tratar a informação com alguma responsabilidade e método. Resumindo, vejo o jornalismo, ao menos aquele que sempre pratiquei, como algo que corre o risco de entrar em extinção, como uma oficina de carburadores ou uma fábrica de orelhões. E quando a junção do Fox Sports com a ESPN foi anunciada, você já pensava na sua saída? Quando a...
Só para constar, a RACHEL SHEHERAZADE escreve para o blog. Honestamente, não gosto do trabalho dela. Mas considero importante uma página de notícias ter em seus quadros colunistas de várias vertentes.
Por favor vamos pensar também no Antonios no Leblon !!
Aproveitando o espaço, estava vendo um vídeo sobre outro assunto quando me lembrei da época em que a propaganda de cigarros no automobilismo estava forte, principalmente no Brasil, e como as leis anti-tabagistas estavam começando a funcionar na Europa nos anos 90 e os pilotos brasileiros estavam tomando de assalto a CART na mesma épóca, lembrei-me deste vídeo do making of de um comercial dos cigarros Hollywood onde filmaram o carro da PacWest que era do Maurício Gugelmin enfrentando outros tipo de terreno e inclusive o carro mais rápido do mundo na época:
https://www.youtube.com/watch?v=enWn9HVPWhA
A informática, a internet e as mídias sociais chegaram com a força de um tsunami e via cotoveladas se instalaram causando estragos na economia tradicional. De virtual essa “novidade” não tem nada, chega quebrando “paradigmas”, o que pode ser lido como quebrando milhares de empresas do modelo econômico anterior e deletando milhões de empregos.. Pergunta: quem vai orquestrar essa transição gigantesca e complexa, que envolve a vida de milhões pessoas? O mercado não assume esse compromisso, antes aproveita pra cortar custos (pescoços), o que essa nova economia só facilita. O Estado não consegue gerir suas prioridades (saúde, educação e segurança pública), que dirá orientar essa requintada transição histórica, que mexe com absolutamente todos os ramos da atividade humana. Enfim gente, o tranco é grande, e vai se agravar nos próximos anos. Deus queira que tenhamos a competência de atravessar esse cabo das tormentas, em direção a um mundo novo, mais justo, solidário e amigo.
Muito legal a matéria! Agora em 2016 faz 50 anos que sou cliente do Bar Lagoa. Lugar bom, muito bom, o melhor chope, as melhores saladas de batata e de beterraba do Rio. Strogonoff das antigas e torta lula! Com a reforma voltou a ter a cara dos anos 60.
Duro é crer em um jornal que tem a RACHEL SHEHERAZADE como colunista. Vamos ver… Um outro veículo que tem trazido reportagens interessantes é o Nexo Jornal.
A Belisa vá lá, e interessante o fato on line realmente… Vale todas as mencoes ….. mas o Gabriel Pensador é um embuste
Olá Flávio, fiquei muito orgulhosa com os elogios, por virem de você! Muito obrigada e Feliz Ano Novo!
Abraço
Belisa
Pra você também, minha linda. Continue firme.
Só eu estou tendo problemas para visualizar o blog no iOS? A página fica recarregando direto.
Só.
Não é só você não. Tenho o mesmo problema direto, já até falei pro Gomes em outro comentário. Ele disse que iria averiguar. Soube de outros leitores na ocasião com o mesmo problema.