GACHOT WHY?
SÃO PAULO (voltas, dá este mundo) – Acho que todo mundo conhece a história. Em meados de 1991, o belga (que nasceu em Luxemburgo e tinha 200 nacionalidades) Bertrand Gachot, piloto da Jordan, se envolveu numa briga de trânsito em Londres. Meteu gás paralisante no rosto de um motorista de táxi e foi preso.
A Jordan fazia sua primeira temporada na F-1 com um carro lindo, verde, patrocinado pelo refrigerante 7 Up. O outro piloto era Andrea de Cesaris, que trazia dinheiro forte da Philip Morris — seu pai era o maior distribuidor dos cigarros Marlboro na Itália, até onde me lembro.
A prisão de Gachot se deu dias antes do GP da Bélgica daquele ano. Sem piloto, Eddie Jordan aceitou a oferta da Mercedes-Benz, que tinha um rapaz veloz correndo no Mundial de Esporte Protótipos (ou Mundial de Marcas, como queiram) pela Sauber-Mercedes. A montadora queria colocar o garoto na F-1 e pagou 300 mil doletas pela vaga.
O garoto se chamava Michael Schumacher.
Gachot nunca mais retomaria a carreira na F-1 em alto nível (chegou a correr na Larousse, ajudou a montar a Pacific, esteve nos EUA, mas acabou desistindo) e foi tentar a vida fazendo outras coisas.
Se deu bem, o simpático Gachot. Comprou uma marca de energético, Hype Energy, que foi criada em 1994 pelo fundador do Hard Rock Café. Vende que nem pão quente em 45 países — é concorrente mundial da Red Bull. E, agora, vai colocar suas latinhas na F-1 como patrocinador. De quem?
Da mesma Jordan que defendeu em 1991. Hoje, é a Force India — quarto nome da sucessão da velha e boa equipe fundada por Eddie Jordan, que continua instalada do outro lado da rua onde fica o portão principal de Silverstone.
Eu estava naquela corrida de 1991 e, como quase todo mundo, vesti uma camiseta pró-Gachot durante o fim de semana. As fotos abaixo são daquela câmera cuja existência já contei a vocês. Tenho uns dez “albinhos” (pequenos álbuns, é um saco ter de explicar tudo) daquele ano, com imagens bem legais. Sempre que houver algum pretexto, coloco aqui.
Nas fotos abaixo, da esquerda para a direita, pela ordem: Piquet com o chefe Briatore na lambreta; eu no estacionamento tirando uma selfie (na época, os outros tiravam as selfies para nós) com uma linda pochete e a famosa camiseta que, infelizmente, acho que não guardei; o querido Hotel Le Val d’Arimont em Malmedy, que continua igualzinho, onde ficávamos nos primeiros anos de GP em Spa; e o trio Fernando Ewerton (“Jornal do Brasil”), Mair Pena Neto (“O Estado de S.Paulo”) e Wagner Gonzalez (Beepress), meus colegas de cobertura no restaurante do hotel (naquela época, quem tirava a selfie não aparecia, no caso eu).
A F-1 era bem legal, em 1991. Tinha mais carros, mais gente, mais talento, mais convivência.
O Flavio, que e isso… calca bag com um pochetao vermelho pra arrematar. Deus o livre!!! Tu ja e feio, mas naqueles anos 90 voce se superava, hein?
Bom, não sei o que você fazia nos anos 90.
No final de 2010, o Bertrand Gachot me conceceu uma entrevista muito legal, onde ele conta alguns detalhes sobre o tempo em que passou na prisão, que lição ele tirou desse episódio, a nova vida de empresário no ramo de energéticos etc. O link é esse aí embaixo:
http://www.almanaquedaformula1.com.br/2014/12/entrevista-bertrand-gachot_23.html
Época bacana…
Flávio… eu queria te enviar um vídeo sobre a completa construção dos Williams de 1993… aproveitando que estamos falando de época…
Muitas pessoas a 21 anos atrás, sua maioria de cabelos bem branquinhos… tipo Damon Hill
https://www.youtube.com/watch?v=LQIPaa7KDTs
As más línguas dirão que isso ai é peruca, não é não Flávio? Hahahah, abraço!
A Force India sempre produziu carros justos – nunca excepcionais é verdade, mas sempre com bom desempenho.
O ano passado foi uma draga só, muito pela falta de $. Espero que este novo patrocínio ajude a equipe a desenvolver o carro e melhorar em relação ao ultimo campeonato. Vijay Mallya é um dos poucos caras sérios que apareceram na F1 nos últimos anos, e seria péssimo perder sua equipe.
Abs,
Sobre a camiseta, lembro de voc~e ter citado em uma coluna sua, de 2001, salvo engano, “25 de agosto de 1991” que acreditava tê-la utilizado para encerar uma Vemaguete que àquela altura, já não tinha mais.
É bem provável.
Flavio,
Ótimas lembranças. Tempos mais divertidos de F1 com certeza !!!
Agora, uma coisa é fato…. 24 anos te fizeram bem heim !!!! Você ainda tem essa pochete da Marlboro guardada em algum canto ou se livrou daquilo ???
Grande abraço.
Bons tempos estes da F1… Atualmente tá tudo muito chato, até o barulho do motor conseguiram tirar.
É uma pena ….e quem seguiu a categoria na década de 80 e 90 , como eu , só lamenta o que ocorre agora.
quem viu viu, quem não viu não verá nunca mais!!!
na foto dos “chalés” tem uma BMW M3 E30 ao fundo?
Flávio,
Você aparece sim na selfie que você tirou para os outros. Veja sua imagem refletida no espelho no fundo.
Naquela época o motor-home (é assim que escreve, com hífen no meio?) era um busão. Como diria meu sobrinho, “dá hora!”.
Olha aí, o anúncio da chegada da Hype nos Force India:
http://www.forceindiaf1.com/Home/News?pageNumber=4
FG, e pra alugar carro nessa época? Vcs tinham alguma preferência ou pegavam o que dava pra encarar? Vcs estavam com esse Honda?
Qualquer coisa. Nessa particularmente eu estava com um Renault 19 que peguei em Paris.
Que pochette hein?
Os carros da F-1 no início dos anos 1990 eram lindos. Poucos penduricalhos e cores vibrantes. Esse carro da Jordan que você disse geralmente fica no TOP 10 dos mais bonitos que já correram em qualquer votação. Apesar da minha pintura favorita ser a da Benetton.
As corridas pareciam show de rock: som heavy metal saindo dos motores, bate cabeça e a pirotecnia do assoalho raspando o asfalto e lançando fagulhas por todo canto. Claro, que isso na cabeça de um moleque de cinco, seis anos de idade.
Bem que muita coisa daquela época podia voltar, os sons, as cores, as fagulhas… a pochete não.
abraço!
Eu lembro dessa Hype patrocinando a Pacific em 1994 ou 1995, mas não sabia o que era, muito menos que pertencia Gachot.
Vc aparece na “selfie”, lá atrás, no espelho.
Naquela época, a Hype ainda não pertencia ao Gachot. Ele só comprou a empresa depois que encerrou a carreira como piloto.
Era bem mais legal…
Na 1ª foto que o FG postou (com Piquet e Briatore na moto), tinha um senhor de bigode ao lado deles.
Esse senhor é Joan Villadelprat, catalão, que foi engenheiro da equipe por muito tempo, que também trabalhou junto com Rory Byrne na concepção do B194 e B195, que Schumacher foi bi-campeão.
Mas que eram bons tempos… ah… isso era. Saudade daquela época.
Ótimo texto. Belas fotos. Velhos tempos. Belos tempos. Esse FG sabe é de coisa viu? kkkk……………Um abraço a todos.
Argumentava um amigo, ” ai daquele que não tem histórias para contar”, mas as suas ” ai que invejar”, de mais!!!
Flávio, dois comentários, primeiro o seu “topete”…….. (numa época em que tínhamos cabelos em abundancia…) e a toalha de mesa toda estilizada no refeitório do hotel…. Maravilhosa
Ótimas explicações sobre selfies kkkkk E belíssimo texto. Abraços
kkkkkkkkkk essa pochete parece aquele do cara da propaganda de cerveja do Beto Barbosa.
E eu tinha uma parecida.
De certas coisas não dá pra sentir falta não!
Me amarrei na lambreta benettoniana! Se bem que essa pintura estava defasada, pois era a do ano anterior (verde predominante).
Mas os maldosos irão dizer que o Nelsão estava sendo “encoxado” pelo Briatore, kkkk…
Mais cabelo…
1991, o ano onde tudo começou.
E quem falou que você não aparece na foto dos 3 na mesa do hotel?? Olha de novo. Lá no espelho no fundo…..kkkkk
Quem disse que você não apareceu na foto do restaurante?
Quem é a moça da Benneton ?
O FG ainda tinha cabelo nessa foto
HYPE… vendeu por aqui nos idos de 98… o único energético que realmente prestava. A lata era prateada, letras garrafais em laranja.. Passava a noite na gandaia, chegava em casa 6h da manhã, tomava um banho e ia trabalhar. Qdo dava umas 14h, aquele sono fudido pós-almoço, passava a mão na chave do carro e corria numa lojinha de “conivência”. Mandava duas pra dentro, e aguentava até ir pra faculdade de noite…
… aí, o governo passou a régua nos energéticos que eram turbinados com mais cafeína que uma xícara de café. Sobraram meia duzia de águas sujas, entre elas o Red Bull.
P.S. – Flavio, tem uma falha de segurança feia no seu blog. Quando vc entra pra comentar, aparece o nome e o email de alguém ali, pedindo pra vc fazer um comentário usando credenciais de outrem…
Coloca o seu e pronto.
Algum energético presta?
Monster Energy é bom! :-D
Com aquela pochete não precisava nem de mala!É a mesma foto que tem no Boto do Reno,acho.
Um abraço,
Ricardo.
Boa história, Flávio!
É por isso que te seguimos.
Flávio essa marca de energéticos já patrocinou a Williams em 1997 –
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E aqui mais dessas saudosas gola rolê: http://4.bp.blogspot.com/-P-8qRqz8MTE/TvRl67nmDjI/AAAAAAAAB7M/TBrZRb7syt4/s1600/bertrand-gachot-t-shirts-514.jpg
Eu só reconheci Prost, Capelli e De Cesaris, estou certo? Quem são os outros dois??
O primeiro não reconheci e estou com preguiça de pesquisar, hahaha. O penúltimo, que está à frente do Capelli, é o Olivier Grouillard.
História sensacional. Lembro bem. Nada me impressionou mais na F1 do que a estréia de Schumacher.
Naqueles tempos, um moleque chegar chegando no meio da temporada, e meter tempo nos titulares, De Cesaris (Jordan) e depois Piquet (Benetton), não era normal.
Por falar no refri 7 Up, cadê o 7 Up?? Nunca mais vi esse refri nem em supermercados, nem em barzinhos, nem em butecos, nem em padarias e nem em lugar nenhum… Parece que o refri desapareceu igual o bom e velho Baré de tutti-frutti… Sinto saudades desses refris icônicos!! Alguém sabe se ainda existe algum lugar que venda o refri 7 up aqui no Brasil??
Se não estou enganado no Maranhão eu bebi. E Baré vc acha facil no Norte e no Nordeste do país.
Tu é feio hoje, mas era bem pior, ein? Como a pessoa pode ficar melhor sem cabelo!?!?
Você apareceu na quarta foto sim… com a tal camiseta. Típico selfie tirada no espelho… procure que você acha!
https://www.pinterest.com/pin/415386765603979001/
Sdds:
https://www.pinterest.com/pin/415386765603979001/
Mas a pochete…
Na 4º foto aparece o Flavio Gomes no reflexo do espelho no fundo, e uma selfie refletiva rs
Ótimo texto, ótimas fotos. Bravo!
Fotos relíquias da boa é “antiga” F1… deu até saudades…
FG, se me permite uma correção:
Gachot disputou todo o campeonato de 1992 pela Venturi-Larrousse. Inclusive fez o único ponto da equipe naquele ano – 6º colocado no GP de Mônaco.
Depois, tornou-se piloto – e sócio da Pacific. Com aquela carroça, continuou na categoria nos anos de 1994 e 1995.
No intervalo, fez até provas de Fórmula Indy, na antiga CART.
Já tá arrumado! Fiz de cabeça, um erro — sempre.